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0038/2025 - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE
INTEGRATIVE AND COMPLEMENTARY PRACTICES IN PRIMARY HEALTH CARE USERS IN SMALL CITIES

Autor:

• Grasiele Sastre Grégio - Grégio, G.S - <gragregio@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0009-0006-5632-1593

Coautor(es):

• Milene Zanoni da Silva Vosgerau - Vosgerau, M.Z.S. - <mzsilva@uepg.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1177-9668

• Eleine Aparecida Penha Martins - Martins, E.A.P - <eleinemartins@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6649-9340

• Edmarlon Girotto - Girotto, E. - <edmarlon@uel.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9345-3348

• Silvano da Silva Coutinho - Coutinho, S.S. - , SP - <silvano.unicentro@gmail.com>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5398-4352

• Lucélia Justino Borges - Borges, L.J - <lucelia.borges@ufpr.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0142-3641

• Mathias Roberto Loch - Loch, M.R - <mathias@uel.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2680-4686



Resumo:

O objetivo foi verificar o uso das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e fatores associados em usuários da Atenção Primária à Saúde de seis municípios de pequeno porte do Paraná. Realizou-se estudo transversal com entrevistas a 1.878 adultos. A Regressão de Poisson foi usada para verificar as associações entre variáveis independentes e uso geral das PICS, plantas medicinais/fitoterapia e PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia. Referiram o uso de alguma PICS 51,2% dos entrevistados, plantas medicinais/fitoterapia 45,7% e PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia 14,7%. Foi maior o uso de PICS entre mulheres, pessoas com 40 anos ou mais, brancos/amarelos, com ensino superior completo, que realizavam atividade física no tempo livre, consulta com profissionais da saúde (não médico), receberam visita domiciliar, referiram neoplasia e dor crônica musculoesquelética. Observaram-se diferenças nos fatores associados ao uso de plantas medicinais/fitoterapia e PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia, destacando-se a escolaridade, associada apenas ao uso de PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia. Conclui-se que foi alta a prevalência de uso das PICS, especialmente plantas medicinais/fitoterapia, com alguns fatores importantes associados.

Palavras-chave:

Terapias Complementares; Plantas Medicinais; Atenção Primária à Saúde; Sistema Único de Saúde

Abstract:

The aim was to verify the use of Integrative and Complementary Health Practices (ICPH) and associated factors among Primary Health Care users in six small cities in the state of Paraná. A cross-sectional study was carried out based on interviews with 1,878 adults. Poisson regression was used to verify the associations between independent variables and the general use of ICPH, medicinal plants/phytotherapy, and ICPH except plants/phytotherapy. 51.2% of respondents reported using some ICPH, 45,7% medicinal plants/phytotherapy and 14,7% ICPH except medicinal plants/phytotherapy. The use of ICPH was higher among women, people aged 40 or over, white/yellow, with complete higher education, who did physical activity in their free time, consulted health professional (not a doctor), received home visit, reported neoplasms and chronic musculoskeletal pain. There were some differences in the factors associated with using medicinal plants/phytotherapy and ICPH except medicinal plants/phytotherapy, highlighting schooling, associated only with using ICPH except medicinal plants/phytotherapy. The conclusion is that the prevalence of the use of ICPH was high, especially medicinal plants/phytotherapy, with some important associated factors.

Keywords:

Complementary Therapies; Medicinal Plants; Primary Health Care; Unified Health System.

Conteúdo:

Introdução
A partir da década de 1970, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a importância da Medicina Tradicional para o cuidado em saúde1. Desde então, incentiva a incorporação da Medicina Tradicional Complementar e Integrativa aos sistemas nacionais de saúde2, sendo este compromisso reafirmado em agosto de 2023, na Primeira Cúpula Global de Medicina Tradicional, da OMS, por meio da Declaração de Gujarat3.
No Brasil, esses recursos receberam o nome de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), a partir da promulgação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Inicialmente, incorporaram-se cinco práticas ao rol de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS)4. Em 2017 e 2018, foram incluídas novas práticas, totalizando 29 PICS5,6, o que tornou o Brasil referência mundial pelo número de PICS incorporadas à rede pública de saúde7.
Segundo a Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) de 2019, apenas 4,6% da população com 15 anos ou mais referiram o uso de PICS8. Uma das problemáticas é que a oferta das práticas pelo SUS não ocorre de forma organizada e equitativa9. Entre as dificuldades para a incorporação nos serviços públicos, estão o baixo incentivo financeiro10, o desinteresse por parte dos gestores9,11 e o baixo conhecimento sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares entre os profissionais12 e população11.
No entanto, outra pesquisa de abrangência nacional, coordenada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), em parceria com o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS/Fiocruz) e a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), verificou maior prevalência de uso das PICS. O inquérito foi respondido por 12.136 pessoas durante período de isolamento da pandemia de covid-19, de agosto a dezembro de 2020 e 61,7% dos participantes referiu utilizar alguma PICS para autocuidado13.
No ano de 2018 houve registro da oferta de PICS em aproximadamente 74% dos municípios brasileiros, ocorrendo principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS)14, que se caracteriza como o lugar preferencial para sua inserção4. Há de se ter cautela na interpretação destes dados, pois são considerados como ofertantes de PICS todos os municípios que realizaram ao menos um registro no sistema de informação em saúde durante o período de um ano, não havendo garantia que esta prática esteja de fato integrada ao serviço15. Além disso, há falhas no registro desses procedimentos, inclusive por desconhecimento dos profissionais ou dificuldades durante o processo11.
Essas limitações geram incerteza sobre o real panorama da incorporação das PICS no SUS e como a oferta e o uso dessas práticas se distribuem entre a população brasileira, especialmente as mais vulneráveis e residentes de municípios com poucos recursos de saúde, caso de muitos municípios de pequeno porte. Esses, com população de até 20 mil habitantes, representam a maioria dos municípios brasileiros. Em geral, esses municípios possuem especificidades em relação à oferta dos serviços de saúde, como recursos financeiros limitados16, carência de profissionais qualificados17 e dificuldade de acesso aos serviços de média e alta complexidade18.
Considerando que a APS é a principal estratégia de saúde utilizada pela maioria dos municípios de pequeno porte19 e o local ideal para a inserção das PICS, o objetivo deste estudo foi verificar o uso dessas práticas e os fatores associados entre usuários da APS de seis municípios de pequeno porte do estado do Paraná, na região Sul do Brasil.
Método
Estudo transversal, quantitativo e descritivo, com dados da terceira fase de um estudo maior, multicêntrico, intitulado “Acesso ao tratamento multi e interprofissional e adesão ao tratamento em pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em municípios de pequeno porte do estado do Paraná”, aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa sob o no 39012820.8.0000.5231, parecer no 4.414.235.
Para a coleta dos dados, foram selecionados seis municípios de pequeno porte pertencentes a três Regionais de Saúde (RS) do Paraná (4a RS de Irati, 6a RS de União da Vitória e 17a RS de Londrina), sendo dois municípios de cada regional (Figura 1). Esses municípios fizeram parte da segunda fase do estudo maior, que incluiu os profissionais atuantes na APS de todos os municípios das citadas regionais e mais duas outras. Na ocasião, os profissionais foram convidados a responder um questionário sobre aspectos relacionados a trabalho e atendimento. Os municípios que apresentaram maiores percentuais de respondentes e maior apoio à pesquisa por parte das respectivas secretarias de saúde foram selecionados, portanto de maneira intencional, para a terceira fase do estudo.

INSERIR FIGURA 1

Os dados foram coletados, por meio de um questionário estruturado aplicado por entrevistadores previamente treinados, nas unidades básicas de saúde com maior demanda de atendimento de cada município, conforme informado pelas secretarias municipais de saúde. Foram convidadas a participar da pesquisa pessoas que aguardavam por atendimento, selecionadas de maneira sistemática, com idade igual ou superior a 18 anos, capacidade intelectual para responder às perguntas e que concordaram com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Para a coleta utilizou-se o aplicativo gratuito de coleta digital de dados “Open Data Kit (ODK) Collect”, que permite utilizar dispositivos móveis com sistema operacional Android sem necessidade de conexão com internet20. Embora seja um aplicativo de fácil manuseio, o desenvolvimento do formulário exigiu algum conhecimento técnico e alguns entrevistadores contaram com suporte adicional para instalação e uso adequado do aplicativo.
O questionário foi organizado em diferentes seções. Para este estudo, utilizaram-se dados coletados nas seções de caracterização, saúde geral, caracterização da dor crônica, utilização dos serviços de saúde, acesso à profissionais de saúde e uso das PICS. As perguntas referentes às PICS, utilizadas para esta pesquisa, se basearam na PNS de 2019, que abordou sobre o uso de 8 práticas21. Para o presente trabalho, questionou-se separadamente sobre o uso dessas práticas, elencadas por ordem alfabética, incluindo uma breve descrição sobre cada prática para eventuais esclarecimentos aos participantes.
Os pesquisadores envolvidos no projeto avaliaram o instrumento e, após testes preliminares, com ajustes e esclarecimento das dúvidas, foi realizado pré-teste, que ocorreu em pelo menos uma das unidades de saúde designadas para a pesquisa de cada um dos municípios selecionados. Na ocasião, os entrevistadores foram acompanhados por membros da equipe de pesquisa e aplicaram o questionário a algumas pessoas presentes nas localidades.
A coleta dos dados aconteceu em dias e horários diferentes no período de setembro a novembro de 2022. O uso de PICS foi analisado a partir das perguntas: “Nos últimos 12 meses o(a) sr.(a) utilizou acupuntura?”, com as possibilidades de resposta “sim”, “não” e “não lembra/não sabe responder”. A mesma pergunta se repetiu para auriculoterapia, homeopatia, meditação, plantas medicinais/fitoterapia, tai chi chuan/lian gong/qi gong, terapia comunitária integrativa e yoga. Por fim, foi realizada uma pergunta adicional sobre o uso de outras PICS (além das oito anteriores) e, se a resposta fosse “sim”, era questionado quais outras PICS eram utilizadas. Posteriormente foram excluídas as respostas que não se caracterizam como sendo PICS.
Três variáveis dependentes foram consideradas. A primeira foi o uso geral das PICS. Todos aqueles que referiram o uso de pelo menos uma PICS foram considerados com o desfecho, isto é, referiram uso geral das PICS. A segunda variável dependente foi o uso de plantas medicinais/fitoterapia. Aqueles que referiram uso desta PICS, independentemente de referirem uso de alguma outra PICS, foram considerados como tendo o desfecho. Por fim, para a terceira variável dependente, uso de PICS exceto plantas medicinais, aqueles que responderam que utilizaram pelo menos uma PICS, que não fosse plantas medicinais/fitoterapia foram considerados como tendo o desfecho (mesmo que também tivessem feito uso de plantas medicinais/fitoterapia). Optou-se por esta separação em função da maior prevalência observada do uso de plantas medicinais/fitoterapia, por se tratar de uma prática que conta com política pública específica22, e por sua ancestralidade, que permeia a cultura e o uso popular. Tais fatos sugerem que os fatores associados ao uso das plantas medicinais/fitoterapia podem revelar diferentes padrões de uso em comparação as outras PICS.
As variáveis independentes foram os fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde: sexo (masculino ou feminino); faixa etária (18 a 24; 25 a 39; 40 a 59 e ? 60 anos); situação conjugal (solteiro; casado/união estável; divorciado/separado e viúvo); raça/cor autorreferida (branca/amarela ou preta/parda/indígena); escolaridade (fundamental incompleto; fundamental completo; médio completo; superior completo ou mais); zona de residência (urbana e rural); acesso a plano de saúde (sim e não); estado de saúde (autopercepção positiva e autopercepção negativa); atividade física no tempo livre (sim e não); consulta médica nos últimos 12 meses (sim e não); consulta com profissional de saúde não médico nos últimos 12 meses (sim e não); visita domiciliar de profissional de saúde nos últimos 12 meses (sim e não); hipertensão (sim e não); diabetes (sim e não); hipercolesterolemia (sim e não); artrite/artrose/reumatismo (sim e não); neoplasia (sim e não); depressão (sim e não) e dor crônica musculoesquelética há mais de seis meses (sim e não). As doenças crônicas avaliadas foram autorreferidas.
Foi realizada a análise descritiva e o teste Qui-quadrado de Pearson para verificar a associação entre as variáveis. Para o cálculo da Razão de Prevalência ajustada (RPa), utilizou-se a Regressão de Poisson com variância robusta. A escolha das varáveis independentes utilizadas na análise ajustada considerou o resultado de p-valor < 0,20 na análise bivariada de uso geral das PICS, repetindo o modelo para as outras duas variáveis dependentes. As respostas “não lembra/não sabe responder”, para fins de análise, foram consideradas como “não”. As análises foram feitas com o software estatístico Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 16.0.
Resultados
Um total de 2.305 pessoas foram convidadas a participar da pesquisa e destas, 427 (18,5%) recusaram e 1.878 (taxa de resposta de 81,5%) responderam à pesquisa. Os dados de caracterização da amostra estão apresentados na Tabela 1. A maioria dos participantes era do sexo feminino (71%), casados ou em união estável (62,1%), de raça/cor branca ou amarela (68,3%), maior de 40 anos (59,8%), com até o ensino médio completo (87,1%), residente da área urbana (77,9%) e não possuía acesso a plano de saúde (90,7%). Em relação à saúde e aos fatores comportamentais, a maioria referiu autopercepção positiva de saúde (58,5%), não realizava atividade física no tempo livre (58,1%), passou por consulta médica nos últimos 12 meses (83,9%), realizou consulta ou orientação com profissional de saúde (não médico) nos últimos 12 meses (74,4%) e recebeu visita domiciliar de algum profissional de saúde nos últimos 12 meses (60,4%). Entre as condições crônicas de saúde autorrelatada, as com maior prevalência foram dor crônica musculoesquelética (55,8%), hipertensão (31,3%) e depressão (15,9%) (Tabela 1).

INSERIR TABELA 1

A proporção de uso das PICS foi de 51,2%. Entre as utilizadas, plantas medicinais/fitoterapia foi a mais frequente (45,7%), seguida por meditação (6,2%), auriculoterapia (2,9%), homeopatia (2,7%), acupuntura (2,6%), yoga (1,2%), terapia comunitária integrativa (0,9%), tai chi chuan/lian gong/qi gong (0,3%) e outras (2,3%) (Figura 2).

INSERIR FIGURA 2

Observaram-se proporções maiores de uso de PICS entre os participantes com 60 anos ou mais (60,4%), viúvos (63,1%), ensino superior completo ou mais (59,7%), com artrite/artrose/reumatismo (61%) e neoplasia (73,3%). O uso de plantas medicinais/fitoterapia foi maior entre os participantes com 60 anos ou mais (57,8%), viúvos (60%), com artrite/artrose/reumatismo (56,4%) e neoplasia (73,3%). Quanto às PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia, o uso foi maior entre os participantes com ensino superior completo ou mais (32,5%) (Tabela 1).
Na análise ajustada do uso geral de PICS, observou-se maior uso entre as pessoas do sexo feminino (RPa= 1,20, IC95%: 1,07 - 1,34), de 40 a 59 anos de idade (RPa= 1,35, IC95%: 1,11 - 1,65) e com 60 anos ou mais (RPa= 1,50, IC95%: 1,20 - 1,88) e de raça/cor branca ou amarela (RPa= 1,20, IC95%: 1,08 - 1,33). Quanto à escolaridade, houve maior prevalência entre os que referiram ter ensino superior completo ou mais (RPa= 1,17, IC95%: 1,02 - 1,35). Nas variáveis comportamentais e de saúde, maior uso foi observada entre as pessoas que realizavam prática de atividade física no tempo livre (RPa = 1,27, IC95%: 1,17 - 1,38), consulta/orientação com profissionais da saúde (não médico) (RPa = 1,26, IC95%: 1,12 - 1,41), que tinham recebido visita domiciliar de profissional da saúde (RPa = 1,18, IC95%: 1,07 - 1,29), entre os que referiram neoplasia (RPa = 1,21, IC95%: 1,02 - 1,44) e dor crônica musculoesquelética (RPa = 1,25, IC95%: 1,13 - 1,38) (Tabela 2).
Em relação as plantas medicinais/fitoterapia, maior uso foi observada entre as pessoas do sexo feminino (RPa = 1,24, IC95%: 1,10 - 1,39), brancas ou amarelas (RPa = 1,19, IC95%: 1,06 – 1,34), com 40 anos ou mais (40 a 59 anos RPa = 1,45, IC95%: 1,16 - 1,82; ? 60 anos, RPa = 1,66, IC95%: 1,29 - 2,14), entre os que relataram fazer atividade física no tempo livre (RPa = 1,28, IC95%: 1,17 - 1,41), que receberam consulta/orientação de profissional de saúde (não médico) (RPa = 1,28, IC95%: 1,13 - 1,46), que receberam visita domiciliar de profissional de saúde (RPa = 1,31, IC95%: 1,18 - 1,47), com diagnóstico autorreferido de neoplasia (RPa = 1,33, IC95%: 1,11 - 1,60) e dor crônica musculoesquelética (RPa = 1,30, IC95%: 1,16 - 1,46) (Tabela 2).
Para o uso de PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia, a prevalência foi maior entre as pessoas com 25 anos ou mais (25 a 39 anos RPa = 1,78, IC95%: 1,13 - 2,81; 40 a 59 anos, Rpa = 1,84, IC95%: 1,15 - 2,96; ? 60 anos, Rpa = 1,83, IC95%: 1,03 - 3,25), com maiores níveis de escolaridade (médio completo, Rpa = 2,03, IC95% 1,45 - 2,85; superior completo, Rpa = 3,70, IC95%: 2,59 - 5,27), que relataram fazer atividade física no tempo livre (Rpa = 1,44, IC95%: 1,16 - 1,80) e que receberam consulta/orientação de profissional de saúde (não médico) (Rpa = 1,40, IC95%: 1,02 - 1,91) (Tabela 2).

INSERIR TABELA 2

Discussão
Os resultados demonstraram que pouco mais da metade dos entrevistados (51,2%) referiu ter utilizado pelo menos uma PICS nos últimos 12 meses, sendo a prática mais utilizada plantas medicinais/fitoterapia. Observou-se maior uso das PICS entre os indivíduos do sexo feminino, com 40 anos ou mais, de raça/cor branca ou amarela, com nível superior completo, que praticavam atividade física no tempo livre, que realizaram consulta ou receberam orientação de profissionais da saúde (não médico), que receberam visita domiciliar de profissional de saúde, que autorreferiram diagnóstico de neoplasia e de dor crônica musculoesquelética. Pessoas do sexo feminino, de raça/cor branca ou amarela, com 40 anos ou mais, que realizavam atividade física no tempo livre, consulta com profissional da saúde (não médico), que receberam visita domiciliar, com diagnóstico autorreferido de neoplasia e de dor crônica musculoesquelética apresentaram maior uso de plantas medicinais/fitoterapia. Por sua vez, pessoas com 25 anos ou mais, com maiores níveis de escolaridade, que realizavam atividade física no tempo livre e consulta com profissional da saúde (não médico) mostraram maior prevalência de uso de PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia.
Os resultados observados foram consideravelmente maiores que as da PNS de 2019, que verificou prevalência de 5,2% de uso de PICS entre a população com 18 anos ou mais, com maior uso de plantas medicinais/fitoterapia (cerca de 3%), seguido por acupuntura (1,4%), homeopatia (0,9%), meditação (0,7%) e yoga (0,4%)23. A PNS trata-se de um inquérito de base populacional e abrangência nacional, que teve como população-alvo moradores de domicílios particulares permanentes, de áreas urbanas e rurais, de municípios de portes variados24. Essas características dificultam a comparação dos resultados com os desta pesquisa, que teve como amostra uma população específica, composta por pessoas que procuraram atendimento nas unidades básicas de saúde e geralmente com a presença de maioria mulheres, idosos e com queixas de saúde.
Além disso, o questionário utilizado na PNS apresentava três blocos, e as questões sobre as PICS estavam presentes no bloco destinado a coletar informações sobre todos os moradores do domicílio. No caso, um morador era o responsável por prover as informações sobre os demais24. A primeira pergunta relacionada ao uso de PICS foi feita de maneira genérica, mencionando algumas práticas como exemplo (acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, meditação, yoga, tai chi chuan e lian gong). O questionário prosseguia para questões sobre o uso de cada uma das oito PICS listadas apenas em caso de resposta afirmativa à pergunta inicial. Já no presente estudo, optou-se por perguntar diretamente sobre o uso de cada uma das oito práticas a todos os entrevistados, além de trazer uma breve descrição sobre as PICS de maneira geral e de cada uma, o que pode ter facilitado a compreensão e reduzido o viés de informação. Pesquisa que analisou o uso de PICS no primeiro ano da pandemia de covid-19 questionou sobre as 29 PICS contempladas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Isso pode ter facilitado o reconhecimento e resultou em uma prevalência de uso de 61,7%13, mais próxima da presente investigação.
Pesquisas brasileiras que avaliaram o uso de plantas medicinais por usuários da APS identificaram prevalência variável de 21,9% a 81%25-27. O uso de plantas medicinais pode ser uma prática comum entre a população brasileira impulsionada pela facilidade de acesso26 e pela riqueza da diversidade botânica e cultural do país. A implementação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos22 reconhece e valoriza essa diversidade, enquanto as Farmácias Vivas28 se caracterizam como oportunidade para oferta e acesso seguro a esses recursos pelo SUS.
Verificou-se que o maior uso de plantas medicinais ocorreu entre pessoas do sexo feminino. As mulheres geralmente são mais comprometidas com o cuidado da saúde individual, familiar e o compartilhamento dos conhecimentos tradicionais29. Apesar de os resultados não demonstrarem associação com o uso de outras PICS, a razão de prevalência mostrou-se maior (RPa = 1,29, IC95%: 0,98-1,69) que em relação ao uso de plantas medicinais/fitoterapia (RPa = 1,24, IC95%: 1,10-1,39). Esses resultados são coerentes com outros estudos23,27,30.
Quanto à faixa etária, observou-se associação com maior prevalência do uso de plantas medicinais entre as pessoas com 40 anos ou mais, aumentando a proporção conforme o avanço da idade. Enquanto para o uso das outras PICS, a associação de maior prevalência ocorreu entre os entrevistados com 25 anos ou mais. Outros estudos verificaram que algumas práticas, como meditação e yoga, geralmente apresentam maior prevalência entre os mais jovens31,32. Patrício et al.30 destacaram que também em outros países, e não só no Brasil, os principais usuários de plantas medicinais são mulheres e idosas.
Verificou-se maior uso de plantas medicinais entre os que se autodeclararam brancos ou amarelos, o que é um paradoxo, pois no Brasil os conhecimentos tradicionais e populares são derivados da mistura de diferentes culturas, especialmente de origem africana e indígena33. No entanto, há de se considerar que a região sul do Brasil foi colonizada por imigrantes europeus que, além de incorporarem à região seus costumes, também sofreram influência do contexto onde se inseriram, envolvendo-se na troca de saberes, expansão e circulação do conhecimento sobre as plantas medicinais34. Na PNS 2019 observou-se maior prevalência de uso de PICS entre brancos35, e ao analisar as práticas mais prevalentes, percebeu-se maior chance de uso da homeopatia por pessoas brancas23.
A escolaridade não esteve associada ao uso de plantas medicinais/fitoterapia, porém, quando se observa o uso das PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia, verificou-se maior prevalência entre aqueles com maiores níveis de escolaridade. Boccolini et al.23, analisaram fatores associados ao uso das cinco PICS mais prevalentes no Brasil e verificaram associação de maior prevalência do uso de meditação, yoga e homeopatia entre aqueles com nível de escolaridade superior ou mais. O mesmo trabalho observou que pessoas com maiores rendas tinham maiores chances de uso de acupuntura, homeopatia, meditação e yoga, mas não notou associação da renda com o uso de plantas medicinais. Machado et al.36 observaram que o uso de PICS foi maior entre indivíduos do quintil mais rico, com maior escolaridade e com plano de saúde privado. O nível de escolaridade pode se relacionar com o conhecimento e capacidade de decisão sobre o uso de PICS, enquanto o nível socioeconômico com o acesso às práticas, especialmente aquelas que não são oferecidas pelo sistema público de saúde35.
As pessoas que referiram ter recebido visita domiciliar de profissional de saúde apresentaram maior uso de plantas medicinais/fitoterapia. Essa associação pode estar relacionada com a troca de saberes entre profissionais e usuários, em um espaço favorável para educação em saúde e valorização dos sujeitos, assim como a indicação do que é mais acessível. Rodrigues et al.37 aplicaram um questionário a 52 agentes comunitários de saúde do município do Rio de Janeiro e observaram que 76,9% deles haviam percebido, durante as visitas domiciliares, o cultivo/uso de plantas medicinais pela população. Segundo Carneiro et al.38 87,5% dos agentes comunitários de um município do Paraná que participaram de uma pesquisa referiram fazer uso de plantas medicinais e 71,5% disseram transmitir o conhecimento que possuem sobre plantas medicinais.
Realizar consulta e/ou orientação com profissionais da saúde (não médico) associou-se com maior prevalência de uso de PICS. A análise dos dados do PMAQ mostrou que a expansão das PICS no SUS se deve principalmente pela iniciativa dos profissionais 9. Além disso, a oferta de PICS por equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) foi maior que pelas equipes de Estratégia Saúde da Família, o que torna o NASF (atual eMulti) um importante campo para promover o uso das PICS39. Esses achados reforçam a importância da oferta de cursos de capacitação em PICS para os profissionais da APS15.
Maior uso de PICS foi observado entre as pessoas que referiram praticar atividade física no tempo livre. Estudo que analisou mulheres com diagnóstico de câncer encontrou associação entre a prática de atividade física e o maior uso de PICS40. Bishop et al.41 observaram que 45,4% dos usuários de PICS referiram estar motivados a adotar comportamentos de saúde positivos, como praticar exercícios regularmente, consumir alimentos saudáveis ou orgânicos e reduzir ou parar o consumo de cigarro ou álcool. Vergeer et al.42 indicam que sujeitos que praticam práticas corporais integrativas tendem a se envolver com maior variedade e frequência de atividades físicas.
Os participantes que referiram diagnóstico de neoplasia e dor crônica musculoesquelética apresentaram maior prevalência de uso de plantas medicinais/fitoterapia. Marques et al.43 analisaram os dados da PNS de 2013 e verificaram associação de maior uso de PICS entre pessoas idosas com diagnóstico de hipercolesterolemia, artrite/reumatismo, problema crônico de coluna e depressão. A dor crônica causa sofrimento físico, psicológico e social, impactando diretamente na qualidade de vida44. Essa condição foi referida por mais da metade da amostra geral (55,8%), dos quais 58,2% referiram utilizar alguma PICS. Estudos têm mostrado bons resultados de PICS variadas como acupuntura, auriculoterapia, meditação, lian gong/qi gong, para promover melhor qualidade de vida e aliviar a dor45-47 e, inclusive, reduzir o uso de medicamentos entre pacientes com dor crônica48. Logo, é importante desenvolver estudos que busquem contribuir para a construção de um protocolo clínico pautado no uso das PICS para o manejo da dor. Em alguns países são encontradas diretrizes que recomendam práticas não convencionais como acupuntura, massagem, yoga, tai chi chuan e qi gong, como primeira escolha de tratamento para dor de origem osteomuscular49,50.
Algumas PICS também podem contribuir para o controle da dor de pacientes em tratamento oncológico, no alívio dos sintomas provocados pelo tratamento antineoplásico e de sofrimento emocional51. A prevalência de entrevistados com diagnóstico autorreferido de neoplasia foi de 3,2%, dos quais 73,3% relataram o uso de PICS, sendo plantas medicinais/fitoterapia referida por todos. Em um estudo realizado na unidade oncológica de Anápolis, em Goiás, 83% dos pacientes entrevistados faziam uso de plantas medicinais52. No cenário internacional a prevalência de uso das práticas integrativas por paciente com câncer varia de 16,5% a 93,4%, com média de 51%53.
Este estudo contribui para dar visibilidade a esses territórios, e destaca-se pela originalidade, diante da escassez de trabalhos sobre a temática, especialmente em municípios de pequeno porte. A escolha de maneira intencional dos locais e o fato de a pesquisa acontecer apenas entre usuários da APS impedem de extrapolar os dados. Além disso, deve-se ter cautela ao interpretar os resultados relacionados ao uso das PICS, exceto plantas medicinais/fitoterapia, devido à baixa prevalência observada, que pode comprometer a precisão da estimativa. Outra limitação refere-se às respostas baseadas em autorrelato, sujeitas a viés de memória e respostas imprecisas. Contudo, a breve descrição sobre as PICS de maneira geral e sobre cada uma delas, pode ter contribuído para melhorar a compreensão e reduzir o viés de informação.
O uso de plantas medicinais/fitoterapia foi a prática mais prevalente, enquanto as outras PICS foram utilizadas por menos de 15% dos participantes. A cultura em municípios de pequeno porte tende a ser mais preservada, com as relações sociais mais potencializadas, geralmente mais conectadas à natureza e a redes informais de cuidado, tornando o território um espaço fértil para as PICS11,54, especialmente se somar à precariedade e ao acesso limitado aos serviços de saúde.
Muitas práticas favorecem a socialização e valorizam os recursos culturais e terapêuticos da própria comunidade. Em sua diversidade, as PICS buscam a integralidade do cuidado, e não substituir o tratamento médico. Assim, oferecem benefícios para o bem-estar físico e mental, com potencial para prevenção de doenças e promoção da saúde, sendo, portanto, ferramentas essenciais para a APS4.
Inseridas neste contexto, a partir de relações horizontais entre profissionais e usuários, algumas práticas podem ter potencial desmedicalizante quando aplicadas de maneira a promover a autonomia e o protagonismo do sujeito e das populações55. É dever de estado prover equidade no acesso aos serviços ofertados pelo SUS, assim como garantir o direito dos cidadãos de escolha à terapêutica que faz sentido para sua cultura, seus valores e suas necessidades de saúde. Os resultados obtidos neste estudo podem auxiliar na orientação de gestores, profissionais e comunidade, além de contribuir para o fortalecimento e o desenvolvimento de políticas públicas de saúde.
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Grégio, G.S, Vosgerau, M.Z.S., Martins, E.A.P, Girotto, E., Coutinho, S.S., Borges, L.J, Loch, M.R. PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2025/fev). [Citado em 21/02/2025]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/praticas-integrativas-e-complementares-em-usuarios-da-atencao-primaria-a-saude-de-municipios-de-pequeno-porte/19514?id=19514

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