0050/2008 - Temas médico-sociais e a intervenção em saúde: a violência contra mulheres no discurso dos profissionais
Medical social themes and the health intervention: Violence against women in the professional’s discourse
Autor:
• Lígia Bittencourt Kiss - Kiss LB - São Paulo, SP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP - <orhsee@usp.br>Área Temática:
Não CategorizadoResumo:
Estuda-se a violência contra mulheres como alvo dos cuidados em saúde. É parte de pesquisa em serviços públicos em São Paulo, envolvendo: prevalência de casos entre usuárias de 15 a 49 anos; estudo de seus prontuários; descrição dos serviços, por sua observação e entrevistas semi-estruturadas a 50 de seus profissionais, acerca da rotina e do ideal de trabalho em saúde, percepções quanto à existência de casos, ofertas assistenciais ou seus obstáculos e representações sobre violência. Analisa-se o conteúdo das narrativas profissionais, usando-se os demais dados para caracterização de seus contextos assistenciais. Reiterando a literatura, violência foi quase sempre tida como problema relevante, mas fora dos escopos das intervenções profissionais. Relataram-se ações isoladas e em caráter pessoal. Medos e impotência profissional foram mencionados, mas nenhum aspecto positivo para eventual intervenção. Os profissionais mostraram parco conhecimento de serviços especializados de referência. Em conclusão, as dificuldades na aceitação de casos de violência deveriam ser trabalhadas em três dimensões: a estreita definição da competência profissional, excluindo a violência como objeto; a indefinição tecnológica do fazer profissional e a ausência de apoios efetivos em seus serviços.Palavras chave: Violência contra a mulher; trabalho em saúde; gênero e saúde; violência e saúde
Abstract:
This study deals with violence against women as a health care matter. It was part of a research in public services of Sao Paulo, including: the prevalence of violence among users from 15 to 49 years old; the study of their medical records; the description of the services; and interview with 50 professionals, focusing the routine and the ideals of health work, the perception on the existence of violence cases, the offer of assistance or its obstacles and the representations on violence. This article analyses the content of the professional narratives and uses the other data to characterise the assistance context. Confirming the literature, violence was almost always regarded as a relevant problem but outside the professional’s intervention boundaries. Isolated actions and in a personal basis were reported. Fear and professional impotence were mentioned, but none positive aspect for potential interventions. The professionals showed lack of knowledge of specialized reference services. In conclusion, the difficulties in the acceptance of violence cases should be worked in three dimensions: the narrow definition of professionals’ competence that excludes violence as an object; the absence of technological definitions for professional actions and the absence effective support in their services.Key Words: Violence against women, Health work, gender and health; violence and health