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Artigos

0127/2025 - Estresse no trabalho em quilombolas: um estudo populacional
Work stress among quilombolas: a population study

Autor:

• Ricardo Jardim Neiva - Neiva, RJ - <ricardo.neiva@ifnmg.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0571-5972

Coautor(es):

• Sérgio Vinícius Cardoso de Miranda - Miranda, SVC - <sergio.vinicius.esf@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8482-7560

• Patricia de Sousa Fernandes Queiroz - Queiroz, PSF - <patrícia.fernandes@ifnmg.edu.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4616-1593

• João Felício Rodrigues Neto - Rodrigues-Neto, JF - <joao.felicio@unimontes.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8189-6539

• Marise Fagundes Silveira - Silveira, MF - <ciaestatistica@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8821-3160



Resumo:

O objetivo do estudo é identificar a ocorrência de estresse relacionado ao trabalho e associá-lo a aspectos sociodemográficos e de saúde em quilombolas residentes em comunidades rurais no norte de Minas Gerais, Brasil. Trata-se de estudo transversal realizado em 2019 a partir de entrevistas semiestruturadas e aplicado a Job Stress Scale (JSS). A análise foi realizada pela estatística descritiva, análise univariada e multivariada, pela regressão logística multinomial. Identificou-se associação positiva do trabalho de alto desgaste com idade inferior a 40 anos (OR: 2,32; IC95% 1,12-4,80), empregado rural ou agricultor (OR: 2,36; IC95% 1,07-5,18) e baixo apoio social (OR:2,5; IC 1,30 -5,09). Também foi observada associação significativa em indivíduos com resultado positivo para transtornos mentais comuns e trabalho ativo (OR: 2,96; IC95% 1,34-6,97). A relação entre o estresse e ocorrência de transtornos mentais comuns em atividades de alto desgaste e trabalho ativo, evidencia a necessidade de integração da Política Nacional de Saúde do Trabalhador, Rede de Atenção Psicossocial e instituições de qualificação profissional, identificando e intervindo em necessidades e problemas de saúde.

Palavras-chave:

Estresse psicológico; Vigilância em saúde do trabalhador; Comunidades quilombolas; Grupos com ancestrais do continente africano.

Abstract:

The aim of this study is to identify the occurrence of work-related stress and associate it with sociodemographic and health aspects in quilombolas living in rural communities in the north of Minas Gerais, Brazil. This is a cross-sectional study carried out in 2019 using semi-structured interviews and applying the Job Stress Scale (JSS). The analysis was carried out using descriptive statistics, univariate and multivariate analysis, using multinomial logistic regression. A positive association was identified between high-strain work and being under 40 years of age (OR: 2.32; 95% CI: 1.12-4.80), working as a rural or agricultural employee (OR: 2.36; 95% CI: 1.07-5.18), and low social support (OR: 2.5; 95% CI: 1.30-5.09). A significant association was also observed among individuals who tested positive for common mental disorders and active work. (OR: 2.96; 95% CI: 1.34-6.97). The relationship between stress and the occurrence of common mental disorders in high-burden activities and active work highlights the need for the integration of the National Workers' Health Policy, the Psychosocial Care Network, and professional training institutions, identifying and addressing needs and health issues.

Keywords:

Stress, psychological; Surveillance of the Workers Health; Quilombolas communities; African continental ancestry group.

Conteúdo:

INTRODUÇÃO
Quilombos são espaços de histórica resistência de grupos rurais negros no Brasil. São comunidades definidas principalmente pela sua conexão ancestral com ex-escravizados afrodescendentes, perpetuação de tradições e forte relação com atividades ligadas à terra. Populações quilombolas vivem, na maioria dos casos, do trabalho informal e agricultura de subsistência1 . Neste grupo, o trabalho relaciona notoriamente a marca social de raça, gênero e classe. Papéis sociais destas comunidades definem que ao homem se designa nas fazendas, atividades que exijam grande força física, como a lida com a plantação, enquanto às mulheres se delineia as tarefas domésticas, atividades produtivas nos quintais e produção de artesanato2.
O trabalho é uma das estruturas centrais nos estudos de desigualdades sociais, afetando emprego, renda, saúde e bem-estar dos indivíduos. Estudos sobre o estresse relacionado ao trabalho têm ganhado diferentes abordagens como forma de observar sua participação em alterações de saúde em trabalhadores, inclusive discutindo gênero e raça 3-6 . Dentre os modelos que se destinam a avaliá-lo, observando seu envolvimento na saúde das pessoas, temos o modelo demanda-controle7.
O modelo bidimensional de demanda e controle relaciona dois aspectos psicossociais no ambiente de trabalho(demandas psicológicas e controle do trabalhador sobre o trabalho) ao risco de adoecimento8. A demanda associa-se a pressões psicológicas ocorridas no ambiente laborativo, envolvendo tempo e velocidade na realização do trabalho e também a relação entre demandas contraditórias e conflitos do ambiente. O controle, por sua vez, se refere a habilidades e autonomia no trabalho9. O modelo é aplicado à escala de estresse relacionado ao trabalho, a partir da Job Stress Scale (JSS) 7,10.
Os quadrantes do modelo demanda-controle têm origem nas dimensões demanda psicológica e controle sobre o trabalho, sendo: alto desgaste no trabalho, trabalho ativo, trabalho passivo e baixo desgaste7. Os quadrantes baixo desgaste e trabalho ativo são referidos como menor associação com adoecimento relacionado ao trabalho; por sua vez, os quadrantes de alto desgaste e trabalho passivo referem-se a chance maior de adoecimento 11.
Diversos estudos hoje buscam relacionar o alto desgaste na atividade laboral com outros fatores. Relacionam o modelo para aplicação em profissionais de saúde submetidos a situações estressantes12,13, além de ter sido testado em associações com doença isquêmica do coração, obesidade, doença coronariana, hipertensão arterial, transtornos musculoesqueléticos e Transtornos Mentais Comuns (TMC) 14.
Estudos que utilizaram o modelo demanda-controle no Brasil relacionaram as características de alta demanda e baixo controle à ocorrência de agravos como acidentes de trabalho12,15. Em escala global, estudos focalizados no modelo demanda-controle (alta demanda e baixo controle) em trabalhadores demonstraram relação com comportamentos adversos de saúde, como inatividade física e propensão ao consumo de álcool e fumo. Na Europa, a utilização do modelo em pesquisas recentes demonstram o baixo controle e alta demanda como condição causadora de estresse para enfermeiros e fisioterapeutas, entre outros profissionais da saúde14,16,17. Há, portanto, amplo uso do modelo em análises sobre as relações de trabalho e emprego.
Dados do Censo Demográfico de 2022 indicam que 68% dos desempregados no Brasil são negros, com renda média familiar per capita duas vezes menor que de pessoas brancas18. Além da baixa ocupação de postos de trabalho, são ofertados ao homem negro no Brasil, historicamente, a maior parte dos trabalhos braçais e de baixa qualificação, seja em grupos populacionais periféricos ou em agrupamentos rurais tradicionais, igualmente numerosos. O censo indica ainda que existem 1,3 milhão de quilombolas no país, em 1693 municípios. Destes, 68,19% estão na região nordeste. Em Minas Gerais são 453 comunidades quilombolas com certificação de autodefinição pela Fundação Cultural Palmares, em sua maioria na região norte do estado 19.
Estudos que analisam o estresse do trabalho não levam em conta o trabalhador rural, dando enfoque a trabalhadores concentrados no setor de serviços, em especial área industrial e da saúde14. É válido analisar o estresse relacionado ao trabalho no homem negro residente no campo. Em especial no semiárido mineiro, uma das regiões com menor índice de desenvolvimento humano (IDH), do Brasil20. Quilombolas estão sujeitos a condições desgastantes de trabalho no campo, em uma situação que se perpetua através dos séculos, trazendo chance de desenvolvimento de TMC2,21.
Embora seja sabido que questões étnico-raciais interfiram nas relações de trabalho estabelecidas21,22, ainda são escassos estudos que analisam o estresse associado ao trabalho no campo,6,23,24 especialmente em se tratando de comunidades de povos tradicionais. Portanto, pretende-se lançar luz sobre o tema do estresse no trabalho, associando-o a aspectos laborais, sociodemográficos e de saúde dos homens quilombolas.

MÉTODOS
Trata-se de estudo transversal realizado em 2019, com quilombolas residentes na macrorregião de saúde norte do estado de Minas Gerais, Brasil. A macro norte é formada por nove microrregiões de saúde, compreendendo 86 municípios, com total de aproximadamente 19 mil quilombolas. As comunidades foram identificadas através de dados disponibilizados pelas Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social e Saúde além de levantamento no Centro de Agricultura Alternativa, em consulta on-line ao Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva e da Fundação Palmares.
Foi adotado, para cálculo amostral, a prevalência de 50% devido à heterogeneidade de eventos observados na coleta dos dados, com 95% de intervalo de confiança, estimativa de perdas de 20%, efeito de desenho igual a 2,0 e precisão de 5 pontos percentuais. Definiu-se o uso de dados de 30 comunidades quilombolas do total, utilizando amostragem por conglomerado com probabilidade proporcional ao tamanho (PPT). Devido ao espaçamento na distribuição geográfica das comunidades, optou-se por iniciar a coleta de dados no ponto central destas, em prosseguimento com deslocamento em espiral, por abordagem dos moradores em suas residências até que se atingisse o tamanho de amostra determinado para cada comunidade.
Elegíveis para participação no estudo, foram pessoas acima dos 18 anos de idade, autodeclaradas quilombolas e que residam nas comunidades. Excluíram-se participantes com comprometimento cognitivo ou mental.
Os dados foram coletados em questionário semiestruturado, baseado na Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, entre os meses de janeiro e agosto de 2019, por entrevistadores previamente capacitados. Entre os dados, foi inserido o questionário JSS, que foi adaptado e traduzido para o português no ano de 2004 9. O referido questionário é composto por perguntas que buscam mensurar a demanda psicológica, controle sobre o trabalho e apoio social. É composto por 17 questões, sendo cinco referentes à demanda, seis referentes ao controle e seis referentes ao apoio social. Estas estão dispostas com respostas do tipo likert de 4 pontos. As perguntas que tratam de demanda e controle variam entre “nunca/quase nunca” a “frequentemente”, enquanto as questões do apoio social variam de “discordo totalmente” até “concordo totalmente”.
As variáveis dependentes foram assim estabelecidas: DEMANDA (1. Com que frequência você tem que fazer suas tarefas no trabalho com muita rapidez? 2. Com que frequência você tem que trabalhar intensamente (produzir muito em pouco tempo)? 3. Seu trabalho exige demais de você? 4. Você tem tempo suficiente para cumprir todas as tarefas do seu trabalho? 5. O seu trabalho costuma apresentar exigências que você discorda [não concorda]?) CONTROLE (1. Você tem possibilidades de aprender coisas novas no seu trabalho? 2. Seu trabalho exige muita habilidade ou conhecimentos especializados? 3. Seu trabalho exige que você tome iniciativas [decisões importantes]? 4. No seu trabalho você tem que repetir muitas vezes a mesma tarefa? 5. Você pode escolher como fazer o seu trabalho? 6. Você pode escolher o que fazer no seu trabalho?) APOIO SOCIAL (1. Existe um ambiente calmo e agradável onde você trabalha; 2. No trabalho, você se relaciona bem com os seus colegas; 3. Você pode contar com o apoio de seus colegas de trabalho; 4. Se você não estiver num bom dia, seus colegas compreendem; 5. No trabalho você se relaciona bem com os seus patrões; 6. Gosta de trabalhar com seus colegas).
Cada categoria do modelo na JSS gerou um escore por meio da soma dos pontos atribuídos a cada uma das perguntas apontadas, podendo estas serem categorizadas em alta e baixa, e estabelecida uma média para cada uma. Dessa forma, o grau baixa demanda (? 12 pontos) e alta demanda (> 12 pontos) foram definidos pela média 12,0 (DP = 3,1). Na dimensão controle o grau baixo controle (? 16,3 pontos) e alto controle (> 16,3 pontos), foi definido pela média 16,3 (DP= 3,7). O escore de apoio social foi definido como baixo apoio (? 22 pontos) e alto apoio (> 22 pontos), com média 22,0 (DP=2,7). A partir das dimensões dicotomizadas de demanda (alta e baixa) e controle (alto e baixo), foram definidos os quadrantes do modelo demanda-controle em alto desgaste no trabalho (alta demanda psicológica e baixo controle), trabalho ativo (alta demanda psicológica e alto controle) trabalho passivo (baixa demanda psicológica e baixo controle) e baixo desgaste (baixa demanda psicológica e alto controle) (Figura 1)10.
As variáveis independentes consideradas foram: a) Sociodemográficas – Idade (abaixo dos 40 anos; acima dos 40 anos); escolaridade(não alfabetizado; até oito anos de estudo; mais de oito anos de estudo); estado conjugal (com companheira; sem companheira); renda per capita (até R$1438,00; acima de R$ 1438,00); religião (católica; evangélica; não tem religião); apoio social (alto; baixo); b) Laborais e de saúde mental - Empregado rural/ agricultor (sim; não); trabalho (regular e estável; temporário e sazonal); horas de trabalho/ semana (até 40 horas; mais de 40 horas); diagnóstico de doença crônica de longa duração (sim; não); diagnóstico de depressão (sim; não); teste de sofrimento mental (sim; não); Autopercepção da própria saúde (muito boa/ boa;regular/ regular ou ruim).
O instrumento usado para a avaliação de Transtornos Mentais Comuns na população quilombola foi o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), com total de 20 questões, e com escala dicotômica (sim/não) relacionando-se às condições de saúde mental não psicóticas nos últimos 30 dias. As questões do SRQ-20 são: Você tem dores de cabeça frequentes?; Tem falta de apetite?; Dorme mal?; Assusta-se com facilidade?; Tem tremores nas mãos?; Sente-se nervoso, tenso ou preocupado?; Tem má digestão?; Tem dificuldade de pensar com clareza?; Tem se sentido triste ultimamente?; Tem chorado mais do que de costume?; Encontra dificuldade para realizar com satisfação suas atividades diárias?; Tem dificuldades para tomar decisões?; Tem dificuldades no serviço (seu trabalho é penoso, causa-lhe sofrimento?); É incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida?; Tem perdido o interesse pelas coisas?; Você se sente uma pessoa inútil, sem préstimo?; Tem tido ideia de acabar com a vida?; Sente-se cansado o tempo todo?; Você se cansa com facilidade?; Tem sensações desagradáveis no estômago?. Para cada resposta afirmativa é atribuído um ponto, totalizando-se 20 pontos no caso de todas as respostas positivas. Neste estudo, o ponto de corte adotado foi de 7 ou mais respostas positivas20,25.
Foi realizada análise descritiva das variáveis, por distribuição de frequência, após o pré-teste. Na análise bivariada, foi realizado o teste Qui-quadrado entre a variável dependente (Quadrante) e todas as variáveis independentes (sociodemográficas, laborais e saúde) e score SRQ-20 25. Nesta etapa, para a seleção de variáveis a serem incluídas na análise multivariada, foi aprovado nível de significância estatística de valor-p inferior a 0,25. Na etapa da análise múltipla, utilizou-se o modelo de regressão logística multinomial, sendo que a categoria de referência da variável dependente foi o baixo desgaste.
Para ajustar o modelo múltiplo foi adotado o método backward (para trás), iniciando com todas as variáveis e retirando-as. Esse processo continuou até restar apenas as variáveis mais significativas para o modelo (valor-p) ? 0,05).
Foram estimadas as razões de chances (OR) ajustadas, com intervalo de 95% de confiança, tendo sido adotado o teste Deviance para avaliar a qualidade de ajuste do modelo múltiplo. As análises foram realizadas pelo programa estatístico SPSS® para Windows®, versão 22.0. O projeto do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (CEP/Unimontes): Parecer nº 2.821.454, emitido em 14 de agosto de 2018. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS
Responderam ao questionário Job Stress Scale (JSS) 340 homens. Com relação a variáveis sociodemográficas, a variação de idade ficou entre 18 a 90 anos, com média de 47,6 anos e desvio-padrão de 15,8, com 226 (66,5%) acima dos 40 anos. 52,4% com escolaridade de até 8 anos de estudo, e 28,9% com mais de 8 anos. 192 participantes (56,5%) afirmaram ter companheira, e 77,4% do total tinham renda familiar inferior a R$ 1438,67, sendo esta renda média per capita no ano da coleta dos dados. Com relação à religião, há um predomínio dos que se declararam católicos (83,5%), seguidos pelos evangélicos (13,2%) e os que afirmaram não ter religião (3,2%).
A frequência de baixa demanda psicológica para o trabalho compreendeu 52,6%, discretamente maior do que a alta demanda (47,4%). O alto controle sobre o trabalho (52,1%) também foi discretamente superior à frequência de alto controle (47,9%), na amostra. Há variação discreta também nas frequências dos quadrantes, com menor frequência do trabalho de alto desgaste (20,6%) em relação ao baixo desgaste (25,3%), trabalho ativo (26,8%) maior frequência do trabalho passivo (27,4%) (Tabela 1).
Em relação às atividades laborais, 72,4% da amostra se declararam empregados rurais/agricultores, com trabalho regular e estável para 50,9% e 49,1% com trabalho temporário e sazonal. A maioria dos entrevistados (62,7%) declarou trabalhar mais de 40 horas semanais.
No inquérito sobre saúde, 71,2% afirmaram nunca ter recebido diagnóstico de doença crônica de longa duração. O diagnóstico médico de depressão foi relatado por 6,2% dos participantes. O questionário SRQ-20 aplicado demonstrou que 21,8% da amostra apresentou resposta positiva TMC. Sobre a percepção da própria saúde, 55,9% relataram entende-la como muito boa/ boa.
A Tabela 2 apresenta a distribuição das variáveis dependentes a partir das variáveis sociodemográficas, segundo os quadrantes demanda-controle. As variáveis idade, escolaridade, estado conjugal, renda per capita e religião não se mostraram estatisticamente associadas aos quadrantes demanda-controle. O apoio social apresentou-se com associação estatística, relacionando o baixo apoio social ao trabalho de alto desgaste.
Quanto ao perfil das variáveis laborais e relacionadas à saúde (Tabela 3), não se verificou associação estatística (p>0,05) entre exercício de trabalho rural/ agricultor, frequência de trabalho, horas de trabalho/semana, diagnóstico de doença crônica de longa duração, diagnóstico de depressão, Self Report Questionnaire (SRQ-20) e autopercepção da saúde.
No modelo múltiplo, em aplicação de regressão logística ajustada (Tabela 4), tendo como categoria de referência o baixo desgaste, verificou-se associação positiva para alto desgaste no trabalho é maior para indivíduos com idade inferior a 40 anos (OR: 2,32; IC 95%:1,12 - 4,80), que desenvolvem trabalhos rurais (OR: 2,36; IC: 1,07 – 5,18) e com baixo apoio social (OR: 2,57; IC 95%:1,30 – 5,09). O modelo apresentou ainda associação positiva em transtornos mentais comuns para indivíduos classificados como trabalhadores ativos (OR: 2,96; IC 95%:1,34 -6,57).

DISCUSSÃO
O estudo avaliou o estresse relacionado ao trabalho de homens quilombolas, residentes em comunidades rurais da região norte do estado de Minas Gerais. As frequências observadas demonstram um predomínio de homens quilombolas exercendo atividades de trabalho passivo (27,4%, n=93) e de baixo desgaste (25,3%, n= 86). Esta condição, de acordo com escala, é associada a ausência de exposição. A maioria da amostra ainda classifica seu trabalho como de baixa demanda (52,6%), com indicador muito próximo da alta demanda referida por (47,4%).
Em estudo realizado em comunidades quilombolas da mesma região, evidencia-se o trabalho como exigência de força humana na zona rural, sendo esta a maior condição de emprego dos grupos estudados2.
As populações locais de quilombolas são inseridas numa linha flexível de produção, configurando-se a maioria dos postos como trabalho temporário e sem garantias de direitos trabalhistas1. Assim, o homem quilombola precisa lidar com as incertezas diárias frente às suas demandas financeiras, na maior parte do tempo urgentes e insuficientes. Considera-se ainda que o alto desgaste ocorra quando há grandes demandas psicológicas sobre o trabalho, que gere insatisfação com a qualidade geral de vida. Essa sobrecarga situa-se na discrepância entre o tempo disponível e a quantidade de trabalho, ou no sentimento qualitativo de incapacidade de realizar o trabalho, independente do tempo26. Como resposta, o trabalhador empreende esforços para aumentar o ritmo de trabalho, ou sentir-se tão pressionado que fique incapaz de cumprir as expectativas26,27.
O trabalho rural em questão é exercido particularmente na pecuária ou agricultura de subsistência. Em estudos que consideraram o modelo entre indivíduos que desempenham atividades laborativas em ambientes fechados, como profissionais de saúde e da educação, o modelo demonstra que variáveis de separação hierárquica do trabalho e tempo de serviço em funções abaixo da escala de comando aumentam o alto desgaste5,28. No caso específico do grupo estudado, este fator pode estar associado a incertezas relacionadas ao trabalho, ao futuro e à persistência da exclusão social. A exclusão histórica das populações negras no Brasil é também responsável pela natureza e tipo de oferta de trabalho2.
Na avaliação das dimensões demanda psicológica e controle sobre o trabalho, o baixo apoio social marca indicadores relevantes em relação ao trabalho passivo e de alto desgaste29. Este, refere-se à dinâmica do relacionamento entre colegas, chefia no trabalho e a ambiência da atividade laborativa, podendo atuar como fator de proteção diante de situações de risco ou nocivas à saúde (alto desgaste e trabalho passivo) 30.
Estudos recentes consideram que o aumento desse apoio social no trabalho reduziu a ocorrência de síndrome do esgotamento - burnout e a intenção de abandonar o trabalho em aproximadamente 20% a 40% dos entrevistados, respectivamente31,32. O baixo controle sobre o próprio trabalho pode se comportar como um fator desestimulador, aumentando a insatisfação no trabalho 28. No caso do grupo estudado, a falta de interação está atrelada à já mencionada carência de estrutura de trabalho, que os tira possibilidade de escolha e não oferece proteção social. Assim, a falta de opções faz com que os homens aceitem as condições existentes, sem que sejam reivindicadas mudanças na estrutura da cadeia de trabalho.
Na categoria de homens com idade inferior a 40 anos situa-se também outro relevante fator da escala de demanda-controle: o trabalho passivo (OR: 2,30; IC:1,18 - 4,51). Os homens quilombolas do norte de Minas concentram- se em trabalhos braçais em carvoarias, atividades rurais de produção de alimentos e também a migração para as cidades para exercer atividades na construção civil, como pedreiros e ajudantes1. A atividade de pedreiro é mencionada como frequente em homens quilombolas no nordeste do país33, relacionada à baixa escolaridade e inserção precoce no mercado de trabalho por questões sociais.
O trabalho passivo também apresenta associação para estresse em indivíduos que exercem atividades elementares nas áreas da saúde e segurança pública 11,34. Pelo modelo demanda-controle, estas são atividades associadas à repetição e podem indicar perda de habilidades ou interesse relacionado ao trabalho 8,14. Essa desmotivação leva ao aparecimento de transtornos mentais, possivelmente pela impossibilidade de se almejar estabilidade social e financeira21.
O questionário SRQ-20 apresenta no score um quantitativo maior de indivíduos com resposta positiva para TMC em trabalhadores ativos (35,1%). É digno de nota que o número de indivíduos que afirmaram ter recebido diagnóstico positivo para depressão é de 6,2% da amostra, enquanto o TMC se mostrou positivo para 21,8 % dos entrevistados. Em estudo realizado em comunidades quilombolas no estado da Bahia, a depressão foi diagnosticada em 10,4% dos homens, associada principalmente ao desenvolvimento de doenças crônicas e baixa percepção da própria saúde35.
No modelo múltiplo, figura ainda a associação significativa de TMC aumentada para trabalhadores ativos. Uma vez que o trabalho ativo se caracteriza por altas demandas e alto controle sobre o trabalho, esta condição dá ao trabalhador a possibilidade de planejar e organizar sua rotina, respeitando suas limitações. Entretanto, altas demandas psicológicas podem levar a maior insatisfação com a qualidade de vida, devido à alta exigência de trabalho30. O próprio aumento de demanda de trabalho também diminui a compensação que o controle sobre o trabalho oferece, nos trabalhadores ativos, sendo este um fenômeno já observado em trabalhadores urbanos6. Assim, o resultado reforça que a alta demanda de trabalho tem papel determinante para agravos na saúde mental.
Existe uma relação estreita entre pobreza, problemas mentais e perturbações psiquiátricas, sendo estas impactadas por condições socioeconômicas, trazendo consequências para o bem-estar e a qualidade de vida de pessoas com menores recursos financeiros36. Estudos relacionam os transtornos mentais comuns em trabalho ativo com questões de gênero e raça em trabalhadores urbanos da saúde, maior chance de ocorrência em mulheres negras6.
A diminuição do nível socioeconômico faz com que as pessoas sejam tomadas por insegurança, incertezas e sentimento de perda. Esse quadro torna-as mais vulneráveis aos problemas associados à saúde mental36. Em contrapartida, estudo realizado nos Estados Unidos constatou que a renda está associada a uma melhor saúde mental, embora etnia e raça determinem a magnitude dessa associação, por estarem os negros americanos entre as mais altas taxas de morbidade e mortalidade em todos os níveis socioeconômicos37.
As condições estressantes de trabalho aumentam o desenvolvimento de transtornos mentais, aumentam as condições para o consumo abusivo de tabaco, álcool e outras drogas e favorecem o surgimento de Doenças Crônicas Não- Transmissíveis (DCNT)38. O processo saúde-doença-cuidado é dramaticamente afetado por iniquidades sociais que surgem das desigualdades estruturantes, que assolam sobretudo as populações rurais39. Assim, é importante analisar os cenários que vulnerabilizam e precarizam as condições de vida e saúde, empreendem sofrimento do corpo e da mente.
Embora muito significativo para compreensão da dinâmica de trabalho nos grupos pesquisados, o estudo não permitiu um aprofundamento na questão associada a demandas físicas oriundas do trabalho manual, ou inseguranças quanto à oferta e manutenção do trabalho. Estas são abordadas pelo modelo proposto no Job Content Questionaire (JCQ)17. O modelo JSS propõe a demanda de trabalho em uma concepção do fazer associado ao tempo de atividade, exigências, atividades repetitivas, entre outras.

CONCLUSÃO
Em grupos quilombolas rurais, o estresse relacionado ao trabalho está diretamente conectado com fatores associados à condição social geral dos indivíduos. Acesso e manutenção do trabalho e renda também se associam ao tipo de trabalho exercido, desempenho de atividades que exigem grande esforço físico, idade e baixo apoio social para evidenciar as maiores chances de se exercer atividades de alto desgaste. Há ainda, no grupo estudado, a presença de transtornos mentais associado à execução de trabalho ativo, com altas demandas e alto controle, como catalisadores de desgaste psicológico.
É o retrato da realidade de homens classificados como pobres, pretos, trabalhadores rurais e de baixa escolaridade. Faz-se necessário que políticas integradas de saúde, qualificação profissional, emprego e renda sejam efetivadas e integradas. Esse apoio deve ser integrado pela VISAT – Vigilância em Saúde do Trabalhador, Rede de Atenção Psicossocial, Ministério Público do Trabalho e instituições de qualificação do trabalho rural, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Instituto Federais de Educação, entre outros órgãos. Essa rede é capaz de assistir e atuar na prevenção do adoecimento pelo trabalho, promovendo qualificação que aperfeiçoe os processos e gere fluidez nas relações laborativas.
Apesar de o modelo não explicar todas as variações e aspectos relacionados ao objeto desta pesquisa, o artigo traz contribuições relevantes para os estudos populacionais de grupos quilombolas. Ressalta-se ainda como limitações do estudo, tal qual afirmado na discussão, o fato de a JSS não contemplar aspectos que relacionem a demanda a esforço físico e insegurança no trabalho, sendo estes também importantes a se considerar na população estudada.

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Neiva, RJ, Miranda, SVC, Queiroz, PSF, Rodrigues-Neto, JF, Silveira, MF. Estresse no trabalho em quilombolas: um estudo populacional. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/mai). [Citado em 29/05/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/estresse-no-trabalho-em-quilombolas-um-estudo-populacional/19603?id=19603

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