0241/2024 - PRÁTICAS ALIMENTARES DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: reflexões sobre valores, autonomia e comensalidade DIETARY PRACTICES OF UNIVERSITY STUDENTS: reflections on values, autonomy, and commensality
O artigo analisa os saberes e as práticas envolvidas nas escolhas alimentares de estudantes universitários do ambiente acadêmico. Utilizando uma abordagem qualitativa, foram realizados grupos focais e entrevistas para compreender como concepções hegemônicas são formadas e influenciam as interações individuais e grupais. Por um olhar interdisciplinar e da Teoria das Práticas, os resultados revelaram a interação dos nexos: entendimentos, procedimentos e engajamentos, envolvendo as relações antinômicas entre comer hedônico e comer tradicional. Os estudantes relatam serem protagonistas de suas escolhas alimentares, mas expressam a necessidade de maior autonomia. Abordagens convencionais, incluindo o atual modelo de gestão, contradizem questões identitárias e simbólicas dos estudantes, enquanto intervenções ambientais em nível macro ambientais são mais aceitas do que recomendações pessoais. Concluiu-se que o afeto, a confiança e a liberdade são valores essenciais para que os estudantes tenham maior independência em suas escolhas. Aprimorar programas que promovam mudanças nos fatores comportamentais identificados se torna fundamental não apenas para reduzir riscos, mas também para melhorar a qualidade de vida nessa comunidade.
Palavras-chave:
Sociologia da Saúde; Ambiente Alimentar Organizacional; Universidade Promotora de Saúde; Práticas alimentares.
Abstract:
The article analyzes the knowledge and practices involved in the food choices of university students in the academic environment. Using a qualitative approach, focus groups and interviews were carried out to understand how hegemonic conceptions are formed and influence individual and group interactions. From an interdisciplinary perspective and the Theory of Practices, the results revealed the interaction of nexuses: understandings, procedures and engagements, involving the antinomic relationships between hedonic eating and traditional eating. Students report being the protagonists of their food choices, but express the need for greater autonomy. Conventional approaches, including the current management model, contradict students\' identity and symbolic issues, while environmental interventions at a macro environmental level are more accepted than personal recommendations. It was concluded that affection, trust and freedom are essential values for students to have greater independence in their choices. Improving programs that promote changes in identified behavioral factors becomes essential not only to reduce risks, but also to improve the quality of life in this community.
Keywords:
Medical Sociology (DeCS:13347); Organizational Food Environment (DeCS:60005); Health Promoting University (DeCS:14893); Food practices (DeCS:5350).
Conteúdo:
) INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta uma análise do ambiente alimentar universitário, buscando compreender o sistema de ideias dos atores envolvidos e como estes saberes se organizam e se conectam social, ambiental e cientificamente, sem que haja a supremacia de um sobre o outro. Esta pesquisa está situada no campo dos estudos sociais da ciência e das ciências da saúde, principalmente nas áreas de sociologia e nutrição, promovendo diálogo interdisciplinar e aberto, considerando a complexidade do tema.
A pesquisa consistiu em valorizar o uso de métodos mistos que articularam dados qualiquantitativos, em que o diferencial foi trazer um olhar não tecnicista, mas uma relação ampliada do local de fala e dos saberes dos estudantes. As reflexões e interpretações decorrentes das discussões entre área humana e da saúde colaboram e se apoiam, valorizando ambas. Destaca-se, também, a importância do olhar para as políticas públicas de acesso à alimentação adequada e justa no Brasil, que são fundamentais para promover os direitos humanos.
Nesta perspectiva, visando preencher uma lacuna no campo da alimentação e contribuir para a promoção da saúde no campus, o principal objetivo foi analisar os saberes e práticas alimentares de estudantes, investigando quais são suas disposições em relação à compra de alimentos no ambiente universitário.
O artigo está organizado em quatro seções: a primeira aborda os referenciais teóricos da sociologia da nutrição e saúde, incluindo o conceito de comensalidade, e o arcabouço teórico utilizado na interpretação dos dados. Já a segunda descreve a metodologia e a Teoria da Prática Social, incluindo a coleta e tratamento de dados e o uso de software para análise qualitativa. A terceira, por sua vez, apresenta a análise dos dados empíricos em forma de mapa temático, dividida em subseções correspondentes aos nexos da Teoria das Práticas (TP). Também são discutidos os principais resultados da pesquisa de campo. Por fim, a quarta seção apresenta as conclusões empíricas e teóricas do estudo.
AMBIENTES E PRÁTICAS: PERSPECTIVAS TEÓRICAS
Ambiente Alimentar (AA) se refere ao contexto físico, econômico, político e sociocultural no qual os consumidores se encontram e interagem, com o sistema alimentar, de modo a tomar suas decisões sobre aquisição, preparação e consumo de alimentos. Esta definição foi aceita em painel de especialistas, descrita no relatório The High Level Panel of Experts on Food Security and Nutrition1, sendo utilizada para análise de acessibilidade, disponibilidade, qualidade, preços dos produtos e avaliação das relações entre ambiente e comportamento alimentar, aspectos que influenciam o estado nutricional das pessoas2. O AA Organizacional engloba locais de venda e fornecimento de alimentos em instituições, como escolas e empresas, apresentando desafios de governança que transcendem as decisões individuais6.
Por influenciarem a maneira como as pessoas acessam, preparam e consomem os alimentos, alguns autores argumentam que a alta oferta de alimentos ricos em energia e pobres em nutrientes, proporcionada pela conveniência, dificultaria as escolhas consideradas tradicionais e saudáveis. Este deslocamento no comportamento é uma das razões para o aumento da incidência de obesidade e outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)3,4,5. Desta forma, destaca-se o papel do AA como um ponto de inter-relação entre consumidores e os sistemas alimentares, na propensão de escolhas saudáveis e sustentáveis6, ou seja, de suas práticas, as quais compreendem escolhas, técnicas de preparo, de consumo e de compartilhamento das refeições.
Embora a materialidade seja uma dimensão central em estudos das práticas, parte dos autores estabelece a inclusão de questões ontológicas e de representações simbólicas que se apoiam no significado atribuído a questões comportamentais7. O comportamento alimentar, segundo Diez-Garcia8, está intricadamente ligado às práticas alimentares de grupos humanos. Essa interação complexa envolve aspectos socioculturais e subjetivos, abrangendo decisões, combinações de alimentos, busca por preferências, e reflexões sobre o consumo.
No âmbito decisional, os motivos individuais são necessários, mas insuficientes para explicar a escolha pessoal, que pode ser estruturada em torno da questão individual, seu estado fisiológico, suas preferências alimentares, seu conhecimento nutricional, sua percepção da saudabilidade e outros fatores psicológicos. Porém, a decisão por adotar uma dieta saudável ou um comportamento adequado é muito mais complicada do que a simples escolha pessoal, pois comer é um comportamento altamente contextual9. Já determinantes coletivos como a ambiência, os espaços físicos, econômicos e sociais, e as políticas públicas endossadas pelo governo de cada país exercem mais influências interpessoais do que motivos pessoais9.
A universidade pública brasileira adotou ações afirmativas por meio de sistema de vagas, objetivando superar desigualdades de acesso ao ensino superior, características que influenciam a permanência de estudantes que ingressam por meio deste sistema de cotas. Perez et al.10 indicam a necessidade da implementação adicional às medidas na promoção da alimentação saudável e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) junto a todos os estudantes nas universidades, em especial entre os grupos de cotistas, os quais, a partir de evidências nos estudos, demonstram práticas ainda mais desfavoráveis à saúde.
Nesse sentido, emerge o conceito de Universidade Promotora de Saúde (UPS), embasada na intersetorialidade e saudabilidade, aborda mudanças históricas e institucionais nas áreas de educação e saúde no Brasil contemporâneo11, promovendo a interação entre indivíduos e o ambiente social para melhorar a saúde. Recentemente, projetos e redes fortaleceram o movimento, destacando a importância dos ambientes acadêmicos na promoção da SAN 6.
Considerando as informações apresentadas, o consumo de alimentos é permeado por significados simbólicos e culturais, devendo ser visto como como um dos elementos estruturantes da organização social. Neste contexto, destaca-se que o Espaço Social Alimentar (ESA)12 é um instrumento que permite aos pesquisadores uma melhor compreensão das múltiplas dimensões relacionadas à alimentação.
SOCIOLOGIAS DA ALIMENTAÇÃO, OS ESPAÇOS E A COMENSALIDADE
As sociologias da alimentação surgiram como um campo de estudo que acrescentou uma perspectiva analítica ao ato de comer, indo além da abordagem nutricional tradicional. Nas ciências sociais, a alimentação é compreendida como um construto social em constante transformação, influenciado pela cultura e pelo contexto social de cada indivíduo.
Poulain e Proença13 introduzem o conceito de ESA, que explora a relação entre um grupo humano e seu ambiente no que diz respeito aos padrões alimentares. O ESA vai além do espaço físico e abrange os aspectos sociais e culturais que influenciam as escolhas da comunidade, estando a alimentação intrinsicamente ligada à construção de identidades sociais, culturais e simbólicas. Neste contexto, há um espaço de liberdade em meio à variedade de possibilidades alimentares, no qual os indivíduos fazem escolhas que devem satisfazer suas necessidades nutricionais, mas que também são influenciadas por fatores sociais e culturais12.
Neste compasso, a alimentação deixou de ser considerada apenas uma consequência de fenômenos biológicos e se tornou um dos elementos estruturantes da organização social14. Além disso, passaram a ser considerados os aspectos motivacionais intrínsecos a cada indivíduo, que permitem uma compreensão peculiar dos aspectos culturais. A cultura, segundo Morin15, é um conjunto de hábitos, costumes, práticas, saberes, normas, crenças, valores e mitos que são transmitidos de geração em geração e que se reproduzem em cada indivíduo, gerando e regenerando a complexidade social.
Claude Fischler16,17, pioneiro nos estudos da comensalidade, examina a alimentação como objeto de pesquisa. Suas pesquisas na modernidade alimentar destacam a superabundância, a redução de controles sociais e a proliferação de discursos sobre dieta. Influenciado por Edgar Morin, suas contribuições identificam que as normas e desregulações da comensalidade são determinantes fundamentais do comportamento alimentar.
Diante do exposto, podemos observar na Figura 1 que as ciências sociais têm oferecido contribuições significativas para a compreensão da comensalidade.
Fig.1
ESTUDO DE CASO COM ESTUDANTES UNIVERSITARIOS
1. Métodos utilizados
Realizou-se um estudo qualitativo exploratório, utilizando-se a análise temática de conteúdo na perspectiva de compreender quais são as disposições dos estudantes para a compra de alimentos no campus. A disposição sugere uma inclinação proposital que, uma vez desencadeada, é consistente com a tendência de auto ativação que subentende a habituação19. Foi considerado que o termo envolve estímulos e limitações (gatilhos do ambiente), intenções (percepções de saudabilidade) e motivações (valores teloafetivos).
Para o trabalho de campo, selecionou-se intencionalmente dois Centros de ensino da universidade pública: Ciências da Saúde (CCS) e Filosofia e Ciências Humanas (CFH). A pesquisa envolveu 08 grupos focais (GF) de estudantes e 05 entrevistas em profundidade com servidores institucionais. As sessões ocorreram por meio de Web Conferência, na plataforma Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e foram conduzidas por dois investigadores, um moderador e um observador e o procedimento foi gravado em disco rígido.
A pesquisa seguiu princípios éticos (Res. CNS nº 510/16), aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH), com parecer 3.946.638 e CAAE 29545320.0.0000.0121, em 31/03/2020. Garantiu confidencialidade, com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os GF seguiram critérios metodológicos, integrando a comunicação verbal e não-verbal na análise20. A coleta de dados foi realizada por meio de conversas orientadas por questões norteadoras21, alinhadas aos objetivos da pesquisa.
O corpus textual foi estabelecido por meio de transcrição do conteúdo de áudio, feito manualmente de maneira integral, no estilo verbatim, em formato de documento .docx, os quais foram exportados e analisados no software NVIVO®11. A organização dos dados ocorreu em momentos interdependentes, codificação, transformação do texto global em unidades de análise (classificação) e a categorização. A exploração do material objetivou identificar os fenômenos a partir das categorias originárias da TP, bem como das falas, criando os temas e subtemas que, no software, foram representados pela palavra “nós”.
A análise dos dados seguiu os passos propostos por Braun e Clarke, que detalharam os fundamentos da AT e contribuem com seu estudo, exercício e domínio22,23,24 e estabelecem um total de seis fases metodológicas, uma cobertura ampliada ao longo do processo que enriquece a análise25.
2. NEXOS como categoria de análise – contribuição da Teoria das Práticas
A TP é um conjunto de relatos culturais e filosóficos que se concentra nas condições que envolvem a realização prática da vida social, tendo raízes na filosofia de Heidegger e origens sociais nos trabalhos de Bourdieu, Giddens e Foucault26. Mais recentemente, a TP foi fundida em uma ontologia filosófica composta por práticas organizadas, desenvolvidas por Schatzki, adaptada ao campo do consumo por Reckwitz27, sendo denominada como um "conjunto de práticas arranjadas"8. Schatzki28,7,29 define as estruturas elementares e ontológicas de uma prática social por meio de mecanismos que conectam os discursos e as ações: o entendimento prático, as regras e a estrutura teleoafetiva.
Utilizou-se a TP para analisar as práticas alimentares, considerando-as como reproduções comportamentais mediadas por nexos, que, de acordo com Reckwitz28, abrangem entendimentos, procedimentos e engajamentos mobilizados de maneira única pelos indivíduos em uma prática específica. Esses nexos, que incorporam elementos como regras, princípios, emoções e aspirações, são analisados para compreender tanto o aspecto estrutural quanto o processual nas práticas, além levarem em consideração os códigos e regras compartilhados, bem como as variações entre os praticantes decorrentes de adaptações, improvisações e experiências individuais.
Neste sentido, a TP enfatiza a influência de hábitos, rotinas e normas na sociedade, transcendendo o controle individual atribuído à teoria da escolha racional30. Estudos empíricos baseados na TP revelam estruturas sociais moldadas por práticas e praticantes29. Assim, a abordagem epistemológica da TP beneficia pesquisas organizacionais, introduzindo novos conceitos e percepções.
Resultados e discussões
Com base nos GF e nos nexos da TP, a Figura 2 ilustra as categorias e subcategorias de nós identificados na análise inicial. Com efeito, os resultados englobam todas as inter-relações discutidas por meio de uma revisão da literatura, das respostas dos entrevistados e do arcabouço teórico e empírico utilizado. Esta abordagem combinada resultou na construção de um conjunto sólido de constatações, demonstradas na Figura 3.
Fig.2
Dois entendimentos fundamentais foram identificados exercendo uma forte influência sobre suas decisões individuais: o primeiro é a fuga da monotonia alimentar, que promove uma reflexividade sobre a importância de consumir "comida de verdade", interpretada como um resgate cultural. O segundo entendimento envolve a modelagem de estratégias inovadoras no campo da comensalidade, valorizando a possibilidade de experimentar abordagens diferentes. No entanto, estas reflexões também revelam inseguranças, uma sensação de impotência diante da falta de suporte social, informações científicas e midiáticas duvidosas, bem como a influência da indústria alimentícia e a desconfiança em relação ao marketing e às políticas governamentais.
Adicionalmente, os estudantes confrontam dilemas pessoais ligados aos princípios éticos, à sustentabilidade ambiental e às restrições institucionais, impactando seu modo de vida, escolhas e visão de saúde-doença. Essa dinâmica intricada pode ser interpretada como "anomia", denotando uma perda de certezas no contexto alimentício.
Fig.3
Observou-se a presença de engajamentos significativos nas relações estabelecidas entre o valor hedônico do comer por prazer e o comer tradicional, associado ao ambiente familiar. O ato de comer surge como uma forma de subversão às normas do sistema, às limitações de escolha alimentar e às restrições impostas pelo tempo, pelas cobranças acadêmicas, pelos aspectos financeiros e pelo ambiente universitário. Tais valores afetivos dão origem a esperanças e expectativas em relação às metas e projetos futuros, refletindo a confiança depositada naqueles que orientam o conhecimento e a ciência.
A análise e interpretação dos dados revelaram inter-relações significativas entre os valores introspectivos e reflexivos dos estudantes, que evidenciaram a assunção do protagonismo alimentar (Figura 4). Estas relações foram representadas em um mapa temático final, correspondente à fase cinco da abordagem temática da pesquisa de campo, que ilustra os valores externados e suas conexões entre práticas e saberes.
Fig.4
Os estudantes demonstraram desempenhar suas escolhas tanto de forma individual quanto coletiva, seja no ambiente do campus ou em suas residências. Eles manifestaram uma necessidade de autonomia em relação a sua alimentação, evidenciada nas complexas inter-relações observadas. Os objetos de desejo alimentar revelaram valores associados ao prazer sensorial, à cultura, à família, às tradições, ao ativismo e práticas subversivas, representando dimensões simbólicas, éticas e de liberdade.
Foi organizada uma discussão fundamentada nos eixos temáticos que emergiram: comensalidade e saudabilidade; autonomia e empoderamento; liberdade, confiança e afeto. Estes temas fornecem uma estrutura para compreender as diferentes facetas das práticas alimentares e do objeto de desejo dos estudantes, bem como suas implicações para as experiências de alimentação no contexto universitário.
COMENSALIDADE E SAUDABILIDADE
O estudo revelou a necessidade de repensar outras formas de alimentação, como maneiras de se diferenciar dos outros, comer sem culpa, adotar práticas ativistas e seguir abordagens modernas, incluindo o consumo restrito aos alimentos vegetais. Estas formas contemporâneas de se alimentar refletem valores específicos relacionados ao prazer sensorial, à cultura, à ética e à liberdade.
A comensalidade surge como uma temática relevante, destacada tanto nas falas dos estudantes quanto nas categorias teóricas (disponíveis na Figura 1). Além de ser uma expressão marcante da sociabilidade humana, está intrincada no processo estrutural em que vivemos, não excluindo contradições sociais e relações de poder. Comer em ambientes adequados, com regularidade e atenção e comer em companhia são citados:
E, outra coisa que nunca tinha pensado por esse lado de que a gente come pela emoção, assim, ou quando a gente está com determinadas pessoas a gente come de um jeito e quando está sozinha a gente come de outro, achei bem interessante pensar sobre esse ângulo (Área da Saúde, 22 anos, Feminino).
Discutindo estes resultados, encontrou-se as mais diversas motivações de escolha dos menus, desde os morais, racionais e hedonísticos14. Há também aqueles que incluem elementos de prazer do corpo e da alma, mas que, entre racionalidades e subjetividades, implicam em cultura, economia e política31. Existem os que envolvem laços de afetividade, contudo, trazem a questão do saudável pautado em como se come muito mais do que o que se come. Por essa razão, define-se o comer como ato afetivo, ético e político32.
O Guia Alimentar para a População Brasileira (GAPB) representa um avanço ao promover a alimentação compartilhada, destacando a comensalidade, embora essa ênfase não se correlacione diretamente com a promoção de práticas saudáveis ou proteção da saúde33. Uma destas é a sugestão de se alimentar em ambientes propícios, evitando estímulos ao consumo excessivo e promovendo escolhas conscientes, crucial em ambientes sobrecarregados, onde a falta de tempo e concentração pode prejudicar a reflexão sobre escolhas alimentares34.
A comensalidade na esfera de reprodução social necessita de laços de afetividade, com o ato de comer juntos sendo um elemento que vai muito além da necessidade nutricional: é importante para pensar na autonomia35. Após o ingresso na universidade, a influência dos pares e o ganho de independência, são fatores descritos na literatura, que foram fortemente identificados em comum nos grupos:
[...] eu tinha mais laços afetivos com meus colegas e acho que estar junto no momento da comida influenciava nisso. No laboratório, é muito comum cada um levar algo pra comer e compartilhar, por exemplo, às vezes almoçávamos juntos e cada um levava uma coisa: arroz, feijão, salada, carne [...] embora não tenha ambiente adequado para refeição lá nos corredores. Mas acho que muito do nosso vínculo, e nossa amizade que temos até hoje, vem dessa época em que compartilhávamos a comida no laboratório e também íamos no RU, sempre juntos (Área de Humanas, 30 anos, Feminino).
Os estudantes consideram que uma alimentação saudável deve ter preço acessível, oferecimento de opções culinárias equilibradas e que sejam saborosas, tendo um tamanho adequado de porções, preparações sensorialmente e/ou culturalmente bem aceitas:
Eu noto total diferença com a alimentação como afeta nossa saúde, eu noto bem quando eu saí de casa quando eu tinha uma alimentação mais regulada pela família era diferente. Quando eu passei a administrar meu próprio alimento e fazer alimento mais fácil de fazer, mais só pega coloca e está pronto, e como a gente trabalha e estuda e isso fica mais uma rotina mais fácil pra gente, e isso afetou totalmente a minha qualidade de vida (Área de Humanas, 22 anos, Masculino).
Os valores expressados devem guiar o desenvolvimento de programas institucionais que fomentem ambientes saudáveis e propícios ao bem-estar no campus. É crucial criar "zonas de liberdade para acesso e escolha" no ESA. Bourdieu19 enfatiza o capital cultural, abrangendo a cultura herdada e adquirida, como uma chave analítica para entender a dinâmica social.
Estudos mostram que esforços com orientações e recomendações nutricionais, bem como campanhas de intervenção, são pouco eficazes para mudanças efetivas34. Um dos problemas reside na transposição de padrões idealizados de uma “dieta saudável”, construído e validado apenas para casos individuais ou na validação de padrões com base em parâmetros epidemiológicos36. Estas recomendações gerais não levam em consideração as especificidades alimentares, culinárias, culturas regionais e de costumes.
Neste contexto, a temática da saudabilidade emerge como ponto central de discussão. Portanto, em iniciativas educativas de saúde, é imperativo adotar uma abordagem holística, considerando as peculiaridades individuais e procurando reavivar os componentes culturais e identitários associados à alimentação. Esta consideração ganha particular relevância na esfera da nutrição social e saúde coletiva, na qual é essencial integrar elementos que promovam a preservação cultural e identitária no âmbito alimentar.
AUTONOMIA E EMPODERAMENTO
A autonomia e o empoderamento individual são aspectos fundamentais para o autocuidado em saúde. Vincha et al.37 observam que autodeterminação implica em transformações construídas pelos próprios indivíduos, resultantes do confronto de determinantes, responsabilização e negociação interna. Já o empoderamento promove a capacidade de pensar e agir criticamente diante das escolhas, e sua efetividade é reforçada pela autonomia, que leva a ajustes e a decisões nas ações individuais.
Ao compreender a responsabilidade de suas escolhas, a pessoa assume atitude ativa no cuidado de si38. Logo, se as escolhas são pautadas no que pensam e sentem, é a introspecção (autopercepção) que fomenta sua confiança, o cuidado de si, a autonomia e o empoderamento. Elementos que tornam os indivíduos protagonistas de sua história alimentar puderam ser observados:
As preocupações que tenho hoje são mesmas que a mãe sempre teve a vida inteira, então o que mudou mais foi a minha participação nesse processo, tanto que eu me tornei o protagonista e pensador dentro desse processo da minha alimentação, eu passei a ser a pessoa que toma as decisões, só que as decisões em si não mudaram muito, por que as preocupações que eu tenho hoje são as mesmas que meu pai e minha mãe tinham comigo (Área da Saúde, 24 anos, Masculino).
Dahlgren e Whitehead39 enfatizam que determinantes sociais macro, como socioeconômicos e culturais, impactam as escolhas individuais e a autonomia em saúde. As ciências sociais desempenham um papel crucial ao oferecer conceitos e metodologias para políticas de saúde que promovem a saudabilidade e combatem o adoecimento na sociedade40.
Assumir responsabilidades nas práticas alimentares demanda protagonismo. Contudo, as relações de poder e as influências do ambiente, com barreiras e facilitadores, complicam as decisões. O empoderamento individual não assegura autonomia, pois o ambiente é crucial para a liberdade de escolha alimentar.
LIBERDADE, CONFIANÇA E AFETO
Baseado na gastroanomia de Fischler14, a alimentação gera dúvidas e angústias, especialmente pela exclusão da cultura e comensalidade tradicional41. Além de significados simbólicos, a alimentação é permeada por dimensões afetivas, influenciando escolhas e relações, como apontam Canesqui e Garcia42. As dimensões afetivas e cognitivas moldam percepções, crenças e valores pessoais37. Dietas restritivas podem levar à perda de prazer e liberdade, resultando em comportamentos prejudiciais34.
Em contrapartida, a felicidade, a redução do estresse e o reconhecimento da importância da alimentação saudável exercem uma influência positiva sobre o comportamento alimentar. Tais fatores não apenas promovem resultados na saúde e reduzem a incidência de obesidade e de doenças crônicas não transmissíveis, mas também contribuem para a sustentabilidade ambiental e global:
Eu acho que assim o alimento em si seria um aspecto mais objetivo, é aquilo e o que a gente faz com ele é o que importa, o que por exemplo, como colega falou, tem muita comida que é comida de conforto e que está tudo bem, está tudo bem em ter alguma comida que vai deixar a gente confortável, e que em alguma hora a gente vai ter vontade (Área de Humanas, 21 anos, Feminino).
De acordo com Nestle43, a vanguarda das políticas de nutrição é direcionada para a promoção de dietas que abordem, simultaneamente, três objetivos: combater a fome, prevenir doenças crônicas e preservar o meio ambiente. Assim, questão alimentar está intrinsicamente ligada às discussões ambientais e de sustentabilidade, abrangendo toda a cadeia produtiva e os impactos das práticas inadequadas de manejo. Neste contexto, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) desempenha um papel crucial na promoção da segurança alimentar, agricultura sustentável e desenvolvimento rural5. Muitas iniciativas foram identificadas:
Gosto de comprar da agricultura familiar, gosto de feira, acho muito legal ter a relação com a comunidade, e saber a procedência dos alimentos (Área da Saúde, 25 anos, Masculino).
Se, por um lado, alimentar-se é um ato de amor e o comer compartilhado traz memórias afetivas, por outro, as refeições podem ser momentos de tensão quando transbordam os conflitos, revelando as relações de opressão que reforçam a estrutura de poder da alimentação. Segundo Lahire44, o sentimento individual e coletivo diferenciou-se e complexificou-se a ponto de produzir a sensação de que o íntimo, o singular e o pessoal se distinguem da sociedade e se opõem a ela, uma vez que as pessoas são patrimônios individuais de disposições ou capacidades plurais.
Contrapondo a visão de empoderamento como responsabilidade individual no autocuidado, é crucial reconhecer que o AA universitário demanda políticas públicas voltadas para a promoção da alimentação saudável. As pesquisas nesse campo e as iniciativas de disseminação do conhecimento são respaldadas pelo movimento de UPS, alinhando-se aos propósitos de instituições federais brasileiras e apoiadas pela assistência estudantil.
A compreensão do significado de "comida de verdade" e o desejo de resgate cultural surgem a partir da reflexão sobre as experiências dos estudantes e dos conhecimentos compartilhados nos GF. Nota-se claramente a conexão entre as palavras "saber" e "sabor", ambas derivadas da percepção do gosto, que, em um sentido mais amplo, representa o entendimento e o conhecimento.
A forma como os alimentos são aproveitados e o prazer associado à alimentação estão intrinsecamente ligados aos contextos de espaços, tempos e companhias à mesa, fundamentais para as práticas alimentares. Esses elementos constituem a essência da dimensão hedônica nas ações humanas relacionadas à escolha, preparo e consumo dos alimentos.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados qualitativos deste estudo, pode-se concluir que as práticas alimentares dos estudantes universitários estão intrinsecamente ligadas a valores introspectivos e reflexivos, os quais influenciam suas escolhas e comportamentos. A percepção de anomia no campo alimentar indica uma perda de certezas e uma complexidade na tomada de decisões relacionadas à alimentação, influenciada por diversos fatores, como inspirações sociais, falta de suporte, fontes duvidosas de informação científica, influência da indústria alimentícia e dilemas pessoais. Conquanto valores como afeto, confiança e liberdade emergem como elementos essenciais neste processo.
Por um lado, vê-se um entrelaçamento situacional entre saberes e práticas alimentares, no qual os indivíduos são desafiados pela dicotomia entre autonomia e racionalidade cultural. Os estudantes são responsáveis por suas escolhas e seu pensamento individual é construído a partir de diversas relações com o conhecimento plural. Ao refletir, sentir e praticar suas preferências, se desenvolvem como seres humanos, adaptando-se ativamente em seus meios e aprimorando suas percepções, conhecimentos, habilidades e atitudes para suas decisões.
Por outro lado, o ambiente e as relações de poder exercem influência significativa nas decisões alimentares, sendo a comensalidade, a autonomia e o empoderamento individual, elementos essenciais para o autocuidado em saúde. Porém, é ressaltado que o contexto ao qual estão inseridos limita a auto governança dos estudantes. Além disso, a valorização da liberdade, da confiança e do afeto revelam a complexidade e os significados internos e simbólicos associados à comida, com emoções e memórias exteriorizando a necessidade de protagonismo para as escolhas.
Essas conclusões ressaltam a necessidade de considerar os aspectos culturais, sociais e emocionais ao desenvolver políticas públicas e programas institucionais que promovam uma alimentação adequada e saudável no contexto universitário.
A interdisciplinaridade entre as ciências humanas e a nutrição surge como uma abordagem promissora para abordar esta complexidade e promover mudanças positivas nas práticas alimentares dos estudantes. Assim, é importante atentar para a melhoria dos espaços no campus, ampliar e facilitar o acesso a alimentos saudáveis, promovendo gatilhos que valorizem o protagonismo dos estudantes e proporcionem um AA propício para escolhas culturais, conscientes e saudáveis.
REFERÊNCIAS
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DIETARY PRACTICES OF UNIVERSITY STUDENTS: reflections on values, autonomy, and commensality
Resumo (abstract):
The article analyzes the knowledge and practices involved in the food choices of university students in the academic environment. Using a qualitative approach, focus groups and interviews were carried out to understand how hegemonic conceptions are formed and influence individual and group interactions. From an interdisciplinary perspective and the Theory of Practices, the results revealed the interaction of nexuses: understandings, procedures and engagements, involving the antinomic relationships between hedonic eating and traditional eating. Students report being the protagonists of their food choices, but express the need for greater autonomy. Conventional approaches, including the current management model, contradict students\' identity and symbolic issues, while environmental interventions at a macro environmental level are more accepted than personal recommendations. It was concluded that affection, trust and freedom are essential values for students to have greater independence in their choices. Improving programs that promote changes in identified behavioral factors becomes essential not only to reduce risks, but also to improve the quality of life in this community.
Palavras-chave (keywords):
Medical Sociology (DeCS:13347); Organizational Food Environment (DeCS:60005); Health Promoting University (DeCS:14893); Food practices (DeCS:5350).
PRÁTICAS ALIMENTARES DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS:
reflexões sobre valores, autonomia e comensalidade
DIETARY PRACTICES OF UNIVERSITY STUDENTS:
reflections on values, autonomy, and commensality
(2) Autoras:
• Claudia Ambrosi - Ambrosi, C. -
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6943-0557
• Márcia Grisotti2 - Grisotti, M. -
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0389-7100
Nutricionista Doutora pelo Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Área Sociedade e Meio Ambiente, Universidade Federal de Santa Catarina.
2 Docente do Programa de Pós-graduação em Sociologia Política, Coordenadora do Núcleo de Pesquisa Ecologia Humana e Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina.
(3) RESUMO: O artigo analisa os saberes e as práticas envolvidas nas escolhas alimentares de estudantes universitários do ambiente acadêmico. Utilizando uma abordagem qualitativa, foram realizados grupos focais e entrevistas para compreender como concepções hegemônicas são formadas e influenciam as interações individuais e grupais. Por um olhar interdisciplinar e da Teoria das Práticas, os resultados revelaram a interação dos nexos: entendimentos, procedimentos e engajamentos, envolvendo as relações antinômicas entre comer hedônico e comer tradicional. Os estudantes relatam serem protagonistas de suas escolhas alimentares, mas expressam a necessidade de maior autonomia. Abordagens convencionais, incluindo o atual modelo de gestão, contradizem questões identitárias e simbólicas dos estudantes, enquanto intervenções ambientais em nível macro ambientais são mais aceitas do que recomendações pessoais. Concluiu-se que o afeto, a confiança e a liberdade são valores essenciais para que os estudantes tenham maior independência em suas escolhas. Aprimorar programas que promovam mudanças nos fatores comportamentais identificados se torna fundamental não apenas para reduzir riscos, mas também para melhorar a qualidade de vida nessa comunidade.
ABSTRACT: The article analyzes the knowledge and practices involved in the food choices of university students in the academic environment. Using a qualitative approach, focus groups and interviews were carried out to understand how hegemonic conceptions are formed and influence individual and group interactions. From an interdisciplinary perspective and the Theory of Practices, the results revealed the interaction of nexuses: understandings, procedures and engagements, involving the antinomic relationships between hedonic eating and traditional eating. Students report being the protagonists of their food choices, but express the need for greater autonomy. Conventional approaches, including the current management model, contradict students\' identity and symbolic issues, while environmental interventions at a macro environmental level are more accepted than personal recommendations. It was concluded that affection, trust and freedom are essential values for students to have greater independence in their choices. Improving programs that promote changes in identified behavioral factors becomes essential not only to reduce risks, but also to improve the quality of life in this community.
(4) Palavras-chave: Sociologia da Saúde; Ambiente Alimentar Organizacional; Universidade Promotora de Saúde; Práticas alimentares.
KEYWORDS: Medical Sociology (DeCS:13347); Organizational Food Environment (DeCS:60005); Health Promoting University (DeCS:14893); Food practices (DeCS:5350).
(5) INTRODUCTION
This article presents an analysis of the university food environment, seeking to understand the system of ideas of the actors involved and how those types of knowledge are organized and connect socially, environmentally and scientifically to each other, without the supremacy of one over the other. This research is located in the field of social studies of science and health sciences, mainly in the areas of sociology and nutrition, promoting interdisciplinary and open dialogue, taking the complexity of the topic into consideration.
The research consisted of valuing the use of mixed methods that articulated qualitative and quantitative data, in which the difference was not to bring a technical perspective, but an expanded relationship of the place of speech and of the students’ types of knowledge. The reflections and interpretations arising from discussions between the human and health areas collaborate and support each other, and both are valued. The importance of looking at public policies for access to adequate and fair food in Brazil is also emphasized, because they are fundamental for promoting human rights.
From this perspective, aiming to fill a gap in the field of nutrition and contribute to the promotion of health on campus, the main objective was to analyze the students’ types of knowledge and eating practices, investigating their dispositions in relation to purchasing food in the university environment.
The article is organized into four sections, as follows: first sections addresses the theoretical frameworks of the sociology of nutrition and health, including the concept of commensality, and the theoretical framework used to interpret data. Second section describes the methodology and Theory of Social Practice, including data collection and processing and the use of software for qualitative analysis. Third section presents the analysis of empirical data as a thematic map, divided into subsections corresponding to the nexuses of the Theory of Practices (TP). The main results of the field research are also discussed.
Finally, fourth section presents the empirical and theoretical conclusions of the study.
ENVIRONMENTS AND PRACTICES TEORETHICAL PERSPECTIVES
Food Environment (FE) refers to the physical, economic, political, and sociocultural context in which consumers find themselves and interact with the food system in order to make their decisions about food acquisition, preparation, and consumption. This definition was accepted by a panel of experts, described in the report The High Level Panel of Experts on Food Security and Nutrition,1 and it is used to analyze accessibility, availability, quality, prices of products, and evaluation of the relationship between environment and eating behavior, aspects that influence people’s nutritional status.2 Organizational FE encompasses food sales and supply locations at institutions, such as schools and companies, presenting governance challenges that transcend individual decisions.6
Because they influence the way people access, prepare, and consume food, some authors argue that the high supply of foods rich in energy and poor in nutrients, provided by convenience, would imper choices considered traditional and healthy. This shift in behavior is one of the reasons for the increased incidence of obesity and other Chronic Noncommunicable Diseases (NCDs).3,4,5 In this way, FE role stands out as a point of interrelationship between consumers and food systems in the tendency for healthy and sustainable choices,6 that is, consumers’ practices, including meal choices, preparation techniques, consumption and sharing.
Although materiality is a central dimension in studies on practices, some of the authors establish the inclusion of ontological issues and symbolic representations that are based on the meaning attributed to behavioral issues.7 According to Diez-Garcia,8 eating behavior is intricately linked to the human groups’ eating practices. This complex interaction involves sociocultural and subjective aspects, covering decisions, food combinations, search for preferences, and reflections on consumption.
At the decision level, individual reasons are necessary but insufficient to explain personal choice, which can be structured around the individual issue, their physiological state, food preferences, nutritional knowledge, perception of healthiness, and other psychological factors. However, the decision to adopt a healthy diet or appropriate behavior is much more complicated than a simple personal choice, as eating is a highly contextual behavior.9 Collective determinants such as the environment, physical, economic, and social spaces, and public policies endorsed by the government of each country exert more interpersonal influences than personal reasons.9
The Brazilian public university adopted affirmative actions through a slot system, aiming to overcome inequalities in access to higher education, characteristics that influence the retention of students who enter through this quota system.
Perez et al.10 indicate the need for additional implementation of measures to promote healthy eating and Food and Nutritional Security (FNS) among all university students, especially among quota-holder groups, which, based on evidence in studies, demonstrate practices that are even more unfavorable to health.
In this sense, the concept of Health Promoting University (HPU) emerges, based on intersectorality and healthiness, addressing historical and institutional changes in the areas of education and health in contemporary Brazil,11 promoting interaction between individuals and the social environment to improve health. Recently, projects and networks have strengthened the movement, highlighting the importance of academic environments in promoting FNS.6
Considering the information presented, food consumption is permeated by symbolic and cultural meanings and should be seen as one of the structuring elements of social organization. In this context, it is noteworthy that the Social Food Space (SFS)12 is an instrument that allows researchers to better understand the multiple dimensions related to food.
SOCIOLOGY OF FOOD, SPACES AND COMENSALITY
Sociology of food emerged as a field of study that added an analytical perspective to the act of eating, going beyond the traditional nutritional approach. In social sciences, food is understood as a social construct in constant transformation, influenced by each individual’s culture and social context.
Poulain and Proença13 introduce the concept of SFS, which explores the relationship between a human group and its environment with regard to dietary patterns. SFS goes beyond the physical space and covers the social and cultural aspects that influence the community’s choices, and food is intrinsically linked to the construction of social, cultural, and symbolic identities. In this context, there is a space of freedom among the variety of food possibilities, in which individuals make choices that should satisfy their nutritional needs, but which are also influenced by social and cultural factors.12
In this context, food is no longer considered just a consequence of biological phenomena and has become one of the structuring elements of social organization.14 Furthermore, motivational aspects intrinsic to each individual began to be considered, which allow a peculiar understanding of cultural aspects. According to Morin,15 culture is a set of habits, customs, practices, knowledge, rules, beliefs, values, and myths that are transmitted from generation to generation and that are reproduced in each individual, generating and regenerating social complexity.
Claude Fischler,16,17 a pioneer in commensality studies, examines food as an object of research. His research on modern food highlights overabundance, the reduction of social controls, and the proliferation of discourses about diet. Influenced by Edgar Morin, his contributions identify that the rules and deregulations of commensality are fundamental determinants of eating behavior.
Given the above, it is possible to note in Figure 1 that social sciences have offered significant contributions to the understanding of commensality.
Figure 1
CASE STUDY WITH UNIVERSITY STUDENTS
1. Methods used
An exploratory qualitative study was carried out, using thematic content analysis with a view to understand students’ dispositions towards purchasing food at the campus. The disposition suggests a purposeful inclination that, once triggered, is consistent with the self-activation tendency that underlies habituation.19 It was considered that the term involves stimuli and limitations (environmental triggers), intentions (perceptions of healthiness) and motivations (teleo-affective values).
For fieldwork, two public university centers were intentionally selected, namely: Health Sciences (HS) and Philosophy and Human Sciences (PHS). The research involved eight focus groups (FGs) of students and five in-depth interviews with institutional employees. The sessions took place through a Web Conference, on the National Research Network (RNP) platform and were conducted by two researchers – a moderator and an observer –, and the procedure was recorded on a hard disk.
The research followed ethical principles (Res. CNS nº 510/16) and was approved by the Human Research Ethics Committee (CEPSH) under opinion No. 3.946.638 and CAAE 29545320.0.0000.0121, on 03/31/2020. Confidentiality was guaranteed, and all participants signed the Informed Consent Form (ICF). FGs followed methodological criteria, and verbal and non-verbal communication were integrated in the analysis.20 Data collection was carried out through conversations guided by guiding questions,21 aligned with the research objectives.
The textual corpus was established through complete verbatim transcription of the audio content, done manually, by using DOCX files, which were exported and analyzed on NVIVO®11 software. Data organization occurred at interdependent moments: coding, transformation of the global text into units of analysis (classification), and categorization. Exploring the material aimed to identify the phenomena based on the categories originating from the TP and from the statements, creating the themes and sub-themes that were represented by the word “nodes,” identified in the analysis by the software.
Data analysis followed the steps proposed by Braun and Clarke, who detailed the foundations of Thematic Analysis (TA) and contribute with their study, exercise and mastery,22,23,24 establishing a total of six methodological phases, an expanded coverage throughout the process that enriches the analysis.25
2. NEXUSES as an analysis category – contribution from the Theory of Practices
TP is a set of cultural and philosophical accounts that focuses on the conditions surrounding the practical realization of social life, having roots in Heidegger’s philosophy and social origins in the works of Bourdieu, Giddens and Foucault.26 More recently, TP was merged into a philosophical ontology composed of organized practices, developed by Schatzki, adapted to the field of consumption by Reckwitz,27 being called a “set of arranged practices.”8 Schatzki28,7,29 defines the elementary and ontological structures of a social practice through mechanisms that connect discourses and actions: practical understanding, rules, and the teleo-affective structure.
TP was used to analyze eating practices, considering them as behavioral reproductions mediated by nexuses, which, according to Reckwitz,28 encompass understandings, procedures, and engagement mobilized in a unique way by individuals in a specific practice. These nexuses, which incorporate elements such as rules, principles, emotions, and aspirations, are analyzed to understand both the structural and procedural aspects of practices, in addition to taking shared codes and rules into account, as well as the variations between people who adopt practices, which result from adaptations, improvisations, and individual experiences.
In this sense, TP emphasizes the influence of habits, routines, and rules on society, transcending the individual control attributed to the theory of rational choice.30 Empirical studies based on TP reveal social structures shaped by practices and people who adopt them.29 Thus, TP epistemological approach benefits organizational research by introducing new concepts and insights.
Results and discussions
Based on the GFs and TP nexuses, Figure 2 illustrates the categories and subcategories of nodes identified in the initial analysis. In effect, the results encompass all the interrelationships discussed through a review of the literature, the interviewees’ responses, and the theoretical and empirical framework used. This combined approach resulted in the construction of a solid set of findings, demonstrated in Figure 3.
Figure 2
Two types of fundamental understanding were identified exerting a strong influence on their individual decisions: the first type is the escape from eating monotony, which promotes reflection on the importance of consuming “real food,” interpreted as a cultural rescue. The second type involves modeling innovative strategies in the field of commensality, valuing the possibility of experimenting different approaches. Nevertheless, these reflections also reveal insecurities, a feeling of impotence in the face of a lack of social support, dubious scientific and media information, as well as the influence of the food industry and distrust in relation to marketing and government policies.
Additionally, students confront personal dilemmas linked to ethical principles, environmental sustainability, and institutional restrictions, impacting their way of life, choices, and vision of health-disease. This intricate dynamic can be interpreted as “anomie,” denoting a loss of certainty in the food context.
Figure 3
The presence of significant engagement was observed in the relationships established between the hedonic value of eating for pleasure and traditional eating, associated with the family environment. The act of eating appears as a form of subversion to the system rules, limitations of food choices, and restrictions imposed by time, academic demands, financial aspects, and the university environment. Such affective values give rise to hopes and expectations regarding future goals and projects, reflecting the trust placed in those who guide knowledge and science.
The analysis and interpretation of the data revealed significant interrelationships between the students’ introspective and reflective values, which highlighted the assumption of food leading aspect (Figure 4). These relationships were represented in a final thematic map, corresponding to phase five of the field research thematic approach, which illustrates the externalized values and their connections between practices and knowledge.
Figure 4
Students demonstrated their choices both individually and collectively, whether at the campus or at their homes. They expressed a need for autonomy in relation to their diet, evidenced in the complex interrelationships observed. The objects of food desire revealed values associated with sensory pleasure, culture, family, traditions, activism, and subversive practices, representing symbolic, ethical, and freedom dimensions.
A discussion was organized based on the thematic axes that emerged: commensality and healthiness; autonomy and empowerment, and freedom, trust, and affection. These themes provide a framework for understanding the different facets of students’ eating practices and object of desire, as well as their implications for eating experiences in the university context.
COMMENSABILITY AND HEALTHINESS
The study revealed need to rethink other ways of eating, as well as ways to differentiate oneself from others, eat with no guilt, adopt activist practices and follow modern approaches, including restricted consumption of plant-based foods. These contemporary ways of eating reflect specific values related to sensory pleasure, culture, ethics, and freedom.
Commensality emerges as a relevant theme, highlighted both in the students’ statements and in the theoretical categories (available in Figure 1). In addition to being a striking expression of human sociability, it is intricate in the structural process which we live in, not excluding social contradictions and power relations. Eating in appropriate environments, regularly and attentively, and eating in company are mentioned:
And, another thing that I had never thought about is that we eat for emotion, or when we are with certain people we eat one way and when we are alone we eat another way, I found it very interesting to think about it under this perspective (Health Area, 22 years old, Female).
Discussing these results, one found the most diverse motivations for choosing menus, such as moral, rational and hedonistic ones.14 There are also motivations that include elements of pleasure for the body and soul, but which, between rationality and subjectivity, imply culture, economics, and politics.31 There are those that involve bonds of affection, but they bring the question of healthy based on how you eat much more than what you eat. For this reason, eating is defined as an affective, ethical, and political act.32
The Food Guide for the Brazilian Population (GAPB) represents an advance in promoting shared eating, highlighting commensality, although this emphasis does not correlate directly with the promotion of healthy practices or health protection.33 One of these practices is the suggestion on eating in conducive environments, avoiding stimuli for excessive consumption and promoting conscious choices, crucial in overloaded environments, where a lack of time and concentration can hinder reflection on food choices.34
Commensality in the sphere of social reproduction requires bonds of affection, and the act of eating together is an element that goes far beyond nutritional needs: it is important to think about autonomy.35 After entering university, peer influence and gain of independence are factors described in the literature, which were a common characteristic identified in the groups:
[...] I had more emotional bonds with my colleagues and I think being together when eating had an influence on this. In the laboratory, it is very common for each person to take something to eat and share, for example, sometimes we had lunch together and each person took something: rice, beans, salad, meat [...] although the corridors are no suitable environment for a meal. But I think that a lot of our bond, and the friendship that we still have today, comes from that time when we shared food in the laboratory and also went to the university restaurant, always together (Humanities Area, 30 years old, Female).
Students consider that a healthy diet should be affordable and offer balanced and tasty culinary options, in addition to having an adequate portion size, and sensorially and/or culturally well-accepted preparations:
I notice a total difference with food, in how it affects our health, I notice it when I left home, when I had a diet more controlled by my family it was different. When I started managing my own food and preparing food [that was] easier to prepare, we just pick it up, put it in and it’s ready [sic], and because we work and study this becomes a more easier routine for us, and this totally affected my quality of life. (Humanities area, 22 years old, Male).
Expressed values should guide the development of institutional programs that foster healthy environments conducive to well-being at the campus. It is crucial to create “zones of access and choice freedom” in SFS. Bourdieu19 emphasizes cultural capital, covering inherited and acquired culture, as an analytical key to understanding social dynamics.
Studies show that efforts by means of nutritional guidelines and recommendations, as well as intervention campaigns, are not very effective in achieving effective changes.34 One of the problems lies in the transposition of idealized standards of a “healthy diet,” constructed and validated only for individual cases or in the validation of standards based on epidemiological parameters.36 These general recommendations do not consider the specificities of food, cuisine, and regional cultures and customs.
In this context, the theme of healthiness emerges as a central point of discussion. Therefore, a holistic approach has to be adopted in health educational initiatives, considering individual peculiarities and seeking to revive the cultural and identity components associated with food. This consideration gains particular relevance in the sphere of social nutrition and collective health, in which it is essential to integrate elements that promote cultural and identity preservation in the food sector.
AUTONOMY AND EMPORWEMENT
Autonomy and individual empowerment are fundamental aspects of self-care in health. Vincha et al.37 observe that self-determination implies transformations constructed by the individuals themselves, resulting from the confrontation of determinants, accountability, and internal negotiation. Empowerment promotes the ability to think and act critically when faced with choices, and its effectiveness is reinforced by autonomy, which leads to adjustments and decisions in individual actions.
By understanding the responsibility for their choices, the person takes an active attitude in caring for themselves.38 Therefore, if choices are based on what they think and feel, it is introspection (self-perception) that fosters confidence, self-care, autonomy, and empowerment. Elements that make individuals be in charge of their food history could be observed:
The concerns I have today are the same ones that my mother has had all her life, so what changed the most was my participation in this process, so much so that I became the person in charge and thinker within this process of my eating, I became the person who makes the decisions, but the decisions themselves haven’t changed much, because the concerns I have today are the same ones my father and mother had with regard to me (Health Area, 24 years old, Male).
Dahlgren and Whitehead39 emphasize that macro social determinants, such as socioeconomic and cultural ones, impact individual choices and autonomy in health. Social sciences play a crucial role in offering concepts and methodologies for health policies that promote healthiness and combat illness in society.40
Taking responsibility for eating practices demands being in charge of decisions. Nonetheless, power relations and environmental influences, with barriers and facilitators, make decisions more complex Individual empowerment does not ensure autonomy, as the environment is crucial for food choice freedom.
FREEDOM, TRUST AND AFFECTION
Based on Fischler’s gastronomy,14 food generates doubts and anxieties, especially due to the exclusion of traditional culture and commensality.41 In addition to symbolic meanings, food is permeated by affective dimensions, influencing choices and relationships, as Canesqui and Garcia42 point out. The affective and cognitive dimensions shape personal perceptions, beliefs, and values.37 Restrictive diets can lead to loss of pleasure and freedom, resulting in harmful behaviors.34
On the other hand, happiness, reduced stress, and recognition of the importance of healthy eating have a positive influence on eating behavior. Such factors not only promote health outcomes and reduce the incidence of obesity and chronic non-communicable diseases, but also contribute to environmental and global sustainability:
I think that food itself would be a more objective aspect, and what we do with it is what matters, which for example, as my colleague said, there is a lot of food that is comfort food and it’s all right, it’s okay to have some food that will make us comfortable, and that at some point we will want (Humanities Area, 21 years old, Female).
According to Nestle,43 the forefront of nutrition policies is aimed at promoting diets that simultaneously address three objectives: fight against hunger, prevention of chronic diseases, and preservation of the environment. Thus, food issues are intrinsically linked to environmental and sustainability discussions, covering the entire production chain and the impacts of inadequate management practices. In this context, the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) plays a crucial role in promoting food security, sustainable agriculture, and rural development.5 Many initiatives were identified:
I like to buy from family farming, I like street markets, I think it’s really cooled to have a relationship with the community, and know where the food comes from (Health Area, 25 years old, Male).
If, on the one hand, eating is an act of love and shared eating brings back affective memories, on the other, meals can be moments of tension when conflicts overflow, revealing the relationships of oppression that reinforce the power structure of food. According to Lahire,44 individual and collective feelings have differentiated from each other and become more complex to the point of producing the feeling that the intimate, the singular and the personal are distinct from society and opposed to it, since people are individual assets of plural dispositions or capabilities.
Contrasting the view of empowerment as individual responsibility for self-care, it is crucial to recognize that university FE requires public policies aimed at promoting healthy eating. Research in this field and knowledge dissemination initiatives are supported by the HPU movement, in line with the purposes of Brazilian federal institutions and supported by students.
Understanding the meaning of “real food” and the desire for cultural recovery arise from reflection on students’ experiences and the knowledge shared in FGs. The connection between the words “knowledge” and “taste” is clearly noted, both derived from the perception of flavor, which, in a broader sense, represents understanding and knowledge.
The way food is enjoyed and the pleasure associated with eating are intrinsically linked to the contexts of spaces, times and companionship at the table, fundamental to eating practices. These elements constitute the essence of the hedonic dimension in human actions related to food choice, preparation, and consumption.
CONCLUSION
Based on the qualitative results of this study, it can be concluded that the university students’ eating practices are intrinsically linked to introspective and reflective values, which influence their choices and behaviors. The perception of anomie in the food field indicates a loss of certainty and complexity in decision-making related to food, influenced by several factors, such as social inspirations, lack of support, dubious sources of scientific information, food industry influence, and personal dilemmas. Nevertheless, values such as affection, trust, and freedom emerge as essential elements in this process.
On the one hand, one perceives a situational intertwining between knowledge and eating practices, in which individuals are challenged by the dichotomy between autonomy and cultural rationality. Students are responsible for their choices and their individual thinking is constructed from diverse relationships with plural knowledge. By reflecting, feeling, and practicing their preferences, they develop as human beings, actively adapting to their environments and improving their perceptions, knowledge, skills, and attitudes for taking their decisions.
On the other hand, the environment and power relations exert a significant influence on dietary decisions, and commensality, autonomy, and individual empowerment are essential elements for health self-care. The emphasis, however, is on the fact that the context in which they are inserted limits students’ self-governance. Furthermore, the appreciation of freedom, trust, and affection reveals the complexity and internal and symbolic meanings associated with food, with emotions and memories externalizing the need for being in charge of exercising choices.
These conclusions highlight need to consider cultural, social, and emotional aspects when developing public policies and institutional programs that promote adequate and healthy eating in the university context.Interdisciplinarity between human sciences and nutrition emerges as a promising approach to address this complexity and promote positive changes in students’ eating practices. Therefore, it is important to pay attention to improving spaces on campus, expanding and facilitating access to healthy foods, promoting triggers that value student’s major role and providing a FE conducive to cultural, conscious, and healthy choices.
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Como
Citar
Ambrosi, C., Grisotti, M.. PRÁTICAS ALIMENTARES DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: reflexões sobre valores, autonomia e comensalidade. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2024/jun). [Citado em 22/12/2024].
Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/praticas-alimentares-de-estudantes-universitarios-reflexoes-sobre-valores-autonomia-e-comensalidade/19289?id=19289&id=19289