0400/2006 - Prevalência de cárie em adolescentes de escolas públicas e privadas na cidade de João Pessoa – Paraíba - Brasil
Prevalence of caries in adolescents of public and private schools in João Pessoa - Paraíba – Brazil
Autor:
• Patrícia Vasconcelos Leitão Moreira - Patrícia Vasconcelos Leitão Moreira - João Pessoa, Paraíba - Universidade Federal da Paraíba - <patriciamoreira1111@hotmail.com>Área Temática:
Não CategorizadoResumo:
O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência de cárie em adolescentes de escolas públicas e privadas em João Pessoa – PB/ Brasil, e comparar a média de CPOD com relação ao gênero, idade e nível de escolaridade da mãe. A amostra constou de 3.330 adolescentes de 12 a 15 anos de idade: 1.665 da rede pública e 1.665 da rede privada de ensino. Os critérios para avaliação do CPOD foram os adotados pela OMS (1997). A concordância de diagnóstico intra-examinadora foi aferida pelo teste Kappa (0,92). Para a análise estatística foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. A prevalência de cárie nas escolas públicas foi de 51,6% e de 9,3% nas privadas. A média de CPOD no gênero feminino foi de 4,79 e de 3,46 no masculino, nas escolas públicas (p<0,0001) e de 2,11 e de 1,65 (p=0,0007), nas escolas privadas. Na idade de 12 anos, foi de 3,37 nas escolas públicas e de 1,35 nas escolas privadas, enquanto aos 15 anos foi de 5,65 e 2,88, em ambas escolas, respectivamente. Para aqueles cujas mães concluíram o ensino superior, a média de CPOD foi de 4,21 na rede pública e de 1,81 na rede privada. A prevalência de cárie foi mais elevada em crianças da rede pública, no gênero feminino, aumentou com a idade e diminuiu com a elevação do nível de escolaridade da mãe.Palavras-chave: cárie dentária, prevalência, epidemiologia.
Abstract:
The aim of this study was to verify the prevalence of caries in adolescents in public and private schools in João Pessoa, state of Paraíba, Brazil and to compare the DMFT in relation to the gender, age, quality and level of education of mother in the two types of schools. The sample consisted of 3.330 adolescents between 12 and 15 years of age: 1.665 attending public schools and 1.665 attending private schools. The DMFT was evaluated by WHO criteria (1997). The intra-examiner agreement for caries diagnosis was Kappa (0,92). For the statistics analyzes the Mann-Whitney and Kruskal-Wallis were applied. The prevalence of caries in the public schools was 51.6% and 9.3% in the private ones. The DMFT for females was 4.79 and 3.46 for males in public schools (p<0.0001) and 2.11 and 1.65 (p=0.0007), in private schools. For the age of 12 years, DMFT was 3.37 in public schools and 1.35 in private schools, while for the age of 15 it was 5.65 and 2.88, for each type of school. For those whose mothers had high school, the average of DMFT was 4.21 in public schools and 1.81 in the private schools. The prevalence of caries was higher in the children of public schools, in the feminine gender, increased with the age and diminished with the rise of the level of education of the mother.Key words: dental carie, prevalence, epidemiology.
Conteúdo:
Levantamentos epidemiológicos de saúde bucal em âmbito nacional têm sido pouco freqüentes no Brasil, situação que difere dos países desenvolvidos. O primeiro levantamento de base nacional foi realizado em 1986, pelo Ministério da Saúde, onde foram examinadas 22.709 pessoas, em diferentes faixas etárias (6 a 12, 15 a 19, 35 a 44 e 59 a 69 anos de idade). Umas das críticas a este levantamento foi o fato de serem utilizadas apenas áreas urbanas como representativas da população brasileira. Na região Nordeste a média de CPOD aos 12 anos de idade foi de 6,90 e, em nível nacional, de 6,65. Em João Pessoa, a média de CPOD aos 12 anos de idade foi 7,01. De acordo com a escala da Organização Mundial da Saúde, em relação à severidade de cárie, esta prevalência é considerada muita alta2.
Em 1993, num estudo de âmbito nacional, onde foram examinados 110.640 escolares de 3 a 14 anos de idade, viabilizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e o Ministério da Saúde, constatou-se que a média de CPOD aos 12 anos foi de 4,84, 5,74 aos 13 anos e 6,49 aos 14 anos de idade. Esta pesquisa examinou 58.450 crianças das escolas do SESI e 52.190 de escolas públicas, sendo que nestas escolas a faixa etária predominante foi de 7 a 14 anos de idade. Destaca-se o fato da proporção de dentes obturados ser maior nas escolas do SESI do que nas escolas públicas e ainda o declínio de 27,2% na média do CPOD aos 12 anos de idade em relação à pesquisa anterior1.
Em 1996, foi realizado outro levantamento de base nacional pelo Ministério da Saúde, onde a média de CPOD aos 12 anos de idade foi de 3,06, sendo 51,06% de dentes cariados, 39,53% de dentes obturados, 3,90% de dentes extraídos e 5,52% com extração indicada. Na Paraíba, a média de CPOD aos 12 anos foi de 3,94, sendo 35,71% de dentes cariados, 57,46% de dentes obturados, 3,02% de dentes extraídos e 3,81% com extração indicada3.
Em 2003, foram publicados os resultados principais do último levantamento de saúde bucal de base nacional, denominado SB Brasil 2003. Nesse levantamento realizado pelo Ministério da Saúde foram examinados 34.550 escolares na idade de 12 anos e 16.833 na faixa etária de 15 a 19 anos. Na região Nordeste, a média de CPOD foi de 3,19 aos 12 anos, enquanto na faixa etária de 15 a 19 anos, foi de 6,34. Em nível nacional, o CPOD aos 12 anos e de 15 a 19 anos foi de 2,78 e 6,17, respectivamente4.
Por não existirem dados mais recentes para uma avaliação da tendência de cárie nas escolas públicas e privadas do município de João Pessoa foi desenvolvida a presente pesquisa com o objetivo de verificar a prevalência de cárie nos dois tipos de escolas e comparar a média de CPOD com relação ao gênero, idade e nível de escolaridade da mãe entre adolescentes de 12 a 15 anos matriculados em escolas públicas e privadas da referida cidade.
METODOLOGIA
O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Pernambuco sob o protocolo de número E064/02, sendo então realizado em sete escolas públicas e seis escolas privadas do município de João Pessoa, capital da Paraíba.
A população estudada constituiu de adolescentes na faixa etária de 12 a 15 anos de idade. Os adolescentes foram selecionados para compor a amostra em virtude do incremento da prevalência de cárie nesta faixa etária, sendo escolhidas as idades de 12 a 15 anos com a finalidade de se ter um parâmetro de comparação desta prevalência, já que a maioria dos estudos em escolares envolve somente crianças até 12 anos de idade e a OMS utiliza o índice CPOD aos 12 anos de idade como indicador básico de comparação para o estado de saúde bucal entre populações diversas5,6,7. Além de que, na idade de 15 anos, todos os dentes permanentes já estiveram expostos ao ambiente bucal por 3 a 9 anos, sendo a avaliação da prevalência de cárie freqüentemente mais significativa que na idade de 12 anos.
Inicialmente, foi realizado um estudo piloto para obtenção da estimativa de prevalência de cárie dentária, uma vez que não existiam estudos na cidade de João Pessoa que pudessem ser utilizados como parâmetros. Para determinação do tamanho amostral, foram considerados: o objetivo principal de comparação da cárie entre os grupos, as prevalências de cárie obtidas no estudo piloto, o erro de 5,0%, o poder de 80,0%, a razão igual entre cada grupo e os tamanhos populacionais relativamente grandes para serem considerados ou tratados como populações infinitas. A forma de cálculo utilizada para o tamanho amostral em cada grupo foi:
n = .
O tamanho da amostra foi de 3.330 adolescentes, sendo 1.665 da rede pública e 1.665 da rede privada. Foram incluídos apenas os adolescentes que manifestaram o desejo de participar da pesquisa e que trouxeram o consentimento livre esclarecido assinado por um responsável. Foram excluídos os adolescentes que relataram apresentar diabetes mellitus, com diagnóstico comprovado, ou alguma outra doença sistêmica que alterasse o fluxo salivar, provocando xerostomia. Bem como, aqueles que utilizavam drogas reguladoras de apetite, drogas antidepressivas ou que necessitavam utilizar medicamentos com certa frequência e que tivessem associação com a condição citada anteriormente. A xerostomia é uma condição bucal de diminuição do fluxo salivar que, quando associada a hábitos dietéticos e hábitos de higiene oral inadequados, pode resultar em cárie rampante 8. Os dados foram coletados por uma única examinadora, a pesquisadora, e por um anotador, os quais se submeteram a uma calibração prévia, para manter a consistência dos dados5. A calibração intra-examinadora foi obtida repetindo-se os exames a cada 10 adolescentes examinados, durante a realização do estudo piloto. A concordância de diagnóstico intra-examinador foi aferida pelo teste estatístico KAPPA, cujo valor foi de 0,92, sendo considerada uma ótima concordância.
O instrumento para coletar os dados foi uma ficha clínica, com informações referentes à identificação do indivíduo (idade, sexo, escola que estuda), o odontograma para avaliar o CPOD de cada adolescente e uma questão referente ao nível de escolaridade da mãe.
O exame clínico bucal foi realizado sob luz natural indireta, utilizando-se um espelho bucal plano e uma sonda exploradora número cinco5. A sonda foi utilizada apenas para a remoção de biofilme ou restos alimentares. Os códigos e critérios de diagnósticos foram os pré-estabelecidos pela OMS5.
As observações encontradas na amostra foram armazenadas em um banco de dados com o recurso do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 8.0. Para a análise dos dados, foram utilizadas técnicas de estatística descritiva (distribuições absolutas, percentuais e medidas estatísticas) e técnicas de estatística inferencial (Testes de Mann-Whitney e de Kruskal-Wallis). Valores do Odds Ratio (OR), considerando-se sempre a última categoria como valor de referência, e intervalos de confiança para estes parâmetros foram obtidos no estudo da igualdade ou de associação das variáveis independentes com a variável dependente9.
RESULTADOS
A prevalência de cárie encontrada entre os alunos da escola pública foi de 51,6%, enquanto que entre os adolescentes das escolas privadas foi de 9,3% {p < 0,0001; OR = 0,10 (0,08 a 0,12)}.
A Tabela 1 mostra que existe diferença fortemente significante entre os dois tipos de escola, para os valores do CPOD e cada um dos seus componentes, sendo mais elevados entre os alunos da escola pública do que da escola privada.
Os resultados contidos na Tabela 2 comprovam que existem diferenças fortemente significativas entre os gêneros, em cada tipo de escola, para o número de dentes obturados e CPOD.
Na Tabela 3, destaca-se que os valores médios do número de dentes obturados e do CPOD aumentaram progressivamente com a elevação da idade, tanto para os alunos de escolas públicas como de escolas privadas. Também é possível observar que, com exceção do número de dentes perdidos, na escola privada, para todas as outras situações, o valor médio, na idade de 15 anos, foi mais elevado do que na idade de 12 anos. Através do teste estatístico, comprova-se que, com exceção do número de dentes cariados e perdidos, na escola privada, existem diferenças significantes entre as idades estudadas para todas as variáveis.
Na Tabela 4, a média e o desvio padrão do CPOD e seus componentes são apresentados, segundo o nível de escolaridade da mãe, para cada tipo de escola.
DISCUSSÃO
Quando se observa o percentual de adolescentes livres de cárie, destaca-se que, na escola pública (48,4%), o valor praticamente corresponde à metade do valor encontrado para a escola privada (90,7%). Cangussu et al.10 também verificaram que o percentual de adolescentes livres de cárie diminuiu de 47,5%, na rede privada, para 27,5% na rede pública, e Vieira11, ao verificar o padrão de cárie dentária em primeiros molares permanentes de crianças de escolas públicas e privadas, também constatou uma maior prevalência de crianças livres de cárie entre os pesquisados da rede privada (84,1%), em relação à rede pública (61,7%). Rihs et al.12 também encontraram escolares de 7 a 12 anos da rede privada de ensino em Itapetininga - São Paulo com maior percentual de livres de cárie, 49,7% frente aos 29,5% da rede pública.
Provavelmente, isso pode ter ocorrido pela melhor qualidade de vida dos escolares da rede privada, como acesso à água tratada, saúde e educação. Os menores relataram aplicações tópicas de flúor periodicamente, bem como o uso de selantes, comprovado durante o exame clínico.
O resultado encontrado, em relação à média de CPOD, aos 12 anos de idade, para os alunos de escolas públicas (CPOD = 3,37) foi similar à média do Nordeste (CPOD= 3,19) e elevada em relação à média nacional (CPOD= 2,78), obtidas no SB Brasil 20034. Entretanto, esse valor médio se encontra acima do que foi preconizado pela OMS como meta a ser atingida para o ano 200013. Um grande declínio pôde ser observado nos alunos das escolas privadas (CPOD = 1,35), os quais atingiram a meta proposta pela OMS.
Foi constatado que os adolescentes que freqüentavam escolas públicas apresentavam maiores índices da cárie dentária e uma maior necessidade de tratamento. Esses achados estão de acordo com os resultados encontrados por Maltz & Silva14 que, ao estudarem 1000 alunos de escolas públicas e privadas da cidade de Porto Alegre, RS, verificaram que o percentual da média de superfícies cariadas foi maior nos adolescentes da rede pública de ensino (51,7%), comparado ao da rede privada (41,3%). Enquanto que, para o percentual de superfícies obturadas, na rede pública de ensino, o valor foi bem menor que na rede privada (26% e 58,7%, respectivamente). Morais et al.15 também observaram um percentual muito elevado, para a média de dentes cariados (79,5%), e muito baixo para a média de dentes obturados (14,3%), quando estudaram alunos de escolas públicas da cidade de Dom Aquino, no Mato Grosso, na idade de doze anos. Outros estudos também comprovam um maior percentual de cárie na escola pública, em detrimento de um menor percentual de restaurações6,7,16.
Diante da situação observada em relação aos maiores índices de cárie dentária na rede pública de ensino, provavelmente devido ao baixo grau de informação e ausência de uma política de saúde bucal direcionada a essa população, recomenda-se que o serviço público de saúde desenvolva ações de promoção de saúde que possam beneficiar tanto a população geral como mais especificamente os escolares da rede pública de ensino.
Com relação à distribuição da média de CPOD e o gênero dos adolescentes, foi observado que valores médios de cada um dos elementos do CPOD foram mais elevados entre os pesquisados do gênero feminino do que entre os do gênero masculino. Os achados desse estudo diferem daqueles encontrados por Freysleben et al.17 que pesquisaram adolescentes de 12 e 13 anos na cidade de Florianópolis, Santa Catarina, e constataram não haver diferença estatisticamente significante da média de CPOD quanto ao gênero dos adolescentes. Difere também do estudo de Gushi et al.18 que avaliaram um grupo de 15 a 19 anos e observaram piores condições em relação à cárie dentária no gênero masculino. Similarmente Brown et al.19, ao observarem o padrão de cárie em crianças e adolescentes de 6 a 18 anos dos Estados Unidos, também não encontraram diferença estatisticamente significante para o gênero feminino e masculino.
Entretanto, ao serem analisados os estudos realizados por Vieira11 e Gonzàlez et al.20, observa-se que adolescentes do gênero feminino também apresentaram maiores índices de CPOD, quando comparados ao gênero masculino, concordando com os resultados dessa pesquisa.
Com relação à média de CPOD nas diversas idades estudadas foi demonstrado que os valores médios do número de dentes obturados e do CPOD aumentaram progressivamente com a elevação da idade, tanto para as escolas públicas como para as privadas, com diferenças estatisticamente significantes entre as idades (Tabela 3). Comparando-se esse estudo com outro desenvolvido na cidade de Salvador- BA, a média de CPOD encontrada tanto aos 12 anos de idade, quanto aos 15 anos foi mais elevada. Em João Pessoa a média observada, para o grupo total, foi de 2,33, aos 12 anos, e de 4,49 aos 15 anos de idade. Enquanto que, em Salvador, as médias observadas foram de 1,44 e 2,91, respectivamente aos 12 e 15 anos de idade. Embora com valores mais elevados na cidade de João Pessoa, constataram-se em ambos os estudos que a média de CPOD aumentou proporcionalmente com a elevação da idade10. Isso merece especial atenção, pois esse aumento ocorre tanto na média de dentes cariados, quanto na média de dentes obturados, demonstrando a necessidade do desenvolvimento de programas preventivos de saúde bucal para a adolescência.
Ao se avaliar por tipo de escola, a média de CPOD aos 12 anos na escola pública foi de 3,37 e, aos 15 anos de idade, foi de 5,65. Comparando com os dados de Cangussu et al.10, verifica-se que os valores encontrados nesse estudo foram mais elevados, uma vez que, as médias encontradas por esses autores foram de 1,46, para a idade de 12 anos, e 2,38, para a idade de 15 anos. Em Porto Feliz, São Paulo, Gushi et al.21 encontraram um CPOD de 2,4 aos 12 anos. Entretanto, ao se comparar as médias nas escolas privadas, entre os três estudos, observa-se que os valores encontrados foram bastante semelhantes. Em João Pessoa, para a idade de 12 anos, a média de CPOD foi de 1,35, em Salvador, foi de 1,37 e em Porto Feliz, foi de 1,8. Para a idade de 15 anos, as médias foram de 2,88 e 2,69, em João Pessoa e Salvador, respectivamente. Salienta-se que, para o estudo de Cangussu et al.10, não foram identificadas diferenças estatisticamente significantes entre os dois tipos de escolas.
Outros estudos também demonstram o aumento da média de CPOD com o aumento da idade, como o desenvolvido por Moreira et al.22 com 1.416 escolares de 7 a 14 anos na cidade de Paulínia, São Paulo, no qual a média de CPOD aos 12 anos foi de 3,0, aos 13 anos foi de 3,7 e aos 14 anos foi de 4,3, concordando com os resultados deste estudo e com os estudos de Vieira11 e Morais et al.15.
Outro fator importante a ser considerado é o grau de escolaridade da mãe. Os achados da presente pesquisa mostram que os valores médios do CPOD foram mais elevados entre os alunos cujas mães apresentavam menor nível educacional, enquanto que, valores menores para as médias de CPOD foram observados entre os adolescentes cujas mães haviam concluído o ensino superior, com diferença estatisticamente significante, exceto para as médias de CPOD das escolas públicas, concordando com os resultados de Gonçalves et al.23 e Ekstrand et al.24, os quais também verificaram que o nível de educação das mães influencia no padrão de cárie dentária durante a adolescência e a infância. Entretanto, os resultados do presente estudo diferem daqueles encontrados por Peres et al.25 que analisaram a influência da escolaridade da mãe na severidade de cárie dentária de adolescentes, na cidade de Florianópolis, e não encontraram diferença estatisticamente significante entre os valores médios de CPOD e o grau de instrução das mães.
De maneira semelhante, Maltz & Silva14 também não encontraram associação entre o nível de escolaridade e a experiência de cárie dentária, entretanto, essas autoras analisaram o nível de educação dos pais dos adolescentes. Os estudos desenvolvidos por Peres et al.25 e por Maltz & Silva14 foram desenvolvidos nas cidades de Florianópolis e Porto Alegre, respectivamente, onde provavelmente existe um melhor acesso aos serviços públicos de saúde quando comparado à cidade de João Pessoa.