1294/2011 - O papel da psiquiatria na reforma psiquiátrica
O papel da psiquiatria na reforma psiquiátrica
Publicado
Autor:
• Octavio Domont de Serpa Jr. - Serpa Jr., O.D. - Rio de Janeiro, RJ - Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro - <domserpa@gmail.com>Área Temática:
Não CategorizadoResumo:
A psiquiatria nasce há pouco mais de duzentos anos atrás se caracterizando como uma medicina especial que se oferece ao cuidado institucional do louco e atravessada pelos saberes da medicina, da história natural (biologia) e filosofia (humanidades). Ela nasce marcada pela ruptura do aparato de exclusão dos marginalizados do Antigo Regime e pela pluralidade epistêmica.Neste artigo é discutida a contribuição que a psiquiatria pode dar hoje, pouco mais de dois séculos e alguns importantes remanejamentos conceituais e institucionais depois, assentada no universo acadêmico e socialmente legitimada, em um outro momento de ruptura, em que novos paradigmas de cuidado são estabelecidos valorizando a situação contextual e intersubjetiva do sofrimento psíquico. Repaginando em um vocabulário contemporâneo a intuição pineliana acerca do desafio ético e epistemológico de um saber e de uma prática de cuidados que tem como objeto o sofrimento psíquico, será defendida a tese de que a este saber e prática se impõe uma articulação dos planos do corpo, da experiência e da narrativa em uma interlocução permanente.
Palavras-chave:
Psiquiatria Reforma Psiquiátrica Corpo Experiência NarrativaAbstract:
Psychiatry was born just over two hundred years ago as a special kind of medicine comprehending the fields of medicine, natural history (biology) and philosophy (humanities) and offering institutional care of the insane. It began by the rupture with the exclusion apparatus of the marginalized people in the Old Regime, characterized by an epistemic pluralism.In this article we discuss the contribution psychiatry can make today, just over two centuries and some important conceptual and institutional rearrangements later, well established in the academic world and socially legitimized, in another moment of rupture, in which new paradigms of care are established valuing the contextual and intersubjective situation of mental distress. Redesigned in a contemporary vocabulary the pinelian intuition about the epistemological and ethical challenge of knowledge and practice of mental suffering care, it will be defended the thesis that to the psychiatric knowledge and practice is necessary to articulate the plans of body, experience and narrative in an ongoing dialogue.
