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0282/2021 - A colonização do saber epidemiológico: uma leitura decolonial da contemporaneidade da pandemia de COVID-19
The colonizationofepidemiologicalknowledge: a decolonialreadingofthecontemporaneityofthe COVID-19 pandemic

Autor:

• Gil Sevalho - Sevalho, G. - <gsev@terra.com.br>
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1370-1856



Resumo:

O ensaio epistemológico relaciona criticamente a epidemiologia com a pandemia de COVID-19 enquanto evento social. Explora-se a reflexão filosófica onde Agamben define contemporâneo como quem é capaz de se afastar e enxergar o lado escuro do seu tempo. À luz da crítica decolonialquestionam-se a ideia de “transição epidemiológica”, com sua transcendência na teoria dos “determinantes sociais de saúde”, e a disposição binarista das varáveis epidemiológicas, como suportes da estruturação quantitativa e biomédica da epidemiologia dos fatores de risco.A pretensão científica de domínio da natureza e o engendramento de um tempo histórico linear e evolutivo, que inicia com a modernidade ocidental, contextualizam os epistemicídios dos saberes populares e a colonização do saber epidemiológico. Historiciza-se a constituição do pensamento crítico decolonial e pontua-se seu potencial para a revelação do caráter estrutural da colonização do saber epidemiológico. Considera-se o futuro pós-pandemia e relacionam-se as ideias de bifurcação, originada de Ilya Prigogine e elaborada por Boaventura de Sousa Santos, e inédito viável, de Paulo Freire com a concepção do tempo como criação e a expectativa de transformação social. Assinala-se a necessidade de contrapor à hegemonia neoliberal a construção de uma ciência crítica e solidária e a convicção de que um outro mundo é possível.

Palavras-chave:

epistemologia; contemporaneidade da pandemia de COVID-19; transição epidemiológica, determinação social da saúde e binarismos; crítica decolonial; colonização do saber epidemiológico.

Abstract:

The epistemological essay makes a critical relation between epidemiology and the COVID-19 pandemic as a social event. One explores Agamben’s philosophical reflection he defines contemporaries as the ones who are able to distance themselvestheir own time to see its dark side. Through the decolonial criticism, one questions about the “epidemiological transition” idea, with its transcendence in the “social determinants of health” theory, and the binarism of epidemiological variables as supports of the biomedical and quantitative structuring of risk factors epidemiology. The scientific presumption to dominate nature and the engendering of a linear and evolutionary historical time, beginning in western modernity, contextualizes the epistemicides of popular knowledge and the coloniality of epidemiological knowledge. One historicizes theoretical constitution of decolonial thought, pointing its greater critical potential to reveal the structural colonization of epidemiological knowledge.The post-pandemic future isconsideredandPrigogine’s bifurcation idea, elaborated by Sousa Santos, and Paulo Freire’s untested feasibility are related with time conception as creation and social transformation expectation. Against the neoliberal hegemony, one points out the need to construct a supportive and critical science, and the conviction that another world is possible.

Keywords:

epistemology; contemporaneity of the COVID-19 pandemic; epidemiologic transition, social determination of health and binarisms; decolonial criticism; coloniality of epidemiological knowledge.

Conteúdo:

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Como

Citar

Sevalho, G.. A colonização do saber epidemiológico: uma leitura decolonial da contemporaneidade da pandemia de COVID-19. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2021/ago). [Citado em 22/12/2024]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/a-colonizacao-do-saber-epidemiologico-uma-leitura-decolonial-da-contemporaneidade-da-pandemia-de-covid19/18181?id=18181

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