0214/2024 - ADOLESCER AJUSTANDO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS IMPOSTAS PELA PANDEMIA: TEORIA FUNDAMENTADA NOS DADOS ADOLESCENCE ADJUSTING THE CIRCUMSTANCES IMPOSED BY THE PANDEMIC: GROUNDED THEORY
Objetivo: compreender o adolescer no contexto da pandemia da COVID-19. Método: estudo orientado pela Teoria Fundamentada nos Dados na vertente pós-positivista sob o referencial do Interacionismo Simbólico. A amostragem teórica foi composta por 23 adolescentes que foram entrevistados em profundidade ao longo de 2021. A análise por codificações aberta, axial e seletiva conduziu a uma teorização deste adolescer. Resultados: Intersectados pelo isolamento imposto e pelo significado das interações sociais para o adolescer, os participantes buscaram escolhas relacionais para se ajustarem e perseguir seus projetos. Envolveram-se nos ciberespaços para resgatar interações com pares e, simultaneamente, manejaram relações familiares percebidas enquanto duais, próximas, intensas, mas conflituosas. Destarte, o enfrentamento requereu lidar com sentimentos e abertura ao novo. Avançaram na autonomia, reconhecimento de si e do outro. Conclusão: Sob o entendimento de existirem conexões significativas para a continuidade do seu projeto e processo de desenvolvimento, adolescentes ajustaram-se ao contexto social imposto por meio de escolhas interacionais.
Palavras-chave:
Adolescente. Identidade Social. Pandemias. Enfermagem. Teoria Fundamentada.
Abstract:
Objective: to understand adolescence in the context of the COVID-19 pandemic. Method: study guided by Grounded Theory in the post-positivist aspect under the framework of Symbolic Interactionism. The theoretical sample consisted of 23 adolescents who were interviewed in depth in 2021. The analysis using open, axial and selective coding led to a theorization of these adolescents. Results: Intersected by the imposed isolation and the meaning of social interactions for adolescence, the participants sought relational choices to adjust and pursue their projects. They got involved in cyberspace to rescue interactions with peers and, simultaneously, managed family relationships perceived as dual, close, intense, but conflicting. Thus, the conflict required dealing with sentiments and being open to new things. They advanced in autonomy, recognition of themselves and others. Conclusion: On the understanding that there are significant connections for the continuity of their project and development process, adolescents adjusted to the social context imposed through interactional choices.
Keywords:
Adolescent. Social Identification. Pandemics. Nursing. Grounded Theory.
Conteúdo:
INTRODUÇÃO
O adolescer remete à experiência de individuação circunscrita à vida sociocultural1, sob uma complexa e dinâmica interconexão entre vivências passadas e atuais, desdobradas em crescente reconhecimento de si1-4. Transformações biopsíquicas e de relações sociais5 ocorrem, com vistas a projetos de vida, estruturação identitária e autonomia6-7. O estar em espaços sociais, as relações neles estabelecidas, influenciam e conformam o adolescer e o enfrentamento dos desafios a ele circunscritos4,8.
Pandemias intersectam processos sociais e, a da COVID-19 envolveu restrições às relações sociais, afetando construções identitárias, comportamentos, autonomia e delineamento do projeto futuro de adolescentes9. Nesse contexto, estudos concentraram-se em retratar o impacto da pandemia no comportamento e saúde mental de adolescentes10-19. Houve predomínio de abordagens metodológicas quantitativas11,15-16,18-20, apesar da existência de estudos qualitativas 13,17,21, de métodos mistos10, de reflexão22-24 e revisões12,14,25-26. Não foi localizada nenhuma teorização sobre o adolescer neste contexto.
Há premência de suporte ao processo de adolescer na direção de bem-estar físico e mental da adultez, assim como melhores condições de vida27. Apesar de maior visibilidade e esforções para acolher adolescentes, permanecem fragilidades na atenção à saúde a essa população, sobretudo em países não desenvolvidos28.
No Brasil, a população estimada é 207 bilhões de habitantes, e os adolescente representam cerca de 15% desse total29 ao tomar o intervalo etário dos dez aos 19 anos28, faixa etária adotada pelo Ministério da Saúde brasileiro.
Ao direcionar atenção para os indicadores de saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS), estimou que, em 2019, mais de 1,5 milhões de adolescentes e jovens adultos com idades entre 10 e 24 anos morreram no mundo e, entre as principais causas estiveram as violências, suicídios e acidentes de transporte30. No que condiz a questão social, em 2021, o percentual de crianças e adolescentes brasileiras vivendo na extrema pobreza e na pobreza alcançou o maior nível em relação aos anos anteriores: 16,1% e 26,2%, respectivamente29. Esses dados revelam a importância demográfica e social deste grupo e a necessidade de implementar ações das Diretrizes Nacionais de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens31, buscando atender as demandas que esta população detém.
Alinhado ao exposto, e à Ação Global Acelerada para a Saúde de Adolescentes (AA-HA!) e Estratégia Global para a Saúde das Mulheres, das Crianças e de Adolescentes (2016-2030)28,32, este estudo indaga: ‘Como as interações sociais e os processos identitários do adolescente foram afetados pela pandemia da COVID-19?’. O objetivo foi de compreender o adolescer no contexto da pandemia da COVID-19.
MÉTODO
Desenho do estudo
Trata-se de um estudo qualitativo, interpretativo, sob o referencial metodológico da Teoria Fundamentada nos Dados (TFD) na vertente pós-positivista33. A TFD supera a descrição ao desenvolver um modelo teórico no qual o pesquisador faz uma análise indutiva e dedutiva dos dados, alternando entre a experiência individual e coletiva, para, assim, validar os fenômenos no processo de geração de uma teoria33.
Nesta direção, o Interacionismo Simbólico (IS) revelou-se referencial teórico pertinente ao enfatizar o comportamento humano como desdobramento de interações sociais e dos significados estabelecidos a partir delas34. Nessa perspectiva, o adolescer é processo singular, estruturado e derivado das interações sociais (inclusive aquelas internalizadas), com vistas ao alcance identitário.
Local do estudo
O estudo foi realizado com adolescentes residentes em município do interior paulista, cuja população estimada em 2022 foi de 254.822 habitantes, 13% deles adolescentes35. Reconhecida pelo alto grau de desenvolvimento, a cidade possui um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de R$47.701,04, com índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,805 e 6,5 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)35.
Em relação ao Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS)36, a população concentra-se em território de muito baixa vulnerabilidade, com 62% estratificada como baixa e baixíssima vulnerabilidade e 17% da população encontra-se em território de alta e muito alta vulnerabilidade.
Participantes do estudo
Foram convidados 26 adolescentes, 23 deles aceitaram participar e três não responderam após três tentativas de contato, considerados como negativa. Foram localizados pela técnica snowball sampling, a partir de informantes chaves identificados via atividade de extensão desenvolvida em ambiente escolar com adolescentes, no ano de 2019. A técnica snowball sampling está indicada para localização de populações com experiências específicas37.
O convite ao estudo ocorreu via WhatsApp®, por meio de uma apresentação da pesquisadora por escrito junto a um áudio explicativo sobre o estudo, seu objetivo e sua estratégia de coleta de dados. Solicitou-se, para aqueles que manifestaram interesse em integrar o estudo, o contato do seu responsável para o envio do termo de consentimento. Os termos de assentimento e de consentimento foram enviados via link do Google Forms®. Após o recebimento da anuência para a participação, foram agendadas as entrevistas.
Coleta de dados
Os dados foram obtidos ao longo do ano de 2021 e, considerando o contexto pandêmico, a coleta foi online, por meio de entrevista aberta e única, áudio gravada na plataforma Google Meet®, com duração média de 20 minutos. Inicialmente obteve-se informações sociodemográficas, para depois apresentar as questões norteadoras dos grupos amostrais.
Com vistas ao alcance de saturação teórica e densidade das categorias, ou seja, não surgimento de novos elementos vinculados ao fenômeno, a amostragem teórica33, formaram-se cinco grupos amostrais (Quadro 1).
Quadro 1
Os critérios de seleção inicial dos participantes foi: (a) ser pessoa entre 12 a 18 anos incompletos, (b) ter interesse em contribuir com o estudo e (c) ter o consentimento de um responsável legal.
Análise dos dados
Os dados coletados foram transcritos na íntegra e analisados simultaneamente33. Todo o percurso de coleta e análise dos dados foi realizado pela primeira autora, enfermeira, doutoranda em Ciências da Saúde, membro da equipe de extensão em um ambulatório de saúde do adolescente e em uma escola, com experiência prévia na TFD (pesquisa de mestrado).
A codificação aberta deu-se pelo processo de análise linha a linha para a elaboração dos códigos e conceitos. Os códigos foram organizados pela similaridade, com estabelecimento das categorias iniciais. Na codificação axial ocorreu o processo interpretativo dos dados a partir dos cinco componentes do Modelo do Paradigma, relacionando e fundamentando as categorias. Na codificação seletiva, a organização analítica dos dados, permitiu identificar o modelo paradigmático, com a delimitação do fenômeno e categoria central do estudo. Esse modelo foi validado junto a dois adolescentes, um menino de 17 anos, da rede privada de ensino e uma menina com 15 anos, da rede pública de ensino. A validação ocorreu de forma remota, via Google Meet®, onde foi apresentado o diagrama representativo da Categoria Central, com a leitura da narrativa da experiência. Os adolescentes se identificaram com ela, com destaque aos sentimentos e sofrimentos advindos do isolamento e afastamento dos pares. Essa constituiu a etapa final da TFD, importante para analisar sua pertinência e representatividade33.
Todas as recomendações éticas foram respeitadas e o estudo foi aprovado por Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos, CAAE 39524120.2.0000.5504. Os participantes foram identificados pela letra (A), seguido do número ordinal em que a entrevista foi realizada.
RESULTADOS
Os participantes eram 11 do sexo masculino e 12 do feminino, tinham idade entre 12 e 17 anos, a maioria estava no ensino fundamental II (n=17), os demais no ensino médio (n=6). Quanto à rede escolar, 11 eram de escolas públicas e 12 de escolas privadas. 15 adolescentes conviviam em família nuclear e seis em família monoparental feminina. Frente a localização da moradia, segundo IPVS36, 4 viviam em região de baixíssima vulnerabilidade, 5 em região de baixa, 8 em região de média e 6 em região de alto índice de vulnerabilidade social.
Os resultados mostram que o adolescer na pandemia da COVID-19 está representado pelo fenômeno “Mantendo conexões significativas para continuidade e alcance do projeto de vida”, sustentado por cinco categorias conceituais, organizadas a partir dos componentes do modelo paradigmático: Contexto (adolescer); Condições causais (tendo o projeto cerceado pela pandemia da COVID-19); Condições intervenientes (sendo subitamente exposto a mudanças e vivendo a intensificação das relações familiares; Estratégias (intensificando a relação consigo, imergindo em ciberespaços e intensificando o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) e revisitando projetos e expectativas); Consequências (sofrendo desgaste emocional, reconhecendo a essencialidade das relações sociais, ampliando autonomia e descobrindo-se).
Contexto
O adolescer é contexto da experiência, conforma-se a partir de interações sociais e abarca o entrelaçamento de elaboração de mudanças de desenvolvimento (de ordem física, emocional e de demandas sociais) sob projeções sociais de responsabilidade e futuro, com o desejo e anseio atual de convivência junto a pares e tessitura de sua história.
Na adolescência você evolui muito, além da aparência física, o psicológico muda, os pensamentos, os desejos de sair, ficar com os amigos, essas coisas. E eu sempre quis ficar adolescente, pois via meu irmão saindo, meus primos saindo, se divertindo, contando história, e eu pensava, eu quero sair com meus amigos, eu quero ter histórias para contar (A14).
Condição Causal
Tendo o projeto cerceado pela pandemia da COVID-19, compreende a condição causal desse fenômeno, visto que a prospecção da adolescência junto aos pares de modo mais livre e intenso foi interpelada.
Eu tive muita expectativa da adolescência, de sair, ir para muitas festas, curtir com meus amigos, mas daí veio a pandemia, e acabou com toda a expectativa que eu tinha (A15).
Condições intervenientes
Perceberam-se sendo subitamente expostos a mudanças e vivendo a intensificação das relações familiares, condição interveniente das expectativas projetadas ao adolescer. O deslocamento do curso do processo de adolescer, força interação social em contexto simbolicamente imerso no medo e restrição, defrontando expectativas do passado e do futuro.
As mudanças foram sentidas de forma mais intensa a partir do fechamento das escolas e diante da percepção de estarem confinados em casa. Passam a ser impedidos de estar em espaços sociais de interação com os pares, principalmente escolas.
Antes da pandemia, eu chegava desanimada e saia da escola feliz, com dor de barriga de tanto rir, era bem legal, [...]de um dia para outro, pá, não teve mais nada, acabou, todo mundo teve que ficar em casa, só na tela do celular, então foi um baque, tipo, como assim, do nada surgiu a doença e acabou (A17).
O ser isolado foi um símbolo de difícil elaboração, assim como o uso de máscara que impossibilitava ver e sentir o outro, com interferência nas interações.
É difícil, só vejo meus amigos na escola, e ainda tem que ser de máscara, eu não lembro do rosto de quase ninguém, e quando eles tiram a máscara, eu penso, “meu Deus!!”(A10).
O ensino online foi complexo, descreveram dificuldades com as plataformas utilizadas pelas escolas, limites para a concentração e o não vínculo educador/adolescente. A sagacidade em que tudo ocorreu exigiu uma brusca adaptação.
Foi um pouco estranho, do nada não poder mais olhar para ninguém, só ouvir a voz da pessoa, ou ver ela pela tela do celular. Foi difícil, a gente ficava entediado e simplesmente saía da aula e deixava o professor falando e ia mexer em outro lugar, sabe, então foi bem difícil aprender alguma coisa, foi bem difícil se concentrar (A10).
A mudança foi repentina, simbolizou uma tensão e exigiu um intenso processo da Mente com diretivas às (re)significações e ações. Foram impostos à inversão dos espaços interacionais em conjunto com a intensificação das relações familiares. Nessa direção, a forma como a família se posicionou no suporte interferiu sobremaneira na experiência.
As relações familiares, por vezes pontuadas enquanto fortalecidas frente à imposição de convívio, também estiveram imersas em conflitos derivados do dividir espaços, tarefas, lidar com as diferentes personalidades, além de conter a contínua supervisão dos pais/familiares.
[...] eu comecei a ficar muito triste, assim, eu roo unha, e aí comecei a roer muito minha unha, e aí minha mãe chamou alguns amigos para ajudar a fazer lição, ficar aqui em casa, para se ajudar sabe, ver se a gente se animava um pouco, foi o que me ajudou (A9).
Ficar em família até que foi legal, mas, acho que como a gente ficava muito tempo junto e não tinha espaço, tinha brigas, a gente respondia um para o outro, eu e meu irmão, na verdade toda a minha família brigava (risadas) [...] minha mãe controlava tudo, o tempo todo. Mas também a gente começou a fazer mais coisas juntos, como assistir filmes, programa na TV, a gente fica na sacada, almoçando ou tomando sol (A3).
No global, as interações familiares estiveram apreendidas como de pouca contribuição para o alcance da individualidade do SER e ESTAR na adolescência e suas particularidades.
Estratégias
Frente aos intervenientes do isolamento social, os adolescentes tiveram que mobilizar estratégias para seguirem a vida, o projeto. Foram intensificando a relação consigo, imergindo em ciberespaços e intensificando o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) e revisitando projetos e expectativas.
Ser imposto a este novo contexto interacional fez com que qualificassem o adolescer na pandemia como difícil e complicado, pois entenderam estarem sendo privados da melhor fase da vida, restritos à casa, não podendo sair, viajar e principalmente estar com os amigos.
No adolescer, o desenvolvimento do Self ocorre em meio a interações, inclusive consigo próprio, quando perceberam a si como oscilantes, com diferentes ‘vibes’ em um único momento.
A adolescência também tem seus malefícios, porque, é quando você vai se descobrindo e vai passando por diferentes emoções e às vezes são emoções que te afetam e que vai dizendo mais sobre sua personalidade, e assim, é algo bem estranho, meio bipolar, pois uma hora você está de um jeito e outra hora você está de outro, cada hora você está em uma ‘vibe’ diferente, escolhas diferentes, acho que é isso (A13).
O processo de compreender a si estruturou o adolescer, refletiram acerca do que e de como as coisas e pessoas são concebidas e sentidas, com maior sensibilidade aos símbolos emitidos ao seu redor. A pandemia impôs um processo solitário e sofrido de relação consigo.
Eu tive que aprender a viver na minha própria companhia e isso é difícil [...]eu vou pensando muita coisa sozinho e acabo ficando paranoico, e meus amigos me ajudavam a eu esquecer um pouco, [...] Esse tempo sozinho foi bom para eu me conhecer mais, amadurecer, [...], ficar sozinho me mudou bastante, eu me tornei muito crítico a mim mesmo, estou aprendendo a conviver com isso, e mudei bastante pela tristeza de ficar sozinho, me tornei meio medroso, muito sentimental e emotivo (A18).
Imergindo em ciberespaços e intensificando o uso de TIC’s foi um movimento desempenhado pelos adolescentes na busca pelas interações sociais, do suporte por ela ofertado. Significaram o ciberespaço propício à liberdade de escolhas, de com quem conversar, o que acessar e de como se relacionar.
Quando eu estou no celular, eu saio um pouco desse mundo da pandemia, e vou para um mundo com mais gente, entendeu, é isso, de me enturmar com mais pessoas (A4).
O isolamento social imposto pela pandemia da COVID-19 restringiu experiências interacionais e impactou a identidade pessoal e social.
A escola, porta o símbolo da liberdade, já que nela sentiam mais livres, teciam escolhas sem tantas projeções e imposições familiares. Assim, a impossibilidade de estar nela, da interação com pares provida por frequentá-la, foi significada enquanto a principal perda e lançou adolescentes nos ciberespaços desejosos por novas formas de relacionar-se livremente e de amenizar sofrimentos.
Ficamos preso em casa, tive dias péssimos, fiquei o dia inteiro sozinho, no quarto escuro, sem fazer absolutamente nada e acabei que chamando alguns amigos meus para a gente fazer videochamadas, quase que diária para conversar, pois é muito difícil não conversar, não falar mesmo, é difícil ser tudo por mensagem, então psicologicamente me afetou demais a pandemia, afetou demais ficar sem meus amigos (A19).
Foi possível apreender que as TIC’s, permitidas e facilitadas pela pandemia, atenuaram a falta das interações com os pares e proporcionou conhecer pessoas, momentos de distração e lazer. Apesar disto, reforçaram a perda e afastamento de relações de amizades.
O que mais mudou com a pandemia, acho que foi o contato físico com os amigos, agora a gente só fala por chamada de vídeo ou chamada de voz, e pelos jogos online, e acabou que eu acabei perdendo alguns amigos, a relação com meus amigos distanciou bastante (A1).
A necessidade de ver e sentir o outro no processo interacional foi apontada com pesar. A timidez esteve reconhecida como um entrave agravado nesse contexto, sentiram saudades de rir e conversar com amigos. O estar presencialmente com o outro oportuniza sensações e trocas diferentes, quando comparadas com o virtual.
Apesar das dificuldades vividas, permaneceram esperançosos pelo retorno do cotidiano e mantiveram investimentos em seus projetos, mantiveram olhares para além da pandemia, apesar das perdas, amigos, encontros, formatura, festas, viagens e até mesmo entes queridos. A astucia e o desejo de novos desafios sobressaíram na esperança de retomada de seus projetos.
Minha expectativa com o fim da pandemia é sair, falar com os amigos, o que eu mais senti falta, [...] No futuro, eu pretendo fazer uma faculdade, estudar, ter um trabalho, quem sabe mais para frente, comprar meu próprio carro, ter minha própria fonte de renda (A14).
Consequências
Todo esse rearranjo de vida e interações para adolescer na pandemia fez com que o adolescente fosse sofrendo desgaste emocional, reconhecendo a essencialidade das relações sociais, ampliando autonomia e descobrindo-se.
As restrições frente a circulação em espaços sociais para as interações com pares foi uma perda apreendida pelos adolescentes, com destaque à escola.
O que eu queria era poder ter continuado com os meus amigos, poder continuar rindo, ter eles perto de mim (A20).
Que saudades da escola presencial, a escola era um lugar que eu me sentia bem, que as vezes eu chegava triste e saia dando risada, e com o online ninguém nem conversa, não fala nada, é bem ruim (A15).
As estratégias de enfrentamento adotadas foram insuficientes em termos de acolhimento emocional. Perceberam-se tristes, ansiosos, sozinhos, entediados, com raiva e medo. Vários revelaram desgaste emocional e alguns desenvolveram sofrimentos psíquicos. O acolhimento de sentimentos esteve descrito enquanto complexo e não suprido na totalidade.
Antes eu conversava mais com a minha mãe, agora na pandemia, eu não sei explicar os motivos dos sentimentos que eu sinto, tipo, tristeza de sentir falta da família, dos amigos, ou algum aborrecimento que eu sinto. Acho que antes eu sabia mais o que eu estava sentindo, e agora como estão acontecendo muitas coisas, eu são sei o que está acontecendo com os sentimentos, é um pouco mais difícil de falar, e eu sinto mais tristeza, é difícil viver com a pandemia (A2).
[...] na pandemia foi muito difícil a questão psicológica, porque, desenvolvi ansiedade, teve alguns meses que foram difíceis, até tive alguns problemas com o estado depressivo, perdi muitos amigos, muito mesmo, porque, uma coisa são as conversas presenciais e outra é longe, então é muito difícil psicologicamente, tanto psicologicamente quanto fisicamente, pois o contato físico, o calor de ter gente perto de você é muito bom, e faz falta (A7).
Eu desenvolvi um transtorno alimentar por conta de tudo isso, por conta de ficar em casa, por conta da pandemia mesmo (A21).
Essa maior imersão no sentir, a tristeza e anseios, permitiu um amadurecimento, favoreceu solidariedade e empatia, de modo a destacarem evolução dos processos interacionais consigo mesmo, na sua sensibilidade.
A pandemia, ela fez eu pensar que não existe só eu no mundo, e eu preciso ajudar o próximo, tipo, não sair, usar máscara, passar álcool em gel, tipo não transmitir essa doença para minha família (A6).
Eu senti bastante falta de encontrar as pessoas, pois eu não estava mais conseguindo me socializar, nem mesmo dentro de casa, eu não sabia mais responder as pessoas, eu não conseguia mais prestar atenção, ter contato físico, qualquer coisa que encostasse em mim, eu não conseguia identificar o que era, qual o sentido (A12).
Reforçaram a essencialidade das relações sociais para o adolescer, em especial das relações de amizades. O ciberespaço, apesar de proporcionar o encontro virtual dos adolescentes, esteve significado enquanto ‘distante’ e impessoal.
Com a liberdade proferida no pertencimento e manejo dos ciberespaços, os adolescentes foram desafiados em sua autonomia nas tomadas de decisão frente ao estudo e cumprimento de prazos nas entregas das tarefas e provas. Vivenciaram dificuldades para a auto-organização.
Porque tive que criar uma rotina, uma rotina de acordar, animar, fazer tarefa, conversar com as pessoas, mesmo que online. Agora a gente conversa bastante, faz bastante coisa na aula, e eu aprendo bastante coisa também, mas tive que organizar meus estudos, as entregas de atividade, ter atenção aos prazos, cuidar de tudo da escola (A5).
Essa autonomia transcendeu para inserções familiares, pois, com a obrigatoriedade de permanecer em casa, novos papéis foram direcionados ao adolescente, e estes passaram a assumir cuidados com a casa e irmãos caçulas, principalmente quando os pais mantiveram a rotina de trabalho.
Em um movimento de simultaneamente transpor a frustração de não viver o prospectado à sua adolescência e permitir-se experimentar novos papeis e situações, fizeram descobertas em diferentes âmbitos, como leitura, escrita, atividades esportivas, culinária, maquiagem, artes corporais, e interação social através de jogos e plataformas online de comunicação.
Na pandemia a gente ficou muito no celular, então a gente aprendeu muita coisa pelo celular, eu por exemplo, eu aprendi a cozinhar melhor, fazer maquiagem e também comecei a ler pelo celular, foi bem legal (A13).
Assim, o modelo teórico ‘Ajustando-se às circunstâncias impostas pela pandemia’, representado pela figura 1, emerge no movimento e estratégias de ajustamento do adolescente frente às circunstâncias impostas pela pandemia, numa tentativa de manter conexões significativas e a continuidade, a integridade e a normalidade do seu processo de vida. Essa projeção para o viver as adolescências apreendida no fenômeno sob estudo, denota na preponderância das categorias ‘Condições intervenientes’, ‘Estratégias’ e ‘Consequências’.
Figura 1
DISCUSSÃO
Adolescer está socialmente associado a construção identitária e projeto de vida, processos assentados na e a partir das relações sociais. Ancoradas no IS, as identidades requerem e transcendem reconhecimento do Self, o Eu nas relações, com reflexões acerca das ações individuais e dos outros, das inferências culturais, sob processo comparativo e com esforços compreensivos sobre interações, valores, comportamentos e condutas38.
Na adolescência há um maior direcionador das identidades, visto a ascendência da autonomia, o reconhecimento comportamental e de personalidade, todos influenciados pelas relações sociais. A condição socioeconômica, configuração familiar e os processos interacionais entre pais e filhos, assim como os direcionadores de afeto e abertura de diálogo refletem no comportamento social dos adolescentes7.
Quando comparados às crianças, os adolescentes passam mais tempo com seus pares do que com a família e, dessa forma, constroem relacionamentos mais complexos com estes9. Essa reorientação para os pares promove desenvolvimento, permite-lhes um senso de autoidentidade social9. Os adolescentes deste estudo, assinalaram a importância das relações de amizade para a construção da identidade, sendo que a interferência no convívio provocada pela pandemia foi significada como uma adversidade, ameaçou o desenvolvimento, afetou projeções, gerou rupturas, incertezas e sofrimentos.
Segue-se então que, mudanças generalizadas no ambiente social, como o distanciamento físico forçado e contato social face a face reduzido com pares, podem ter um efeito substancial no adolescer9.
A pandemia causou a perda de amigos, impossibilitou a vivência de acontecimentos sociais com caráter de “ritos de passagem”, anteriormente projetados. Contudo, trouxe contribuições, com destaque ao reconhecimento e valorização da amizade e das relações28.
O isolamento social do contexto pandêmico foi significado como restritivo à concretização do projeto, à edificação de relações significativas. Para contrapô-los, houve intensificação da comunicação por meio das TICs, inclusive como recurso para vivências agradáveis39, aspecto que conduz à discussão da finalidade das TICs no adolescer.
Ao tomar o anseio pela adolescência, cabe traçar um paralelo acerca da restrição social percebida pelos adolescentes na pandemia com as relações familiares controladoras. A socialização de jovens não controlado ou sem supervisão é destacada como preditor à comportamentos desviantes40, contudo adolescer requer liberdades. São nos encontros sem supervisão que os adolescentes exercitam seu poder de decisão7, constroem relações e desenvolvem autonomia. A liberdade de escolhas está socialmente prospectada ao transcurso das adolescências, desde as, de com quem, como e aonde se relacionar, até as decisões que norteiam o futuro. Os adolescentes projetam a aquisição disto, que no contexto sob estudo sofreu entraves, mas foi buscada, assinalando ser eixo estruturante do adolescer, com indicativas de ser pautado no suporte às famílias com adolescentes.
As interações sociais com pares, permite aos adolescentes um reconhecimento de si nas relações, autorreflexão sobre seu comportamento e o comportamento do outro, é espaço de voz e escuta. Assim, contribui com o bem-estar e projetos do adolescente9. Fortalecer relações de amizade é essencial, motivo pelo qual a busca pelos pares é intensa4. As amizades são potentes para enfrentamentos, inclusive diante experiências ruins, destacando-se enquanto rede de apoio4,41. O presente estudo referendou o sentido diferenciado das amizades no adolescer.
Ainda, a pandemia da COVID-19 trouxe à tona a reflexão acerca da saúde mental e sofrimentos psíquicos frente a restrições nas relações sociais42, aspecto aqui reforçado. Estudo apontou que 51% dos adolescentes manifestaram ter piorado o nível de irritabilidade, 48% o nível de ansiedade e 47% o nível geral de humor durante a pandemia da COVID-19. Destes, 39% relatam ter piorado em relação à depressão19.
Ao direcionar atenção à relação familiar, ela esteve reconhecida de forma dual, promotora de afetos, proteção e cuidado, mas também de sentimentos negativos, como solidão, tristeza, menosprezo, em muito pelo seu funcionamento, discussões e desentendimentos familiares42. Compreender as relações em família é ação direcionadora de intervenções de suporte a adolescentes e famílias durante e após a pandemia43.
As relações sociais ampliadas revelaram-se com lugar diferenciado para o adolescer, com indicativas de proteger sua ocorrência. Exercer suas escolhas, sobretudo as interacionais e junto a pares que sustentam o processo de ‘experimentações’ típicos e necessários ao adolescer. Por outro lado, a construção social que articula adolescência a situações de risco e vulnerabilidade conduz a surgir, em algumas famílias, um comportamento de vigilância e controle. Profissionais de saúde e educação podem oportunizar diálogos acerca disto, na direção de dar suporte para que famílias e adolescentes consigam alcançar comunicação aberta e tomadas de decisões que deem vazão e sustentação a esta necessidade do adolescente.
A escola, neste quesito, é espaço social propício e destacado nos resultados deste estudo. Ocorre que as ações neste contexto tendem a estar embebidas pelo capacitismo, sob a gramática da proteção e do entendimento de ser o adolescente ‘condição de ser menor, quase um não sujeito’44. A proteção é importante, mas precisa ser sustentada por processos que promovam o mim a partir da relação consigo e com outros sociais33, do contrário não emancipará pessoas.
Toda situação que conduz a restrição ou cerceamento nas relações sociais coloca o desenvolvimento do adolescente e seu projeto em risco. Portanto, é premente retomar relações sociais essenciais aos processos identitários, quando pensar o contexto social e as intersubjetividades estão no rol de ações de suporte às adolescências.
Às políticas públicas fica o desafio de transpor a simples ampliação numérica de espaços de socialização para qualificar os diálogos e intersubjetividades nestes espaços. É o vivido nas interações sociais que atua no adolescer, na autonomia crítica.
Os achados deste estudo permitem apontar a essencialidade, de um olhar que aloque as relações sociais (pares, familiar e ampliada) na centralidade, em contraponto ao que insiste em dar premência às questões biológicas e de riscos. Estas só terão sentido se tematizadas sob os alicerces das interações sociais que estão a projetar e sustentar o adolescer. Portanto, a aposta deve ser na edificação de ambientes relacionais promotores de emancipação, os quais tem contornos próprios, são dependentes da singularidade de cada adolescente e de sua inserção social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O modelo teórico ‘Ajustando-se às circunstâncias impostas pela pandemia’ teoriza o movimento dos adolescentes para enfrentar os desdobramentos do isolamento e viver o adolescer apesar das restrições impostas, mantendo seu projeto no horizonte. Retrata o significado atribuído às adolescências quanto a liberdade para estar e relacionar-se nos espaços sociais.
A teoria aqui desenvolvida representa uma estrutura para a compreensão das escolhas relacionais dos adolescentes, quando diante de crises e adversidades com restrições sociais. Permite aos profissionais de saúde, educadores e família dar suporte ao adolescer, às escolhas relacionais, com diretivas a um diálogo aberto e valorizador das mesmas e do projeto delineado pelo adolescente.
Quanto às limitações, sobressai o fato de o estudo ter sido realizado apenas em um município, não abarcando todas as classes sociais, o que aponta para explorações de novas facetas do fenômeno adolescer. Ressalta-se que a experiência retratada não generaliza a vivida por todos os adolescentes, pois sempre algo novo pode surgir, e pode ser aprofundada para posterior inclusão no modelo teórico, o que é característica do método empregado.
FINANCIAMENTO
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
REFERÊNCIAS
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ADOLESCENCE ADJUSTING THE CIRCUMSTANCES IMPOSED BY THE PANDEMIC: GROUNDED THEORY
Resumo (abstract):
Objective: to understand adolescence in the context of the COVID-19 pandemic. Method: study guided by Grounded Theory in the post-positivist aspect under the framework of Symbolic Interactionism. The theoretical sample consisted of 23 adolescents who were interviewed in depth in 2021. The analysis using open, axial and selective coding led to a theorization of these adolescents. Results: Intersected by the imposed isolation and the meaning of social interactions for adolescence, the participants sought relational choices to adjust and pursue their projects. They got involved in cyberspace to rescue interactions with peers and, simultaneously, managed family relationships perceived as dual, close, intense, but conflicting. Thus, the conflict required dealing with sentiments and being open to new things. They advanced in autonomy, recognition of themselves and others. Conclusion: On the understanding that there are significant connections for the continuity of their project and development process, adolescents adjusted to the social context imposed through interactional choices.
Palavras-chave (keywords):
Adolescent. Social Identification. Pandemics. Nursing. Grounded Theory.
ADOLESCER AJUSTANDO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS IMPOSTAS PELA PANDEMIA: TEORIA FUNDAMENTADA NOS DADOS
ADOLESCENCE ADJUSTING TO THE CIRCUMSTANCES IMPOSED BY THE PANDEMIC: GROUNDED THEORY
Maria Aparecida Bonelli. Universidade Federal de São Carlos. mmmariabonelli@gmail.com. https://orcid.org/0000-0003-0542-4411.
Aline Oliveira Silveira. Universidade de Brasília. alinesilveira@unb.br. https://orcid.org/0000-0003-4470-7529.
Glauber Weder dos Santos Silva. Secretária de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte. glauberweder@hotmail.com. https://orcid.org/0000-0002-0570-1944.
Diene Monique Carlos. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. diene.carlos@usp.br. https://orcid.org/0000-0002-4950-7350.
Lígia Bruni Queiroz. Instituto da Criança e do adolescente do Hospital das Clínicas da FMUSP. ligia.bruni31@gmail.com. https://orcid.org/0000-0002-0326-7072.
Monika Wernet. Universidade Federal de São Carlos. mwernet@ufscar.br. https://orcid.org/0000-0002-1194-3261.
Article taken from the doctoral thesis "Adolescer: interações sociais e construção identitária" (Adolescence: social interactions and identity construction), submitted to the Federal University of São Carlos, São Carlos, SP, Brazil, 2023.
RESUMO
Objetivo: compreender o adolescer no contexto da pandemia da COVID-19. Método: estudo orientado pela Teoria Fundamentada nos Dados na vertente pós-positivista sob o referencial do Interacionismo Simbólico. A amostragem teórica foi composta por 23 adolescentes que foram entrevistados em profundidade ao longo de 2021. A análise por codificações aberta, axial e seletiva conduziu a uma teorização deste adolescer. Resultados: Intersectados pelo isolamento imposto e pelo significado das interações sociais para o adolescer, os participantes buscaram escolhas relacionais para se ajustarem e perseguir seus projetos. Envolveram-se nos ciberespaços para resgatar interações com pares e, simultaneamente, manejaram relações familiares percebidas enquanto duais, próximas, intensas, mas conflituosas. Destarte, o enfrentamento requereu lidar com sentimentos e abertura ao novo. Avançaram na autonomia, reconhecimento de si e do outro. Conclusão: Sob o entendimento de existirem conexões significativas para a continuidade do seu projeto e processo de desenvolvimento, adolescentes ajustaram-se ao contexto social imposto por meio de escolhas interacionais.
Palavras-chave: Adolescente. Identidade Social. Pandemias. Enfermagem. Teoria Fundamentada.
ABSTRACT
Objective: to understand adolescence in the context of the COVID-19 pandemic. Method: study guided by Grounded Theory in the post-positivist aspect under the framework of Symbolic Interactionism. The theoretical sample consisted of 23 adolescents who were interviewed in depth in 2021. The analysis using open, axial and selective coding led to a theorization of these adolescents. Results: Intersected by the imposed isolation and the meaning of social interactions for adolescence, the participants sought relational choices to adjust and pursue their projects. They got involved in cyberspace to rescue interactions with peers and, simultaneously, managed family relationships perceived as dual, close, intense, but conflicting. Thus, the conflict required dealing with sentiments and being open to new things. They advanced in autonomy, recognition of themselves and others. Conclusion: On the understanding that there are significant connections for the continuity of their project and development process, adolescents adjusted to the social context imposed through interactional choices.
Keywords: Adolescent. Social Identification. Pandemics. Nursing. Grounded Theory.
INTRODUCTION
Adolescence is the experience of individuation circumscribed by sociocultural life1, under a complex and dynamic interconnection between past and current experiences, resulting in growing self-recognition1-4. Biopsychic and social relationship transformations5 take place, with a view to life projects, identity structuring and autonomy6-7. Being in social spaces and the relationships established therein influence and shape adolescence and the challenges it brings4,8.
Pandemics intersect social processes and the COVID-19 pandemic involved restrictions on social relations, affecting identity construction, behavior, autonomy and the shaping of adolescents\' future projects9. In this respect, studies have focused on portraying the impact of the pandemic on the behavior and mental health of adolescents10-19. There was a predominance of quantitative methodological approaches11,15-16,18-20, despite the existence of qualitative studies13,17,21, mixed methods10, reflection22-24 and reviews12,14,25-26. No theorizing on adolescence in this context was found.
There is an urgent need to support the process of adolescence with a view to achieving the physical and mental well-being of adulthood, as well as better living conditions27. Despite greater visibility and efforts to include adolescents, there are still shortcomings in health care for this section of the population, especially in undeveloped countries28.
In Brazil, the estimated population is 207 billion inhabitants, and adolescents account for around 15% of this total29 comprising young people aged between ten and 1928, the age group adopted for this purpose by the Brazilian Ministry of Health.
When focusing on health indicators, the World Health Organization (WHO) estimated that in 2019, more than 1.5 million adolescents and young adults between the ages of 10 and 24 died worldwide, and among the main causes were violence, suicides and traffic accidents30. As far as social issues are concerned, in 2021, the percentage of Brazilian children and adolescents living in extreme poverty and poverty reached the highest level compared to previous years: 16.1% and 26.2%, respectively29. This data reveals the demographic and social importance of this group and the need to implement actions under the National Guidelines for Comprehensive Health Care for Adolescents and Young People31 in order to meet the demands of this section of the population.
In line with the above, and with the Accelerated Global Action for Adolescent Health (AA-HA!) and the Global Strategy for Women\'s, Children\'s and Adolescents\' Health (2016-2030)28,32, this study poses the question: \'How have the social interactions and identity processes of adolescents been affected by the COVID-19 pandemic?\'. The aim was to understand adolescence in the context of the COVID-19 pandemic.
METHOD
The Study Design
This is a qualitative, interpretative study, based on the methodological framework of Grounded Theory (GT) in the post-positivist strand33. GT goes beyond description by developing a theoretical model in which the researcher makes an inductive and deductive analysis of the data, alternating between individual and collective experience, in order to validate the phenomena in the process of generating a theory33.
In this sense, Symbolic Interactionism (SI) has proved to be an important theoretical reference by emphasizing human behavior as a development of social interactions and the concepts derived therefrom34. From this perspective, adolescence is a singular process, structured and derived from social (including internalized) interactions, with a view to achieving identity.
Location of the study
The study was carried out with adolescents living in a municipality in the interior of São Paulo, whose estimated population in 2022 was 254,822 inhabitants, 13% of them adolescents35. Recognized for its high level of development, the town has a Gross Domestic Product (GDP) per capita of R$47,701.04, a human development index (HDI) of 0.805 and 6.5 points on the Basic Education Development Index (IDEB) 35.
In relation to the São Paulo Social Vulnerability Index (IPVS)36, the population is concentrated in very low vulnerability territory, with 62% stratified as low and very low vulnerability and 17% of the population in high and very high vulnerability territory.
Participants of the study
A total of 26 adolescents were invited, 23 of whom agreed to take part and three of whom did not respond after three attempts to contact them. They were located using the snowball sampling technique, based on key informants identified through an outreach activity developed in a school environment with adolescents in 2019. The snowball sampling technique is indicated for locating populations with specific experience37.
The participants were invited to take part in the study via WhatsApp®, by means of a written presentation by the researcher together with an audio explanation of the study, its objective and data collection strategy. Those who expressed an interest in taking part in the study were asked to provide the contact details of their parent or guardian so that a consent form could be sent to them. The agreement and consent forms were sent via a Google Forms® link. After receipt of consent to participate, the interviews were scheduled.
Gathering of data
The data was collected throughout 2021 and, considering the pandemic situation, it was collected online, through a single open interview, audio recorded on the Google Meet® platform, lasting 20 minutes on average. Initially, sociodemographic information was obtained, and then the guiding questions for the sample groups were presented.
In order to achieve theoretical saturation and category density, that is, the absence of new elements linked to the phenomenon, theoretical sampling33, five sample groups were formed (Table 1).
Table 1
The initial selection criteria for the participants were: (a) to be between 12 and 18 years of age, (b) to be interested in contributing to the study and (c) to have the consent of a parent or guardian.
Analysis of the data
The data collected were transcribed in full and analyzed simultaneously33. The entire process of data collection and analysis was carried out by the first author, a nurse, PhD student in Health Sciences, member of the outreach team at an adolescent health clinic and a school, with previous experience in GT (master\'s research).
Open coding took place through the process of line-by-line analysis to create codes and concepts. The codes were organized by similarity, establishing the initial categories. Axial coding was the process of interpreting the data based on the five components of the Paradigm Model, relating and substantiating the categories. In selective coding, the analytical organization of the data made it possible to identify the paradigmatic model, with the delimitation of the phenomenon and central category of the study. This model was validated with two adolescents, a 17-year-old boy from the private school system and a 15-year-old girl who attended a public school. The validation took place remotely, via Google Meet®, where the diagram representing the Central Category was presented and the narrative of the experience was read out. The adolescents identified with the experience, with emphasis on the sentiments and suffering arising from isolation and separation from their peers. This was the final stage of the GT, important for analyzing its relevance and representativeness33.
All ethical recommendations were respected and the study was approved by the Human Research Ethics Committee, CAAE 39524120.2.0000.5504. Participants were identified by the letter (A), followed by the ordinal number in which the interview was conducted.
RESULTS
The participants were 11 males and 12 females, aged between 12 and 17, the majority were in elementary school (n=17), the others in secondary school (n=6). As for the school system, 11 were from public schools and 12 from private schools. 15 adolescents lived in a nuclear family and six in a single female parent family. In terms of where they lived, according to the IPVS36 (immediate danger to life and health), 4 lived in a region of very low vulnerability, 5 in a region of low vulnerability, 8 in a region of medium vulnerability and 6 in a region of high social vulnerability.
The results show that adolescence in the COVID-19 pandemic is represented by the phenomenon “Maintaining meaningful connections for the continuity and achievement of the life project”, sustained by five conceptual categories, organized from the components of the paradigmatic model: Context (adolescence); Causal conditions (having the project curtailed by the COVID-19 pandemic); Intervening conditions (being suddenly exposed to changes and experiencing the intensification of family relationships); Strategies (intensifying the relationship with oneself, immersing oneself in cyberspace and intensifying the use of Information and Communication Technologies (ICTs) and revisiting projects and expectations); Consequences (suffering emotional distress, recognizing the essential nature of social relationships, expanding autonomy and discovering oneself).
Context
Adolescence is the context of experience, it is shaped by social interactions and encompasses the intertwining of developmental changes (physical, emotional and social demands) under social projections of responsibility and the future, with the current desire and anxiety to live together with peers and the tessitura of their story.
In adolescence you evolve a lot, apart from your physical appearance, your psyche changes, your thoughts, your desire to go out, be with friends, all that sort of thing. And I always wanted to be an adolescent, because I saw my brother going out, my cousins going out, having fun, telling stories, and I thought, I want to go out with my friends, I want to have stories to tell (A14).
Causal Condition
With the project curtailed by the COVID-19 pandemic, the causal condition of this phenomenon is understood, since the prospect of spending adolescence with peers in a freer and more intense manner has been challenged.
I had a lot of expectations as a teenager, of going out, going to lots of parties, having fun with my friends, but then the pandemic came and ended all the expectations I had (A15).
Intervening conditions
They found themselves being suddenly exposed to changes and experiencing the intensification of family relationships, a condition that intervened in the expectations projected for adolescence. The change in the course of the process of adolescence requires social interaction in a context symbolically immersed in fear and restriction, confronting expectations of the past and the future.
The changes were felt most intensely when the schools closed and they realized that they were confined to their homes. They are suddenly prevented from frequenting social spaces where they can interact with their peers, especially in schools.
Before the pandemic, I used to arrive despondent and leave school happy, with my stomach aching from laughing so much, it was really cool, [...] from one day to the next, man, there was nothing, it was over, everyone had to stay at home, just on the cell phone screen, so it was a shock, like, you know, out of nowhere the disease appeared and it was over (A17).
Being isolated was a symbol that was difficult to work out, as was wearing a mask that made it impossible to see and feel the other person, which interfered with interactions.
It\'s hard, I only see my friends at school, and they have to wear masks, I can\'t remember almost anyone\'s face, and when they take their mask off, I think “Oh my God!” (A10).
Online teaching was complex, they described difficulties with the platforms used by the schools, limits to concentration and the lack of an educator/adolescent bond. The speed with which everything happened required an abrupt adaptation.
It was a bit strange, all of a sudden you couldn\'t look at anyone, you could only hear their voice, or see them through the screen of your cell phone. It was difficult, we\'d get bored and just leave the class and leave the teacher talking and go and do something else, you know, so it was really hard to learn anything, it was really hard to concentrate (A10).
The change was sudden, symbolized tension and required an intense process of the Mind with directives for (re)significations and actions. The inversion of interactional spaces was imposed along with the intensification of family relationships. In this sense, the way in which the family positioned itself in support had a major impact on the experience.
Family relationships, sometimes considered to be strengthened by the imposition of coexistence, were also immersed in conflicts arising from sharing spaces, tasks, dealing with different personalities, as well as the continuous supervision of parents/family members.
[...] I started to get really sad, like, I bite my nails, and then I started biting my nails a lot, and then my mom called some friends to help me do homework, to stay here at home, to help each other, you know, to see if we could cheer up a bit, that\'s what helped me (A9).
Being with the family was nice, but I think because we spent a lot of time together and there was no space, there were fights, we answered each other back, me and my brother, in fact my whole family fought (laughs) [...] my mother controlled everything, all the time. But we also started doing more things together, like watching movies, TV shows, sitting on the balcony, having lunch or sunbathing (A3).
Overall, family interactions were perceived as making little contribution to achieving the individuality of BEING in adolescence and its particularities.
Strategies
Faced with the challenges of social isolation, teenagers had to use strategies to keep going with their lives and their projects. They intensified their relationship with themselves, immersing themselves in cyberspace and intensifying their use of Information and Communication Technologies (ICTs) and revisiting projects and expectations.
Being forced into this new context of interaction caused them to regard adolescence during the pandemic as difficult and complicated, because they considered that they were being deprived of the best phase of their lives, restricted to their homes, unable to go out, travel and, above all, be with their friends.
In adolescence, the development of the Self occurs in the midst of interactions, including with oneself, when they perceive themselves as being in oscillation, with different \'vibes\' in a single moment.
Adolescence also has its downsides, because it\'s when you discover yourself and go through different emotions and sometimes they\'re emotions that affect you and that tell you more about your personality, and so it\'s something very strange, kind of bipolar, because one moment you\'re one way and another moment you\'re another, every moment you\'re in a different \'vibe\', different choices, I think that\'s it (A13).
The process of understanding oneself structured adolescence, they reflected on what and how things and people are seen and felt, with greater sensitivity to the symbols emitted around them. The pandemic imposed a lonely and painful process of relating to oneself.
I had to learn to live in my own company and that\'s difficult [...] I think about a lot of things on my own and end up getting paranoid, and my friends helped me forget a bit, [...] This time alone was good for me to get to know myself better, to mature, [...], being alone changed me a lot, I became very critical of myself, I\'m learning to live with it, and I changed a lot due to the sadness of being alone, I became a bit fearful, very sentimental and emotional (A18).
Immersing themselves in cyberspace and intensifying the use of ICTs was a move made by teenagers in their search for social interaction and the support it offered. They considered cyberspace to be conducive to freedom of choice, of whom to talk to, what to access and how to relate.
When I\'m on my cell phone, I leave the world of the pandemic for a while, and go to a world with more people, you know, that\'s it, connecting with more people (A4).
The social isolation imposed by the COVID-19 pandemic restricted interactional experiences and impacted personal and social identity.
School was the symbol of freedom, as they felt freer there, making choices without so many family projections and impositions. Thus, the impossibility of being there, of interacting with peers by going to school, was seen as the main loss and launched teenagers into cyberspace, eager for new ways of relating freely and alleviating suffering.
We were stuck at home, I had very bad days, I was alone all day, in the dark room, doing absolutely nothing and I ended up calling some of my friends so we could make video calls, almost daily to talk, because it\'s very difficult not to talk, not to talk at all, it\'s difficult to do everything by message, so psychologically the pandemic affected me enormously, it affected me too much to be without my friends (A19).
It was possible to perceive that ICTs, enabled and facilitated by the pandemic, alleviated the lack of interactions with peers and provided opportunities to meet people, moments of distraction and leisure. Despite this, they reinforced the loss and distancing of friendships.
What changed most with the pandemic, I think, was physical contact with friends, now we only talk by video call or voice call, and online games, and I ended up losing some friends, the relationship with my friends became quite distant (A1).
The need to see and feel the other person in the interaction process was noted with regret. Shyness was recognized as an additional obstacle in this context; they missed laughing and talking to friends. Being face-to-face with others provides different sensations and exchanges when compared to the virtual world.
Despite the difficulties they experienced, they remained hopeful for the return to everyday life and continued to invest in their projects, looking beyond the pandemic, despite the losses - friends, meetings, graduations, parties, trips and even loved ones. Astuteness and the desire for new challenges stood out in the hope of resuming their projects.
My expectation with the end of the pandemic is to go out, talk to friends, which is what I missed the most, [...] In the future, I intend to go to college, study, have a job, and later maybe buy my own car, have my own source of income (A14).
Consequences
All this rearrangement of life and interactions for adolescents during the pandemic caused them to suffer emotional stress, recognizing the essentiality of social relations, expanding autonomy and self-discovery.
Restrictions on movement in social spaces for interactions with peers was a loss felt by adolescents, especially at school.
What I wanted was to have been able to continue with my friends, to continue laughing, to have them close to me (A20).
I missed my classroom, school was a place where I felt good, where sometimes I\'d arrive sad and leave laughing, and with online school nobody even talks, they don\'t say anything, it\'s really bad (A15).
The strategies they adopted were insufficient in terms of emotional support. They felt sad, anxious, alone, bored, angry and afraid. Many showed emotional distress and some developed psychological problems. Their feelings were described as complex and not wholly understood.
Before, I used to talk to my mother more, but now, during the pandemic, I don\'t know how to explain the reasons for the feelings I have, like sadness at missing my family, my friends, or some annoyance I feel. I think that before I knew more about what I was feeling, and now because so many things are happening, I don\'t know what\'s going on with my feelings, it\'s a bit harder to talk about, and I feel more sadness, it\'s hard to live with the pandemic (A2).
[...] the psychological issue was very difficult during the pandemic, because I developed anxiety, there were some months that were difficult, I even had some problems with depression, I lost a lot of friends, a lot, because face-to-face conversations are one thing and remote conversations are something else, so it\'s very difficult psychologically, both psychologically and physically, because physical contact, the warmth of having people close to you is very good, and is missed (A7).
I developed an eating disorder because of all this, because of staying at home, because of the pandemic itself (A21).
This greater immersion in their feelings, sadness and anxieties allowed them to mature, fostered solidarity and empathy, enabling them to highlight the evolution of their interaction processes with themselves and their sensitivity.
The pandemic made me think that there\'s not just me in the world, and I need to help others, like not going out, wearing a mask, using hand sanitizer, like not transmitting this disease to my family (A6).
I really missed meeting people, because I was no longer able to socialize, not even at home, I didn\'t know how to respond to people anymore, I couldn\'t pay attention anymore, have physical contact, anything that touched me, I couldn\'t identify what it was, what the meaning was (A12).
They reinforced the importance of social relations for adolescents, especially friendships. Although cyberspace provided a virtual meeting place for teenagers, it was perceived as \'distant\' and impersonal.
With the freedom offered by belonging to and managing cyber-spaces, teenagers were challenged in their autonomy when it came to making decisions about studying and meeting deadlines when handing in assignments and exams. They experienced difficulties in self-organization.
Because I had to create a routine, a routine of waking up, getting up, doing homework, talking to people, even online. Now we talk a lot, do a lot in class, and I learn a lot too, but I\'ve had to organize my studies, hand in activities, pay attention to deadlines, take care of everything at school (A5).
This autonomy transcended into family life, because, with the obligation to stay at home, new roles were assigned to adolescents, and they began to take care of the house and younger siblings, especially when their parents maintained their work routine.
In a move simultaneously to overcome the frustration of not living up to their adolescent expectations and to allow themselves to try out new roles and situations, they made discoveries in different areas, such as reading, writing, sports activities, cooking, make-up, body arts, and social interaction through games and online communication platforms.
During the pandemic, we spent a lot of time on our cell phones, so we learned a lot of things on our phones. For example, I learned how to cook better, do makeup and I also started reading on my cell phone, it was really cool (A13).
Thus, the theoretical model \'Adjusting to the circumstances imposed by the pandemic\', represented by figure 1, emerges in the adolescent\'s movement and strategies for adjusting to the circumstances imposed by the pandemic, in an attempt to maintain meaningful connections and the continuity, integrity and normality of their life process. This projection for living through adolescence, observed in the phenomenon under study, can be seen in the preponderance of the categories \'Intervening conditions\', \'Strategies\' and \'Consequences\'.
Figure 1
DISCUSSION
Adolescence is socially associated with the construction of identity and a life project, processes based on and through social relationships. Anchored in the IS, identities require and transcend recognition of the Self, the I in relationships, with reflections on individual actions and those of others, cultural inferences, under a comparative process and with comprehensive efforts on interactions, values, behavior and conduct38.
In adolescence there is a greater force behind the formation of identities, given the rise of autonomy, behavioral and personality recognition, all of which are influenced by social relations. Socio-economic status, family configuration and interaction processes between parents and children, as well as the influence of affection and openness to dialogue, reflect on adolescents\' social behavior7.
Compared to children, adolescents spend more time with their peers than with their families and thus form more complex relationships with them9. This reorientation towards their peers stimulates their development and gives them a sense of social self-identity9. The adolescents in this study pointed out the importance of relationships with friends for developing identity, and the interruption in socializing caused by the pandemic was seen as an obstacle, threatening development, thwarting expectations, generating ruptures, uncertainties and suffering.
It follows then that widespread changes in the social environment, such as forced physical distancing and reduced face-to-face social contact with peers, can have a substantial effect on adolescence9.
The pandemic brought about the loss of friends and made it impossible to celebrate previously planned social events with the character of "rites of passage". However, it brought benefits, especially the recognition and appreciation of friendship and relationships28.
The social isolation of the pandemic situation was seen as restricting the realization of projects and the building of meaningful relationships. To counteract this, there was an intensification of communication through ICTs, including as a resource for agreeable experiences39, an aspect that leads to the discussion of the purpose of ICTs during adolescence.
When considering the anxiety surrounding adolescence, it is worth drawing a parallel between the social restriction experienced by adolescents during the pandemic and controlling family relationships. The uncontrolled or unsupervised socialization of young people is identified as a precursor to deviant behavior40, but adolescence requires freedom. It is in unsupervised environments that adolescents exercise their decision-making power7, build relationships and develop autonomy. Freedom of choice is socially expected during adolescence, from the choice as to with whom, how and where to relate, to decisions about the future. Adolescents project the acquirement of this freedom, which in the context under study was disrupted, but it was sought nevertheless, demonstrating that it is a structural element of adolescence, with indications that it is based on support for families with adolescents.
Social interactions with peers allow adolescents to recognize themselves in relationships, to reflect on their behavior and the behavior of others, and provide a space for speaking and listening. They thus contribute to the adolescent\'s well-being and projects9. Strengthening friendships is essential, for which reason the search for peers is intense4. Friendships are powerful for dealing with problems, including bad experiences, and form an important support network4,41. This study has confirmed the distinctive meaning of friendships in adolescence.
In addition, the COVID-19 pandemic brought to the surface reflections on mental health and psychological suffering in the face of restrictions on social relations42, an aspect reinforced here. A study found that 51% of adolescents reported having experienced a worsening in their level of irritability, 48% in their anxiety level and 47% in their general mood during the COVID-19 pandemic. Of these, 39% reported increased depression19.
As regards family relationships, the pandemic had a double effect, as a promoter of affection, protection and care, but also of negative sentiments such as loneliness, sadness and disdain, largely due to family dysfunctions, arguments and disagreements42. Understanding family relationships is a guide for interventions to support adolescents and families during and after the pandemic43.
Expanded social relations have proved to be a special place for adolescence, with indications of protecting their occurrence. They can exercise their choices, especially those of interaction and with peers who support the process of \'experimentation\' that is typical and necessary for adolescence. On the other hand, the social construction that links adolescence to situations of risk and vulnerability leads some families to adopt a behavior of vigilance and control. Health and education professionals can provide an opportunity to talk about this, in order to support families and adolescents in achieving open communication and decision-making that respond to and sustain this need of the adolescent.
In this respect, the school is a propitious and important social space in the results of this study. It happens that actions in this context tend to be imbued with capacitism, under the guise of protection and the notion that adolescents are \'minors, almost non-subjects\'44. Protection is important, but it needs to be sustained by processes that promote the self based on the relationship with oneself and with other social beings33, otherwise it will fail to emancipate people.
Every situation that leads to a restriction or curtailment of social relations puts the adolescent\'s development and project at risk. It is therefore imperative to resume social relationships that are essential to identity processes when thinking about the social context, and intersubjectivities are on the list of actions to support adolescence.
It is a challenge for public policies to go beyond the simple numerical expansion of spaces for socialization in order to improve the dialogs and intersubjectivities in these spaces. It is what is experienced in these social interactions that influences adolescents and their critical autonomy.
The findings of this study make it possible to illustrate the essential need for a view that places social (peer, family and extended) relations at the center, as opposed to one that insists on giving priority to issues of biology and risk. These will only make sense if they are thematized based on the foundations of the social interactions that project and sustain adolescence. Therefore, the focus must be on building relational environments that promote emancipation, which have their own features and depend on the individuality of each adolescent and their social insertion.
FINAL CONSIDERATIONS
The theoretical model \'Adjusting to the circumstances imposed by the pandemic\' discusses the movement of adolescents to face the consequences of isolation and to live adolescence despite the restrictions imposed, while keeping their project on the horizon. It portrays the importance attributed to adolescence in terms of freedom to be and relate in social spaces.
The theory developed here represents a framework for understanding adolescents\' relational choices when facing crises and adversity with social restrictions. It allows health professionals, educators and the family to provide support for adolescents and their relational choices, with guidelines for an open dialog that values such choices and the project envisaged by the adolescent.
As for the limitations, it is important to note that the study was only carried out in one municipality and did not cover all social classes, which points to the need to explore new facets of the phenomenon of adolescence. It should be emphasized that the experiences portrayed do not apply across the board to all adolescents, as something new can always arise, and can be further explored for later inclusion in the theoretical model, which is characteristic of the method used.
FUNDING
This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Finance Code 001.
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Como
Citar
Bonelli, M. A., Silveira, A. O., Silva, G.W.S, Carlos, D. M., Queiroz, L. B., Wernet, M.. ADOLESCER AJUSTANDO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS IMPOSTAS PELA PANDEMIA: TEORIA FUNDAMENTADA NOS DADOS. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/mai). [Citado em 22/12/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/adolescer-ajustando-as-circunstancias-impostas-pela-pandemia-teoria-fundamentada-nos-dados/19262?id=19262