Vol.30 N.4 -
Mente Sã e Corpo São
Rio de Janeiro - APRIL/2025
REVISTA CIÊNCIA & SAUDE COLETIVA
EDIÇÃO 30.4 (ABRIL/2025)
Quase repito aqui o lindo editorial escrito pela Dra. Rosana Onocko na edição 30.4 da Ciência & Saúde Coletiva. Primeiramente para falar do sentido de integralidade que a saúde física e a saúde mental significam para a coletividade e para os indivíduos e da forma como deve ser cultivada no SUS. O dualismo mente-corpo, instituído desde Descartes, marcou fortemente as análises dos diversos tipos de adoecimentos e se manteve em voga em certas disciplinas até o século XX, quando o desenvolvimento da neurociência contemporânea não deixou dúvidas sobre a materialidade da mente no cérebro. Isso mudou muito do ponto de vista tecnológico e do conhecimento. Hoje, é possível marcar regiões envolvidas em diferentes tomadas de decisões, alterações de comportamento produzidas por lesões em diversas regiões cerebrais e até utilizar marcadores químicos para determinados testes diagnósticos. Para decepção dos biologicistas ferrenhos, cada vez mais estudos mostram que a plasticidade do cérebro humano e sua imaturidade ao nascer apontam o ambiente como um dos moduladores mais importantes do desenvolvimento.
É sobre a relevância desse tema para a sociedade, para a cultura e para cada indivíduo que esta edição temática está dedicada, demonstrando a articulação entre saúde mental e sua intercessão com a saúde física e os contextos históricos, sociais, demográficos e etários. Sobretudo, os vários autores buscam compreender as velozes mudanças, incertezas, e as novas possibilidades de entendimento do sofrimento psíquico, seu diagnóstico e tratamentos. Do ponto de vista da população, os artigos chamam atenção para a saúde mental das crianças, dos adolescentes e dos idosos. E sobretudo ressaltam os grupos mais vulneráveis, em áreas dominadas pelo crime e pelas armas, ressaltando o sofrimento de pais, mães e familiares acossados pela dor da morte de seus filhos e parentes e dos traumas que permanecem e se potencializam. Promover as estratégias de tratamento de saúde mental é apostar do SUS vivo e atuante!