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Artigos

0109/2025 - Autogestão da dor crônica no processo de retorno ao trabalho: revisão integrativa
Self-management of chronic pain in the return to work process: integrative review

Autor:

• Rosilene de Oliveira Rosa João - Rosa João, RO - <rosilenejoao@yahoo.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0009-0005-6754-9318

Coautor(es):

• Bruna Vasconcelos dos Santos - Santos, BV - <brunavasconcelos@estudante.ufscar.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3967-9327

• Fernanda Maria de Miranda - Miranda, FM - <fermariademiranda@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2198-2827

• Priscilla Hortense - Hortense, P - <prih@ufscar.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0554-451X

• Vivian Aline Mininel - Mininel, VA - <vivian.aline@ufscar.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9985-5575



Resumo:

Introdução: As estratégias de autogestão da dor crônica são alternativas que possibilitam a manutenção ou recuperação da capacidade funcional em trabalhadores. Objetivo: sintetizar o conhecimento científico sobre as estratégias de autogestão da dor crônica no contexto de trabalho. Método: revisão integrativa da literatura guiada pelas recomendações do PRISMA, publicadas nas bases de dados MEDLINE, WoS e Scopus, em português e inglês, de 2017 a 2022, a partir dos descritores “chronic pain” e “return to work”. Resultados: dos 14 estudos incluídos, dez apontam estratégias para autogestão da dor crônica, predominantemente focadas no indivíduo por meio de programas multidisciplinares, dois apresentam participação do supervisor de trabalho neste processo e dois descrevem ações no ambiente de trabalho como facilitadores para o retorno ao trabalho. Conclusão: A atuação de múltiplos profissionais, o estabelecimento de plano terapêutico individualizado com participação ativa do trabalhador, o envolvimento do empregador e adaptações no local de trabalho foram apontadas como importantes estratégias para o retorno ao trabalho, mas ainda assim, com necessidade de maior envolvimento organizacional devido à característica biopsicossocial da dor e a alta influência do meio na eficácia da autogestão.

Palavras-chave:

Saúde do Trabalhador; Dor Crônica; Autogestão; Retorno ao Trabalho.

Abstract:

Introduction: Chronic pain self-management strategies are alternatives that enable the maintenance or recovery of functional capacity in workers. Objective: to synthesize scientific knowledge about chronic pain self-management strategies in the work context. Method: integrative literature review guided by PRISMA recommendations, published in the MEDLINE, WoS and Scopus databases, in Portuguese and English, from 2017 to 2022, using the descriptors “chronic pain” and “return to work”. Results: of the 14 studies included, ten indicate strategies for self-management of chronic pain, predominantly focused on the individual through multidisciplinary programs, two present the participation of the work supervisor in this process and two describe actions in the workplace as facilitators for returning to work. Conclusion: The work of multiple professionals, the establishment of an individualized therapeutic plan with active participation of the worker, the involvement of the employer and adaptations in the workplace were highlighted as important strategies for returning to work, but still, with a need for greater involvement organizational due to the biopsychosocial characteristic of pain and the high influence of the environment on the effectiveness of self-management.

Keywords:

Occupational Health; Chronic Pain; Self-Management; Return to Work.

Conteúdo:

Introdução
A dor crônica tem representado um importante problema de saúde pública, afetando cerca de 20% dos adultos nos Estados Unidos1, 45% no Reino Unido2 e 46% no Brasil3, prevalência que tende a aumentar quando associada ao fator idade3. Considerando o contexto de trabalho, a dor se encontra entre os principais motivos de absenteísmo, além de causar desgaste físico e mental aos trabalhadores, levando a prejuízos na prática profissional e no desempenho4.
No Brasil, as notificações de agravos relacionados ao trabalho no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)5, em 2022, foram de 392,6 mil, com destaque para a prevalência de lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) com 7.259 casos. Mesmo com a reconhecida subnotificação das doenças e acidentes relacionados ao trabalho, dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)5 do mesmo ano apontam a prevalência dos DORT entre os afastamentos por motivos de doenças relacionados ao trabalho, sendo a dorsalgia responsável por 20,8% e lesões de ombro por 16,8%.
O surgimento de lesões relacionadas ao trabalho está diretamente relacionado às características do ambiente e das atividades, exigência de produtividade, tipo de mobiliários e equipamentos e tem como causa a repetitividade e invariabilidade do trabalho, atividades que necessitam uso de força física, posturas inadequadas ou estática, pressão mecânica, vibração e outros, ou seja, envolve aspectos biomecânicos, cognitivos, sensoriais e de organização do trabalho6. Portanto, ajustes ergonômicos e adaptações nas atividades laborais devem ser considerados na reinserção do trabalhador com dor, como avaliação de posturas, movimentos corporais, cargas, tarefas, relações e fatores ambientais7, bem como fatores organizacionais, como ritmo de trabalho, demandas e pressão por produtividade.
Pessoas com dor crônica enfrentam diversos desafios para lidar com as limitações impostas, o que torna o retorno ao trabalho um grande entrave. Além da persistência da dor, os aspectos psicossociais, afastamentos por longos períodos, mudanças nos postos de trabalho, nível de demanda psicológica, apoio organizacional, dos colegas e da chefia, e ainda, programas de retorno ao trabalho podem ser facilitadores ou dificultadores desse processo8.
Atitudes direcionadas à autogestão da dor a partir do autoconhecimento, do autocuidado e do respeito às limitações tendem a facilitar a adaptação9. Pessoas estimuladas ao autocuidado e ao gerenciamento dos sintomas, que compartilham a responsabilidade de controle da dor e de melhoria da funcionalidade com os profissionais da saúde e empregadores podem ter redução do absenteísmo e maior facilidade no retorno e manutenção no trabalho, assim como conseguir contínua motivação, apoio social e estímulos para superar problemas no local de trabalho10.
Neste contexto, é importante ressaltar que a dor é um fenômeno multifatorial e subjetivo, influenciado por fatores biopsicossociais, incluindo aspectos relacionados ao trabalho6, além do ambiente em que o indivíduo vive e se relaciona11,12. Trata-se de uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada (ou semelhante àquela associada) a uma lesão tecidual real ou potencial11, que interfere na vida das pessoas e pode implicar em mudanças no estilo de vida, na personalidade e na capacidade funcional9.
Considerando a dor como um fenômeno complexo e multidimensional, sua abordagem precisa incluir o trabalhador com dor, colegas de trabalho, chefias ou supervisores, serviços de saúde ocupacional, profissionais do sistema de saúde e rede de apoio, em uma ação conjunta e compartilhada que tende a facilitar o manejo no processo de retorno e manutenção do trabalho.
A adoção de um modelo de retorno ao trabalho que considere os aspectos biopsicossociais e a participação dos diferentes stakeholders (partes envolvidas)13 é imprescindível para assegurar que o trabalhador tenha todas as condições favoráveis para o retorno ao trabalho. Portanto, abordar o trabalhador com dor envolve a corresponsabilidade de diferentes instâncias e atores envolvidos no processo de retorno ao trabalho e, aqueles que têm poder de influência ou governabilidade sobre o caso devem estabelecer estratégias que garantam a reinserção laboral e a sustentabilidade do retorno ao trabalho, adotando uma perspectiva sistêmica integrada.
A partir dessa perspectiva ampliada do conceito da dor e do modelo de retorno ao trabalho, esse estudo adotou o conceito de autogestão da dor crônica como uma estratégia de manejo construída em parceria entre a pessoa com dor (no caso, o trabalhador) e profissionais de saúde presentes em todos os níveis de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como nas organizações empregadoras (como os serviços de saúde e segurança no trabalho), a partir de ações de educação e de recursos disponíveis para a definição de metas e tomada de decisões terapêuticas com foco na resolução dos problemas identificados para melhor autogerenciamento da dor crônica14. Esse processo consiste em ajudar as pessoas com dor a mudarem o foco da cura para a participação ativa, investindo na melhora dos níveis de autoeficácia e de habilidades para permanecerem funcionais15, com apoio dos profissionais de saúde. Ainda, inclui o uso de estratégias baseadas na complexidade da dor e no modelo biopsicossocial que, em sua dimensão social, considera o contexto de trabalho e demais atores e processos envolvidos15.
Nesse sentido, a autogestão da dor passa a ser desenvolvida pela própria pessoa, que adquire conhecimentos com os profissionais de saúde com propósito de controle da dor e manutenção ou recuperação da capacidade funcional e, ao mesmo tempo, recebe apoio dos empregadores que devem buscar conhecimentos, favorecer adaptações e ajustes no local e nas atividades de trabalho, inclusive prevenindo o agravamento de cada caso15.
Apesar da alta prevalência da dor crônica em adultos1,2,3, investigações sobre a autogestão da dor crônica em trabalhadores são escassas14, mesmo frente à crescente necessidade de programas e estratégias direcionadas a ajudar as pessoas a lidarem com sua dor12. Identificar as estratégias de autogestão da dor no retorno ao trabalho é importante para motivar a criação de programas e políticas públicas que enderecem esta temática, além de contribuir para o avanço científico em um assunto pouco explorado, e com isso, instrumentalizar os trabalhadores e empregadores a implementá-las.
Assim, essa revisão traçou como objetivo sintetizar o conhecimento científico sobre as estratégias de autogestão da dor crônica no contexto de trabalho.

Método
Essa Revisão Integrativa da Literatura foi desenvolvida a partir das cinco etapas propostas por Whittemore e Knafl16: 1) identificação do problema e pergunta norteadora; 2) pesquisa de literatura a fim de buscar estudos que respondam à questão destacada; 3) avaliação dos dados; 4) análise dos dados; 5) apresentação da revisão.
As recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA)17 foram seguidas para reportar os achados desta revisão integrativa, objetivando relatar de maneira satisfatória e transparente a condução deste estudo com o método empregado. Embora este guia tenha sido elaborado para revisões sistemáticas, ele é amplamente adotado por outros tipos de revisão18-20 e justifica-se sua aplicação devido a inexistência de um instrumento específico para atribuir estudos de revisão integrativa.
Para alcançar o objetivo proposto, foi definida a seguinte pergunta de pesquisa (etapa 1): Quais as estratégias de autogestão da dor crônica utilizadas pelos trabalhadores no processo de retorno ao trabalho? A pergunta apresentada teve como base o mnemônico PCC: (P) População – trabalhadores, (C) Conceito – estratégias de autogestão da dor crônica e (C) Contexto – retorno ao trabalho, para a busca de literatura21.
A seleção dos artigos para pesquisa na literatura (etapa 2) teve a participação de três pesquisadores (RORJ, BVS, FMM). A busca dos artigos foi realizada por RORJ nas bases de dados virtuais de pesquisas Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Web of Science (WoS) e Scopus. A escolha por estas bases se deu pelo número de revistas ordenadas e com abrangência na área da saúde, resultando em possibilidade de maior indexação de artigos relacionados à temática. Os critérios de inclusão consideraram estudos publicados em inglês e português; no período de 2017 a 2022 (recorte temporal para permitir publicações mais recentes e busca de atuais estratégias de autogestão da dor que estão sendo utilizadas dado o avanço do conhecimento nesta temática nos últimos anos), disponíveis na íntegra e que respondiam à pergunta norteadora. Foram excluídos os estudos duplicados, artigos de revisão e literatura cinza.
A estratégia de busca (string) tomou como base os descritores disponíveis no Medical Subject Heading (MeSH): “chronic pain” e “return to work”, bem como expressões sugeridas com termos boleanos AND e OR conforme Quadro 1.
Quadro 1: Estratégias de busca nas bases de dados Medline, Web of Science e Scopus.
As autoras optaram por não utilizar o descritor “autogestão” na estratégia de busca após verificar que este reduzia sobremaneira a quantidade de artigos recuperados. Assim, optou-se por ampliar o escopo de buscas e identificar as estratégias de autogestão da dor crônica pela leitura dos artigos na íntegra.
Os artigos recuperados foram exportados no formato BIBTXT ou RIS para uma pasta com o nome de cada base de dados e a data de busca. Em seguida, foram exportados para o software Rayyan22, um gerenciador de revisão que permite a triagem inicial de resumos e títulos usando um processo de semiautomação com alto nível de usabilidade22. O processo de seleção foi realizado em duplo-cego (R1-RORJ e R2-BVS) e os conflitos foram analisados por uma terceira pesquisadora (R3-FMM), que decidiu pela inclusão ou exclusão dos artigos.
Seguindo a etapa 3 do referencial metodológico, os artigos incluídos na amostra foram classificados segundo o nível de evidência e avaliados criticamente, utilizando a Ferramenta de Avaliação de Evidências Baseadas em Pesquisa do Johns Hopkins Nursing Evidence-Based Practice23, que é adequada para estudos quantitativos, qualitativos ou mistos. Esse instrumento apresenta três níveis de evidência: I - estudos clínicos randomizados; 2 - quase-experimentais; 3 - não experimentais. A avaliação crítica é baseada em respostas “sim”, “não” ou “não aplicável” e pode resultar em três níveis de avaliação das evidências: alta qualidade (A); boa qualidade (B); ou baixa qualidade (C). Esta etapa também foi realizada por dois pesquisadores em processo duplo-cego e os resultados de cada estudo estão apresentados no Quadro 2.
Quadro 2: Resultado do nível de evidência e avaliação crítica dos artigos23.
A avaliação crítica das evidências, no caso de estudos de revisão integrativa, não tem a pretensão de excluir estudos considerados de baixa qualidade (não é um critério de seleção da amostra), mas demonstrar o nível de evidência dos estudos incluídos para compreensão do leitor. Nesta revisão, somente um estudo foi classificado como de baixa qualidade (C), e este foi mantido na amostra, que teve como considerações mais comuns no corpus das evidências: a falta de atualidade das referências utilizadas (ter a maioria das fontes dos últimos cinco anos ou de um estudo seminal), a baixa confiabilidade dos instrumentos utilizados para coleta de dados e a baixa precisão das conclusões, que não refletiam integralmente os achados do estudo.
Dois instrumentos foram utilizados para a análise dos dados (etapa 4): uma matriz analítica com dados de caracterização dos artigos, incluindo título, ano, país, objetivo, desenho de estudo, amostra e descrição da dor; e uma planilha com os desfechos de interesse: estratégias utilizadas, resultados obtidos e fatores que influenciaram o retorno ao trabalho. A interpretação dos dados foi realizada à luz do referencial teórico conceitual da autogestão da dor crônica14-15 e os resultados foram apresentados de forma descritiva e organizados em quadros (etapa 5).

Resultados
Foram recuperados 562 artigos que, após processo de seleção duplo-cego, resultaram em uma amostra de 14 artigos24-37, conforme Figura 1.
Figura 1. Fluxograma representativo do processo de seleção dos artigos.
A caracterização dos estudos está apresentada no Quadro 3, com dados de autor, ano de publicação, país, objetivo, desenho e amostra dos participantes.
Quadro 3. Caracterização dos estudos segundo o autor, ano de publicação, país, objetivo, desenho e amostra dos participantes.
A maioria dos estudos (42,8%) é de 2017, sendo predominantes publicações da Suécia (35,7%), Suíça (14,3%) e Noruega (14,3%). Embora tenha sido evidenciado uma variedade metodológica, predominaram os ensaios clínicos randomizados (35,7%) e estudos de coorte (35,7%). A variedade de escopo também foi observada, sendo identificados como focos: aumentar a empregabilidade, melhorar a incapacidade devido a dor, diminuir período de afastamento, aumentar a participação através da recuperação funcional, identificar comportamentos de medo-evitação, buscar preditores de recuperação da capacidade de trabalho e analisar os efeitos de programas sobre manejo da dor crônica.
A média de idade dos participantes dos estudos foi de 44 anos (dp=2,7), os períodos de afastamento variaram de 147 dias31,37 a mais de 7 anos30,35 e em apenas dois estudos estavam descritas as profissões24,28, sendo elas: administrador, profissional da saúde, assistente social24, supervisor de fábrica e caixa28, enquanto em outros, a amostra está descrita como tendo demanda de trabalho média a pesada26, profissões que demandam esforço físico29 ou trabalho fisicamente exigente31.
Alguns artigos25,28-30 mesclaram participantes empregados e desempregados em busca de restauração funcional para retornar ao mercado de trabalho e outro estudo34 incluiu participantes aposentados, considerando que o retorno à função seria o retorno às atividades de vida diária. Tais artigos foram incluídos nessa revisão, mas considerou-se somente os resultados para os participantes empregados, visto que o foco desse estudo foi a identificação das estratégias utilizadas por trabalhadores no retorno ao trabalho.
Dos 14 artigos incluídos, cinco não apresentavam dados de escolaridade na amostra estudada24-26,28,34, enquanto os demais apontaram participantes com baixo a médio nível de escolaridade27,29-32,35-37, com exceção de um deles33 onde 67% dos participantes apresentavam escolaridade de nível superior, porém sem descrição das profissões ou campo de atuação.
É apresentado a descrição da dor, as estratégias que foram utilizadas e seus respectivos resultados em busca da autogestão da dor para retorno ao trabalho no Quadro 4.
Quadro 4: Descrição da dor, estratégias de autogestão da dor crônica no retorno ao trabalho e resultados.
Quanto à caracterização da dor houve predominância da lombalgia26,28-29,31-33,35-36 como causa de incapacidade e licença do trabalho, seguida de dor em região cervical24,30-31,33,36, musculoesquelética27,34,37 e fibromialgia30-31, o que pode estar relacionado a atividades de esforço físico29 e posturas adotadas conforme descrito em alguns estudos com trabalhadores apresentando demanda de trabalho de média a pesada26 e trabalho fisicamente exigente31.
Quanto às estratégias de autogestão da dor para o retorno ao trabalho, dez estudos tiveram como foco o indivíduo ou trabalhador e foram direcionadas à reabilitação, readaptação e enfrentamento25-26,28,30-32,34-37; os demais tiveram foco organizacional, com participação do supervisor24,27, avaliação do ambiente de trabalho29 e intervenção no ambiente de trabalho33. De todos os estudos, apenas um aponta que os trabalhadores foram encaminhados pelo médico da empresa para participação em um programa de retorno ao trabalho27.
Em geral, para o desenvolvimento das estratégias, houve uso simultâneo de terapias e participação de múltiplos profissionais, com estabelecimento de planos terapêuticos individuais focando na incapacidade e reabilitação, redução da cinesiofobia, melhora da qualidade de vida e aumento da possibilidade de retorno ao trabalho. Onze estudos25-27,29,31-37 descreveram o desenvolvimento de programas multidisciplinares para gestão da dor, um aborda estratégia isolada de fisioterapia24, um aborda estratégia combinada de fisioterapia e psicologia com foco na terapia cognitivo comportamental28 e outro estudo aborda estratégia multidisciplinar e da psicologia com terapia de aceitação e compromisso30.
Com exceção de alguns estudos que utilizaram as estratégias multidisciplinares27, 29, 33 para a autogestão da dor somadas ao apoio organizacional, os demais centralizaram no trabalhador a responsabilidade para o controle da sua dor e alcance de resultados de melhoria na incapacidade, aspecto que não converge com o modelo biopsicossocial para o retorno ao trabalho, no qual a responsabilidade é compartilhada entre os diferentes stakeholders.
A duração dos programas voltados a reabilitação e manejo da dor variaram de 5,5h31 até 15 semanas27, enquanto ao tempo de acompanhamento pós-intervenção variou de 1,5h25 até 24 meses33,37.
Dentre as estratégias que apresentaram desfecho positivo no retorno ao trabalho, destaca-se as desenvolvidas por meio de programas multidisciplinares e com diferentes ações associadas. A primeira29, teve duração de quatro semanas (100 horas) e contemplou a avaliação do ambiente de trabalho, terapias físicas e ocupacionais (ênfase nas atividades e adaptações no local de trabalho), educação, exercícios de autogerenciamento e grupos de apoio. Este programa apresentou resultado de diminuição da dor (de 6,7 para 4,8 pontos), da incapacidade (de 41 para 30,7 pontos), da cinesiofobia (de 43,5 para 39,5 pontos) e, após 18 meses, 78,5% dos participantes retornaram ao trabalho.
A segunda estratégia33, com duração de 12 semanas, incluiu a participação ativa do trabalhador, intervenções no local de trabalho, atividades individuais e em grupo, definição de metas, exercícios, estratégias de enfrentamento, recomendações sobre adaptações no ambiente e reinserção laboral progressiva, resultou em uma taxa de retorno ao trabalho de 65% em 24 meses. A estratégia não resultou em uma redução significativa da intensidade da dor, pois o foco estava em ajudar o trabalhador a desenvolver formas de enfrentamento da dor, sendo encorajados a se concentrarem em seus objetivos individuais e aumentar sua participação em atividades, associada a recomendações e adaptações no ambiente e organização do trabalho.
A terceira estratégia34 que também apresentou desfecho significativo no retorno ao trabalho teve abordagem educativa, gestão de medicamentos, exercícios, aconselhamento individual, em grupo e familiar, ioga e pilates. Apresentou duração de 4 semanas e teve como resultado o retorno ao trabalho de 64,5% dos participantes em 3 meses.
Outra estratégia31 com resultados significativos teve como foco a saúde, os fatores psicossociais, a qualidade de vida, a comunicação e a avaliação das condições e da situação de trabalho. Essa intervenção, baseada no modelo biopsicossocial e com atuação de médico, fisioterapeuta e assistente social, teve ênfase na educação e desenvolvimento de habilidades para lidar com crenças de evitação do medo e expectativas negativas, fatores considerados como de alto risco e que, quando gerenciados, podem contribuir para a melhora da dor crônica e resultar em um retorno ao trabalho mais rápido. Para apoiar a elaboração do plano de reabilitação, os profissionais utilizaram a ferramenta (ISIVET - Interdisciplinary Structured Interview with a Visual Educational Tool) em conjunto com o paciente. A intervenção se estendeu por três meses, totalizou em cinco horas e meia de carga horária e apresentou como resultados uma taxa de 63,8% de retorno ao trabalho em 12 meses. Os autores demonstraram a validade dos resultados a partir de testes estatísticos e concluíram que intervenções multiprofissionais são benéficas, mesmo para trabalhadores com baixo suporte no trabalho, uma vez que combinam aspectos psicossociais, de saúde e do trabalho, com foco na capacidade de enfrentamento e incluíram iniciativas direcionadas à melhoria da situação de trabalho.
Oito investigações24,26,28-29,31-34 avaliaram a intensidade da dor antes e após as intervenções, e três delas28-29,34 relataram uma diminuição da dor pós-intervenção. Os demais estudos descreveram as estratégias sem um impacto significativo na melhora da intensidade da dor, mas observaram uma melhora nas capacidades funcionais e na interferência da dor nas atividades, o que resultou em maiores probabilidades de retorno ao trabalho24,26,31,33. Apenas um estudo32, devido à limitação da amostra, não concluiu os resultados.
Os demais estudos que utilizaram a abordagem multidisciplinar e apresentaram como desfecho o retorno ao trabalho tiveram como resultado: 56,3%32 retornaram ao trabalho em 12 meses após participarem de uma intervenção de cinco dias; 42,6%37 retornaram ao trabalho em 24 meses após uma intervenção de cinco horas e meia; 38%27 retornaram ao trabalho após seis meses de participação em estratégia de 15 semanas, tendo envolvimento do empregador e inspeção do local de trabalho para ajustes ergonômicos; 31,3%30 retornaram ao trabalho em 12 meses após participar de nove sessões de um programa multidisciplinar.
Além das estratégias multidisciplinares, um estudo28 que utilizou Terapia cognitivo comportamental combinada com fisioterapia se destacou no retorno ao trabalho de 100% dos participantes, após participação em estratégia que teve mínimo de 6 sessões com duração de 60 minutos cada, abordando educação, progressão de exercícios específicos, identificação de crenças negativas e comportamento de evitação do medo.
Nove estudos24, 27-29, 31-32, 34, 36-37 descreveram estratégias educativas, o que aponta para a importância do conhecimento sobre a dor, tanto pela pessoa em condição crônica, quanto para o empregador, supervisores e companheiros de trabalho. O autoconhecimento e o (re)conhecimento do outro aumenta as chances de aceitação do que é possível, no entendimento da capacidade e induz ao desenvolvimento de novas habilidades, com maior segurança, confiança e apoio.

Discussão
Segundo Mann et al.15, as estratégias de autogestão devem considerar a dor como um resultado objetivo, medido quanto à intensidade, incapacidade ou interferência. Conforme visualizado nos resultados, a dor nem sempre apresentou melhora na intensidade, mas houve uma redução na incapacidade para realizar atividades e maior probabilidade de retorno ao trabalho. Lima et al38 apontam que é possível prevenir incapacidade por meio de programas de retorno ao trabalho que adotem abordagem proativa, reconhecimento dos determinantes e plano de reabilitação terapêutica incluindo intervenção no ambiente de trabalho e conscientização institucional para apoio e ajustes necessários.
Em geral, os estudos demonstraram o desenvolvimento de estratégias multidisciplinares para a autogestão da dor, com o trabalhador desempenhando um papel central no controle da sua dor, auxiliado por profissionais de saúde para alcançar melhorias na incapacidade e sucesso no retorno ao trabalho8,14,39. Isso ilustra, por um lado, a importância da parceria com os profissionais de saúde para a construção de conhecimentos e habilidades de enfrentamento14, porém, por outro, mostra a fragilidade das estratégias que responsabilizam o indivíduo pela melhora de suas condições de saúde, sem considerar outros fatores que influenciam na dor, como aqueles relacionados ao trabalho, incluindo necessidade de ajustes nas atividades, no ambiente e na organização laboral.
A autogestão da dor só é possível quando são ofertadas as condições favoráveis para que o trabalhador se recupere de situações agudas, podendo usufruir de afastamentos e repouso adequado (isso inclui sem prejuízos de recebimentos); tenha flexibilidade para retornar às atividades laborais gradativamente; e tenha possibilidades de adaptações em sua atividade ou mudança de atividade dentro de sua expertise40. Adaptações no ambiente e na organização do trabalho e o apoio institucional ao trabalhador com dor aumentam as chances de um retorno ao trabalho mais rápido40 e eficaz, assim como a permanência desse trabalhador no trabalho.
Os resultados encontrados nessa revisão são semelhantes aos achados publicados por Cullen et al.41, que apontaram aumento no retorno ao trabalho e melhora no manejo da condição de dor crônica auxiliada por múltiplos profissionais, uma estratégia de parceria pessoa-profissional39 com foco na qualidade de vida e manutenção da funcionalidade42.
Apesar da importância do apoio institucional no processo de retorno ao trabalho, a participação do supervisor ou do empregador e estratégias com foco no ambiente de trabalho foram descritas em menos da metade dos artigos incluídos nessa revisão, apontando uma fragilidade. Nesse sentido, a literatura41-43 destaca a necessidade de investimentos em abordagens que promovam a disseminação de conhecimento e conscientização sobre a dor no ambiente de trabalho para que o retorno ao trabalho seja um processo positivo.
Cabe ressaltar que os dois artigos29,33 que apresentaram estratégias no contexto de trabalho foram os que obtiveram maior taxa de retorno ao trabalho (78,5% e 65%, respectivamente), evidenciando a importância de adaptações e ajustes de trabalho para receber os trabalhadores com dor, assim como o envolvimento de chefias e colegas41. Isso também reforça a importância de as instituições adotarem um modelo de retorno ao trabalho que não responsabilize o trabalhador, mas seja direcionado à atender as suas necessidades a partir de uma ação integrada multinível dos demais stakeholders. Ou seja, a autogestão só é possível quando o trabalhador tem conhecimento suficiente, autonomia e controle para tomar as melhores decisões e isso só é possível quando há compartilhamento de poder e de responsabilidades (sendo o empregador a parte com maior poder de decisão nesse contexto), e quando tais condições são asseguradas ao trabalhador.
Dentre os desafios e fatores limitantes para o retorno ao trabalho foram descritos a licença médica de longa duração e as exigências do mercado de trabalho31, além da colaboração dos stakeholders e o local de trabalho com necessidade de adaptações25, mas nem sempre exploradas nos artigos selecionados, que em geral focam no trabalhador e não no ambiente de trabalho.
Blake, Somerset e Greaves43 descrevem que há uma falta de estratégias relacionadas à identificação de barreiras e facilitadores para autogestão da dor crônica considerando o contexto de trabalho e que, geralmente, estão concentradas na neurofisiologia da dor e na funcionalidade, aspecto também encontrado nessa revisão. Isso significa que mesmo os trabalhadores com alta expectativa de retorno ao trabalho após licença médica prolongada, ao encontrarem um ambiente desfavorável e falta de apoio institucional apresentam dificuldades em se reinserir no mercado de trabalho, conforme Brendbekken et al.37.
Em contrapartida, Cullen et al.41 apontam que existe uma forte evidência de que o tempo de afastamento do trabalho é reduzido quando há ofertas de acomodação no trabalho e facilidade de contato entre profissionais de saúde e local de trabalho, mostrando mais uma vez a importância do apoio para esse processo.
Assim, apesar da maioria das estratégias não contarem com o apoio institucional e nem terem resultado na melhora da intensidade da dor (um preditor negativo juntamente com ansiedade e depressão para capacidade funcional26, 31), elas influenciaram positivamente no retorno ao trabalho, aumento do conhecimento, aceitação da capacidade de realizar tarefas e desenvolvimento de habilidades dentro do possível.
Observa-se que, mesmo as estratégias de menor duração, promoveram o retorno ao trabalho durante o tempo de acompanhamento das pesquisas (12 meses31 e 24 meses37). Essas estratégias focaram na educação, crenças negativas e habilidades de enfrentamento, considerados como fatores de risco significativos para o trabalhador com dor crônica31,37. Todavia, a revisão de Devan et al.42 aponta que manter a motivação ao longo do tempo pode ser uma barreira para autogestão devido à persistência da dor, sendo necessário a oferta de suporte intermitente. Entretanto, esse suporte não foi identificado nos estudos selecionados, assim como não foi possível avaliar indicadores que permitissem compreender como intervenções pontuais e de curta duração alcançaram resultados expressivos capazes de assegurar uma reinserção laboral sustentada.
Apesar de diversas estratégias combinarem diferentes atividades e profissionais, ainda é necessário avançar em abordagens mais integradas, que considerem os aspectos biopsicossociais e o conceito ampliado de saúde, como foco na prevenção de agravamento da dor e na promoção da saúde no ambiente de trabalho. Para tanto, incluir a participação de gestores, chefias e tomadores de decisão e realizar modificações no ambiente e organização do trabalho, direcionadas a um objetivo comum, são indispensáveis para promover o retorno e manutenção do trabalho. Nesse sentido, Foster et al.8 fazem recomendações para orientar o manejo da dor persistente, incluindo o autogerenciamento, a retomada das atividades, exercícios, programas psicológicos e educativos.
Outro aspecto não contemplado nas pesquisas foi o fenômeno trabalhar com dor, aspecto que pode ser explorado em investigações futuras. Sabe-se que pessoas que convivem com dor crônica precisam adaptar-se às novas condições e desenvolver estratégias para autogestão, a fim de manter suas atividades sociais e laborais. Compreender como esse processo é vivenciado pelos trabalhadores pode ser mais um elemento a contribuir nas estratégias para promoção do retorno ao trabalho seguro e sustentável.
Cabe ressaltar que a inexistência de estudos no contexto brasileiro não permitiu identificar estratégias intra e intersetorias, ou seja, considerando os diferentes profissionais e serviços das redes de atenção à saúde do SUS e demais instâncias envolvidas no processo de afastamento e retorno ao trabalho, como INSS, sindicatos e Ministério do Trabalho, indicando que este assunto merece ser explorado no contexto nacional e analisado à luz das políticas públicas voltadas à saúde e segurança no trabalho.
As estratégias que foram utilizadas nos artigos selecionados, envolvendo trabalhadores com dor crônica e visando o retorno ao trabalho, não estão descritas com o termo “autogestão”, mas foram identificadas como tais de acordo com o referencial utilizado nessa revisão. Assim, fica apresentado como uma limitação, pois pode comprometer a replicabilidade se utilizado o termo em questão. Considerando as evidências para a tomada de decisão, uma limitação da revisão integrativa refere-se ao fato de não ser possível mensurar o impacto real das estratégias para retorno ao trabalho com testes mais robustos, como em metanálises.

Conclusão
As abordagens multidisciplinares de autogestão da dor crônica, ou seja, a combinação de diferentes terapias, ações e profissionais, foram as estratégias mais utilizadas pelos trabalhadores. Essas impactaram positivamente no retorno e manutenção do trabalho, inclusive em médio prazo, bem como no aumento da funcionalidade e capacidade para o trabalho. Contudo, nem sempre resultaram em melhora significativa na intensidade da dor.
O tempo de duração das estratégias foi variável e mesmo a mais curta, com menos de seis horas de duração, alcançou resultado positivo no retorno ao trabalho e na melhoria das capacidades funcionais.
A maioria das estratégias se concentram em ações direcionadas ao indivíduo e no desenvolvimento de habilidades individuais para autogestão da dor. Poucas incluíram a participação do empregador e mudanças no ambiente e organização do trabalho a fim de acomodar as necessidades do trabalhador, um aspecto crítico, uma vez que o autogerenciamento eficaz só é possível com oportunidades, apoio e autonomia. As poucas estratégias que contemplaram a participação do empregador e o apoio institucional encontraram melhores resultados quando comparados a outras que não consideraram, apontando para a relevância de envolvimento de gestores, chefias e tomadores de decisão nesse processo.
A atuação de múltiplos profissionais, o estabelecimento de plano terapêutico individualizado em busca de resultados de acordo com suas necessidades e limitações, o envolvimento do empregador e adaptações no local de trabalho foram apontadas como importantes estratégias para o retorno ao trabalho, mas ainda assim, com necessidade de maior envolvimento organizacional devido à característica biopsicossocial da dor e a alta influência do meio na eficácia da autogestão.
Os achados dessa revisão apontam para relevância de estratégias que considerem diferentes profissionais e ações direcionadas aos aspectos individuais e do contexto de trabalho. A interpretação dos achados à luz do referencial teórico de apoio avança ao abordar uma face da autogestão da dor crônica pouco explorada na literatura: aquela que contempla o contexto de trabalho como parte indissociável do autogerenciamento da dor, uma vez que é o meio que deve se acomodar às necessidades dos trabalhadores e, portanto, facilitar e apoiar o trabalhador nos esforços para retorno e manutenção da atividade laboral, apesar da dor.
Nesse sentido, estratégias direcionadas ao retorno ao trabalho de trabalhadores com dor crônica, bem como pesquisas futuras nesse campo, devem explorar essa dimensão da autogestão da dor, avançando em um modelo que considere os aspectos individuais, mas privilegie àqueles relacionados ao trabalho e ajustes ergonômicos. Ademais, é importante avançar em estudos que abordem o papel do SUS, do INSS, dos serviços de saúde e segurança do trabalho (estejam eles dentro ou fora da empresa) e do empregador nesse processo, seja facilitando ou dificultando (e, talvez, impedindo) esse caminho.
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Rosa João, RO, Santos, BV, Miranda, FM, Hortense, P, Mininel, VA. Autogestão da dor crônica no processo de retorno ao trabalho: revisão integrativa. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/abr). [Citado em 04/07/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/autogestao-da-dor-cronica-no-processo-de-retorno-ao-trabalho-revisao-integrativa-de-literatura/19585

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